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Flip: Distinção entre programação oficial e paralela perde força

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Elza Soares lança versão de sucesso de Cazuza para trilha de novela

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RIO — No dia do lançamento da nova novela das 19h, "O tempo não para", foi disponibilizada nas plataformas digitais uma versão da cantora carioca Elza Soares para o sucesso homônimo de Cazuza (1958-1990). A releitura, que chama atenção pelos elementos eletrônicos e pela voz inconfundível da intérprete, faz parte da trilha sonora da atração da Globo.

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Crítica: Elza Soares traz a verdade em cada sílaba de canções animadamente incômodas

Em comunicado sobre o lançamento, Elza se declarou para Cazuza, dizendo que o artista "sempre foi o amor da vida de todo mundo": "Cazuza continua vivo, mostrando pro mundo a sua capacidade de ver as coisas lá na frente. Ele viu o futuro repetir o passado. Em dias tão sombrios como hoje, é uma mensagem muito forte, como se ele estivesse escrevendo agora". Elza Soares - O tempo não para

Com mais de 60 anos de carreira, Elza vive, desde o lançamento do cultuado álbum "Mulher do fim do mundo" (2015), um período de especial efervescência artística. Em maio, saiu o também elogiado disco "Deus é mulher", com o qual tem excursionado pelo país. No próximo dia 28, ela faz o show de lançamento carioca no Oi Casa Grande.

Além disso, está em cartaz no Teatro Riachuelo, também no Rio, o musical "Elza", dirigido por Duda Maia, que celebra vida e obra da cantora. O espetáculo é protagonizado por mulheres — sete atrizes e seis musicistas.

‘A peça é uma parábola bíblica, é pró-cristã’, diz atriz Renata Carvalho

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Escândalo Harvey Weinstein inspira séries e filmes

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Morre a fadista Celeste Rodrigues aos 95 anos

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RIO — Morreu aos 95 anos a cantora de fado Celeste Rodrigues, irmã da diva do gênero musical português, Amália Rodrigues. O anúncio foi feito pela família da cantora nesta quarta-feira através do Facebook.

Família Celeste Rodrigues

Três anos mais nova que Amália, falecida em 1999, Celeste também era um grande nome do fado. A cantora estava se preparando para iniciar uma turnê mundial para celebrar seus 73 anos de carreira. Entre suas canções mais conhecidas estão "A lenda das algas" e "Fado das queixas".

A fadista encantou a rainha pop Madonna, que mora atualmente em Lisboa. No fim do ano passado ela chegou a postar um vídeo em seu Instagram cantando “Can’t Help Falling in Love”, de Elvis Presley, ao de Celeste.

Madonna com Celeste Rodrigues

Morre, aos 72 anos, o produtor Djalma Limongi

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RIO — Morreu nesta terça-feira, aos 72 anos, o produtor Djalma de Oliveira Limongi. A causa de morte não foi divulgada.

Nome conhecido da noite carioca, foi produtor de figuras importantes do cenário artístico brasileiro, como Paulo Autran, João Bethencourt, Marília Pêra e Nelson Motta, além de cantores como Marina e Lobão.

No teatro, trabalhou com atores como Paulo Autran — "Coriolano" (1973), de Shakespeare, e "Dr. Knock" (1974), de Jules Romains — e Marília Pêra — de "Apareceu a margarida" (1972), de Roberto Athayde e "Adorável Júlia" (1983) —, Djalma virou braço-direito de Nelson Motta. Em 1976, administrou a famosa casa Dancing Days.

Juntos, realizaram o primeiro Hollywood Rock (1975) e o lendário — e fracassado financeiramente — Festival Som, Sol e Surf (1976), em Saquarema, trazendo nomes como Rita Lee, Raul Seixas e a novata Ângela Rô Rô. Depois da Dancing Days, Motta, Djalma e sua trupe levaram a farra para o Morro da Urca no projeto Noites Cariocas, uma época de sexo, drogas e rock'n'roll.

"Rabugento, neurastênico, neurótico e bem possivelmente bipolar", como se autodefiniu em uma entrevista ao GLOBO em 2012, ele trabalhava havia 17 anos como relações-públicas do Fiorentina, restaurante que passou a ser visto como um ponto de encontro da cena cultural do Rio.

"Fui chamado há alguns anos para estabelecer uma relação de convivência", disse ele, definindo seu ofício notívago. "Chego aqui e não tenho hora para ir embora. Mas eu sempre fui rueiro, além de tarado pelo Rio de Janeiro. Já vivi o Real Astória, o Baixo Gávea, mas é aqui que encontro os meus amigos", contava na entrevista.

Para o produtor teatral Eduardo Barata, Limongi fazia da Fiorentina uma "extensão da nossas casas".

— Nunca saíamos de um jantar sem uma novidade, uma informação importante — conta o produtor. — Ele ia de mesa em mesa, fazia as pessoas se conhecerem. Quase um professor da noite, da cultura e das artes. Um homem de uma estirpe que não se faz mais.

Amiga próxima de Limongi, a atriz e diretora Inês Viana conta que o produtor era "uma referência para a classe artística".

— Estou indo para o Fiorentina, onde faremos um brinde para ele mais tarde — diz. — Todos os encontros da classe teatral eram lá porque ele era um cara muito respeitado por nós. O Djalma era uma das pessoas mais dignas que já conheci na vida, a favor da arte e da liberdade de expressão.

Músicos da Legião Urbana saem em turnê com 'Dois' e 'Que país é este'

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Frei.Wild: banda acusada de incentivar ideais xenófobos arrasta multidões na Alemanha

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NATZ, Itália — No momento em que a Frei.Wild subiu ao palco do Alpen Flair, um festival de música no norte da Itália, o sol tinha desaparecido atrás dos picos florestais dos Alpes. Grande parte do público de 20 mil pessoas tinha viajado cerca de 160 quilômetros, vindo da Alemanha, para ver a banda. A plateia era esmagadoramente branca e, em sua maioria, masculina, e muitos fãs gritaram enquanto a banda tocava uma de suas canções mais polêmicas, "Südtirol".

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Flavia Coelho faz sucesso na França, mas ainda é pouco conhecida no Brasil

A música celebra a região sul de Tirol, onde o festival estava sendo realizado, e berço da Frei.Wild. A província, que tem no alemão uma de suas línguas mais predominantes, foi passada para a Itália pelo Império Austro-Húngaro após a Primeira Guerra Mundial. "Eu não vou tolerar qualquer crítica à esta terra sagrada, nossa pátria", cantava o tatuado vocalista Philipp Burger. Uma águia como a que ilustra a bandeira da região era projetada no telão ao fundo.

A Frei.Wild (pronuncia-se FRY-vilt) tornou-se uma das mais controversas e bem-sucedidas bandas na Alemanha, onde suas letras sobre amor à pátria ressoaram em pessoas que querem desafiar o tabu pós-guerra contra expressões públicas de orgulho nacional.

A banda canta em alemão, e sua música é uma variante mais punk do "deutschrock", a versão alemã do rock. Mas a identificação com Tirol do Sul permite ao grupo dar voz a sentimentos nacionalistas em alemão, para uma audiência em grande parte alemã, evitando a reação que uma banda alemã encontraria ao fazer declarações semelhantes. Frei.Wild - Südtirol

O álbum mais recente do grupo, "Rivalen und rebellen" ("Rivais e rebeldes"), alcançou o topo das paradas de músicas cantadas em alemão na Alemanha e na Áustria no início deste ano, e é o segundo disco mais vendido na Alemanha em 2018 (em qualquer língua). Grande parte dos shows da turnê do grupo, que incluem arenas com capacidade para mais de 12 mil pessoas, estão com ingressos esgotados.

Diante de músicas como "Südtirol" e "Land der vollidioten" ("Terra de completos idiotas"), que condena a remoção de cruzes de escolas em respeito a crianças não-cristãs, críticos na Alemanha argumentam que a banda ajuda a fomentar o sentimento anti-imigrantes e o nacionalismo de direita. Os músicos respondem que estão meramente cantando sobre suas experiências pessoais, e que a reputação enquanto banda de extrema-direita é uma distorção da imprensa.merlin_140262528_85218e2d-b2be-44ec-8309-50c2dad50e70-jumbo.jpg

Em uma música, "Wahre werte" ("Valores verdadeiros"), Burger canta que "idioma, tradições e religião são valores da pátria/Sem eles, nós iremos abaixo". Em uma entrevista, o vocalista disse que o título de uma de suas novas canções, "Antiwillkommen" ("Anti-bem-vindo", em tradução livre), era uma provocação. Após a decisão da chanceler Angela Merkel de permitir a entrada de um grande número de imigrantes na Alemanha em 2015, o governo encorajou uma "willkommenskultur", ou "cultura de boas vindas".

Um artigo recente da revista alemã "Der Spiegel" disse que a banda "soa como a trilha sonora para a plataforma de partido do AfD", referindo-se ao partido populista de direita Alternative for Germany, que angariou surpreendentes 13% dos votos na eleição nacional do ano passado. A última turnê da Frei.Wild pela Alemanha enfrentou protestos em diversas cidades.

Peter Söder, 52 anos, e sua mulher, Claudia, 44, viajaram de Baden-Württemberg, ao sul da Alemanha, para Tirol do Sul a fim de ver a banda no Alpen Flair. "Frei.Wild não é apenas entretenimento e diversão, é política, também", disse Söder. "As letras capturam o zeitgeist na Alemanha". Frei.Wild - Antiwillkommen [Offizielles Video]

Fumando um cigarro no backstage do festival, Burger lembra como ele e três colegas — Christian Fohrer, Jochen Gargitter e Jonas Notdurfter — formaram a banda em 2001, inspirados nos Ramones, no Guns N' Roses e na Böhse Onkelz, um grupo de rock alemão que também foi acusado de simpatizar com a extrema-direita.

Quando adolescente, Burger cantou em uma banda neonazista chamada Kaiserjäger — decisão que ele descreve agora como um "erro". Por mais que os integrantes da Frei.Wild morem em (ou próximos a) Brixen, na Itália, uma cidade pitoresca perto da fronteira com a Áustria, eles gradualmente construíram seu público tocando em clubes e festivais na Alemanha.

Burger explica que a banda focou na Alemanha por ter um mercado muito maior para músicas cantadas em alemão do que a Itália. Com suas mensagens de orgulho pátrio, a Frei.Wild conseguiu atrair nacionalistas dos dois países — assim como da Áustria e da Suíça.

O sucesso do grupo tem sido recebido com indignação por músicos, ativistas e políticos na Alemanha. Em 2012, um jornalista acusou a Frei.Wild em um programa televisivo de agir como uma banda neonazista, desencadeando uma discussão mais ampla sobre a posição ideológica da banda. Quando foram indicados no ano seguinte ao Echo Prize, equivalente alemão do Grammy, outros artistas ameaçaram boicotar a cerimônia e a indicação foi cancelada. Frei.Wild - Auf ein nie wieder Wiedersehen - Rivalen & Rebellen Tour 2018 [Impressionen Kiel]

Burger responde que tal reputação da banda é, em grande parte, uma invenção da mídia, que deturpa e interpreta mal suas letras. O cantor reforça que a maioria das canções da banda foram expressões pessoais de "medos, esperanças, decepções, sentimentos de gratidão à família, e sobre Tirol do Sul".

Sven-Christian Kindler, deputado alemão que foi atacado por extremistas de direita em 2014 após criticar as letras da Frei.Wild, disse em entrevista por telefone que Burger deliberadamente usou códigos ambíguos para atrair os fãs de extrema-direita. "É a estratégia clássica dos radicais de direita", lembrou Kindler.

Como exemplo, ele citou a música "Gutmenschen und Moralapostel" ("Benfeitores e moralizadores"), que critica os "super-heróis do século", que decidiram que "pessoas deveriam se odiar/Só assim a história, que traz dinheiro, não é posta para dormir". Kindler afirma que os versos são "códigos anti-semitas".

Por e-mail, Burger diz que as acusações de Kindler são "burras, maliciosas e erradas", e que a letra é, na verdade, sobre "belicistas, imperadores corporativos", políticos e "agitadores da mídia". Ele garante ainda que a banda é pró-Israel, tem fãs judeus e visitou Israel diversas vezes.


Festival do Rio 2018 é adiado para novembro

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logo-festivaldorio-facebook.jpgRIO - A 20ª edição do Festival do Rio, que aconteceria entre 4 e 14 de outubro, foi “excepcionalmente” adiada para 1º a 11 de novembro. Os produtores que inscreveram filmes na mostra Première Brasil foram avisados da mudança por meio de um e-mail enviado pela organização do festival.

Segundo a mensagem, “a decisão foi tomada pensando na qualidade do evento, sua melhor estruturação e realização”. A reportagem entrou em contato com a direção do festival, que não deu mais detalhes. Em comunicado, garantiu que vai “oferecer à cidade um evento de nível internacional, com os grandes filmes do ano, reunindo o melhor do cinema e promovendo grandes encontros artísticos e profissionais.”

Em julho, a mostra Première Brasil, considerada uma das principais vitrines do cinema nacional, anunciou que prorrogaria as inscrições de filmes até o dia 15 de julho.

“O cinema brasileiro continuará brilhando com a Première Brasil — a grande janela da nossa produção — e mais uma vez transformar a cidade em um lugar de reflexão, independência e alegria”, acrescentou o festival.

A edição do ano passado foi a primeira sem o apoio da Prefeitura, o que causou vários protestos por parte de atores, cineastas e produtores. Mesmo assim, foram exibidos 250 filmes de 60 países, sem percalços ou atrasos.

Produtora anuncia show de Azealia Banks no Rio

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RIO - Rapper que apareceu coberta de elogios em 2011 e desde então não cessa de se envolver em polêmicas, a americana Azealia Banks se apresentará pela primeira vez no Rio de Janeiro, no dia 10 de novembro, em local a ser confirmado, no Centro. A informação é da Descobrir Música, produtora responsável pelo evento.

Com passagens pelo Brasil em 2012 e 2016, Azealia arrumou confusão com os brasileiros no ano passado ao dizer: "Não sabia que tinha internet na favela." Sua lista de barracos inclui impropérios homofóbicos contra um comissário de bordo de um avião, acusações de agressão e racismo contra o ator Russell Crowe e, este ano, uma longa troca de ofensas com a rapper Cardi B..

Em abril, num lance que deixou os fãs de cabelos em pé, Azealia Banks recorreu ao Stories do Instagram para dizer que tinha sido drogada e estuprada. Horas depois, apagou as postagens e disse que estava tudo bem. Anna Wintour

Este ano, a rapper lançou as músicas "Anna Wintour" e "Treasure island", que estarão em seu segundo álbum, o muito adiado "Fantasea II: The second wave", previsto para sair este ano. Em 2016, Azealia surpreendeu os brasileiros gravou um cover de "Chega de saudade", sucesso da bossa nova.

Além do Rio, a rapper se apresenta também em Curitiba (dia 11 de novembro, no Ópera Concept Hall), Fortaleza (dia 14, no festival Pisa Menos), Recife (dia 15, no Bailito) e São Paulo (dia 16, no Tropical Butantã). Azealia Banks - Treasure Island (Official Audio)

'Alf, o Eteimoso' vai ganhar novos episódios

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MV5BNzIxZjBjZDktNzU4Ny00MjYwLThmZWEtYTI2ZmQ4YThiYTczXkEyXkFqcGdeQXVyMjk3NTUyOTc@._V1_.jpgRIO - O clássico infantil "Alf, o Eteimoso" está prestes a ganhar uma nova versão na TV, informou a "Variety" nesta quarta-feira.

Segundo a revista, os estúdios da Warner Bros. já estão desenvolvendo um reboot do programa, exibido por quatro temporadas entre 1986 e 1990.

Para quem não lembra (ou para os mais novos), Alf era o alienígena que chega à Terra e cresce com uma família de classe média. A atração é, hoje, considerada um ícone da cultura pop.

Ainda não há detalhes sobre quem ficará encarregado de reviver o seriado. Em relação à trama, a "Variety" informa que uma ideia envolve o personagem fugindo da Área 51, onde teria ficado preso desde o fim do programa.

Artista plástico Antonio Dias morre aos 74 anos, no Rio

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RIO — O artista plástico Antonio Dias morreu no início da tarde desta quarta-feira, na Clínica São Vicente, Zona Sul, por complicações de um tumor no cérebro. Ele estava internado desde domingo e tinha 74 anos. O velório acontece nesta quinta-feira, a partir das 14h, na Capela 7 do Memorial do Carmo. O corpo será cremado.

Há sete anos, ele havia sido diagnosticado com um tumor no pulmão. Em junho do ano passado, foi detectado um outro câncer, na cabeça. Ele chegou a ser submetido a uma cirurgia em julho, em Milão.

Nascido em Campina Grande (PB), em 1944, Antonio Manuel Lima Dias aprendeu com o avô as técnicas elementares do desenho. Vivendo no Rio de Janeiro, onde trabalhou como desenhista de arquitetura e gráfico no fim da década de 1950, estudou com Oswaldo Goeldi (1895-1961) no Atelier Livre de Gravura da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). As obras de Antonio Dias

Em 1965, Dias recebeu uma bolsa para estudar em Paris, onde permaneceu até 1968. Depois, viveu em outras cidades no exterior, como Milão, Nova York e Berlim. Em 1977, em uma viagem para a Índia e o Nepal, estudou técnicas de produção de papel, posteriormente utilizadas em séries que usam como suporte o papel artesanal. Em 1992, tornou-se professor da Sommerakademie für bildende Kunst, em Salzburg (Áustria) e, no ano seguinte, da Staatliche Akademie der bildenden Künste, em Karlsruhe (Alemanha).

Além de participações na 39ª Bienal de Veneza (1978) e na 16ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo (1981), Dias teve individuais em países como França, Holanda, Alemanha, Itália, Bélgica, Suíça, Argentina, Áustria e Taiwan.

"ARTISTA INCRÍVEL, PESSOA ESPECIAL, UM MESTRE"

Para o curador, professor e historiador da arte Paulo Sergio Duarte, "perdemos um dos grandes artistas de nosso tempo":

— Desde muito cedo sua obra contribuiu para uma compreensão diferente da 'Nova Figuração' pela corajosa aliança entre tema e forma: uma violência simbólica inédita surgia desde 1964. A pintura saltava literalmente da parede e se projetava no espaço em volumes que sugeriam cascatas de sangue e eram associadas a cogumelos atômicos e genitálias masculinas e femininas, sempre de forma ambígua com imensa força poética, um pênis parecia também a cabeça de uma ave de rapina. — diz Paulo. — Em 1973, na revista "Art Press no. 6", publiquei minha primeira crítica sobre meu grande amigo. Desde então, não cessou essa colaboração mútua, onde recebi muito mais do que fui capaz de dar.

A poeta artista visual e Lenora de Barros lembra que conheceu o artista paraibano quando morou em Milão, no começo dos anos 1990.

— Estamos todos muito tristes. Era um artista incrível, uma pessoa muito especial, um mestre. Além de ser sempre muito generoso, uma pessoa muito divertida e muito elegante. Meu pai (o artista plástico Geraldo de Barros) também gostava muito dele, tiveram um encontro muito bonito. O Antonio fez parte da minha formação, cheguei a fazer uma exposição em Milão na qual ele me ajudou muito. Foi um grande interlocutor, vai fazer muita falta, vou sentir muito.

Conhecido pelas instalações, o artista plástico Cildo Meireles começou com desenhos — nos quais reconhece a influência de Dias:

— Nos meus primeiros trabalhos, do início dos anos 1960, seguramente haverá algum tipo de referência à obra de Antonio Dias. Para nós, que estávamos começando naquele período, tudo o que ele fazia era icônico — diz Meireles. — Trata-se de uma perda irreparável, uma figura que permanecerá, uma referência incontornável na arte brasileira.

APREÇO PELA INDEPENDÊNCIA

Valorizado no mercado nacional e internacional, Antonio Dias sempre prezou a independência em sua obra. "A lei do mercado diz: 'Fez verde e vendeu? Faça mais verde'. Para mim, uma vez que fiz verde, acaba o verde. É engraçado, mas acabei sendo um contraponto do mercado. Se estão querendo isso, eu faço aquilo. É uma maneira de manter as rédeas comigo. Ora, eu sou artista para ser independente", declarou o artista em uma entrevista ao GLOBO, em 2013.

Antonio Dias deixa duas filhas: Nina Dias, do casamento com a crítica Ligia Canongia, e Rara Dias, do casamento com a artista Iole de Freitas.

— O mundo perdeu um grande artista, Rara e Nina, um pai carinhoso, os amigos, um verdadeiro companheiro. Viva Antonio Dias — conclui Paulo Sergio Duarte.

Morre Mario Cravo Júnior, último dos modernistas baianos

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RIO — Parte da primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia, o escultor, pintor, gravador e desenhista Mario Cravo Junior morreu na manhã desta quarta-feira, em Salvador, aos 95 anos, após dez dias de internação por causa de uma pneumonia. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. Cravo Júnior era considerado o último modernista baiano vivo.

Sua obra mais conhecida é o monumento da Fonte da Rampa do Mercado, no Centro de Salvador, um dos cartões-postais da cidade. Diversas esculturas suas também estão presentes no Parque de Pituaçu, também em Salvador.31963128_BV - 1311.2003 - Escultura de Mario Cravo e Elevador Lacerda em Salvador - Foto Suzana Ve.jpg

A obra de Mario Cravo Júnior transitou entre as mais diversas tradições artísticas, entre as quais cerâmica, imaginária popular, ex-votos e manifestações culturais regionais com as quais entrou em contato nas inúmeras viagens que realizou pelo interior do Nordeste.

Filho de um próspero fazendeiro e comerciante, o artista fez suas primeiras esculturas entre 1938 e 1943, período em que viajou pelo interior da Bahia. Em 1945, trabalhou com o santeiro Pedro Ferreira, em Salvador, e mudou-se para o Rio de Janeiro, estagiando no ateliê do escultor Humberto Cozzo. Em 1947, realizou sua primeira exposição individual, em Salvador.

Ainda naquele ano, Mario foi aceito como aluno especial do escultor iugoslavo Ivan Mestrovic na Syracuse University, nos Estados Unidos, e, após a conclusão do curso, mudou-se para a cidade de Nova York. De volta a Salvador, em 1949, instala ateliê no largo da Barra, que logo se torna ponto de encontro de artistas como Carlos Bastos, Genaro e Carybé.cruzcaida.jpg

Em 1954, o artista começou a lecionar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 1964 e 1965, morou em Berlim, patrocinado pela Fundação Ford. Retornou ao Brasil em 1966, ano em que obteve o título de doutor em belas artes pela UFBA e assumiu o cargo de diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia, posição que ocupou até 1967.

Em 1981, Mario Cravo Júnior coordenou a implantação do curso de especialização em gravura e escultura da Escola de Belas Artes da UFBA. Em 1994, doou várias obras para o Estado da Bahia, que passam a compor o acervo do Espaço Cravo, localizado no Parque Metropolitano de Pituaçu.

Seu filho, Mario Cravo Neto, também era escultor, mas ficou famoso e foi reconhecido internacionalmente em outra área, a fotografia. Morreu em 2009, aos 62 anos.

Autoridades lamentaram a morte do artista. O governador da Bahia, Rui Costa, disse: "Mario Cravo Júnior soube ser local e universal em sua arte única. Escultor, gravador, desenhista e professor, percorreu o mundo, juntou conhecimento e experiências; e voltou à Bahia como professor universitário e diretor de museu, com uma bagagem artística extraordinária. Perdemos um ilustre nome das artes, que se eternizará na memória de todos os baianos."

Já ACM Neto, prefeito de Salvador, declarou: "O mundo perde, hoje, um dos maiores expoentes da arte moderna."

‘Segundo sol’: Severo implora pela ajuda de Roberval para salvar Manuela

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RIO - Desesperados com a falta de dinheiro para pagar o resgate de Manuela (Luisa Arraes), a família Athayde decide pedir uma grande parte da quantia a Roberval (Fabricio Boliveira), em "Segundo sol". A ideia é de Zefa (Claudia di Moura), que não vê outra solução para salvar a jovem. Edgar (Caco Ciocler) imediatamente concorda com a atitude, apesar da resistência de Severo (Odilon Wagner). Zefa, então, toma a iniciativa e vai até a casa de Roberval. O milionário aceita fazer o empréstimo, mas exige que a família inteira vá até ele pedir o dinheiro.

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A princípio, o patriarca dos Athayde se recusa à tamanha humilhação diante de seu principal inimigo, enquanto os outros decidem bater à porta do empresário, juntamente com Luzia (Giovanna Antonelli) e Ícaro (Chay Suede). Quando Severo percebe que não existe outra forma de libertar a neta do cativeiro, dá o braço a torcer e também pede socorro ao filho bastardo.

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Roberval exige que o pai suplique sua ajuda e se sente orgulhoso por estar dando o troco no homem que lhe rejeitou no passado. O milionário faz questão de ressaltar que a quantia não representa nada diante de sua enorme riqueza e que agora quem dá as cartas é ele. Apesar de ser da família, Rochelle (Giovanna Lancellotti) apoia o patrão em sua estratégia de vingança contra Severo. Como cartada final, o filho de Zefa decreta que só irá entregar o dinheiro na casa de Cacau (Fabiula Nascimento), pois a ex-noiva foi a única que não implorou por sua contribuição.

As cenas vão ao ar a partir desta quinta, dia 2

ABL debate as histórias dos ‘ocupantes’ da cadeira 41

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RIO - Criada nos mesmos moldes da Academia Francesa, em 1897, a Academia Brasileira de Letras tem 40 cadeiras. Mas o tema do ciclo de conferências que a ABL promove no mês de agosto é a 41ª delas. Quem explica o inusitado mote para os debates — já usado numa série de palestras do ano passado, e agora repetido por ter caído no gosto do público — é a acadêmica e escritora Ana Maria Machado, coordenadora do ciclo:

— O “Cadeira 41” é um ciclo sobre a cadeira que não foi preenchida. Nós somos 40 acadêmicos, e ela se refere a quem não entrou para a Academia. Alguns deles vão ter suas obras analisadas de diferentes ângulos, por diferentes especialistas.

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São escritores de peso, como Carlos Drummond de Andrade (“Drummond: poesia e aporia”, pelo acadêmico Antonio Carlos Secchin, no dia 16) e Monteiro Lobato (“Cem anos de Urupês, o primeiro best-seller nacional”, pelo escritor Luís Camargo, no dia 23), que recusaram todos os convites para tentarem candidatura. Mas também há o caso do filólogo Antenor Nascentes, que sempre quis ser imortal, mas faleceu em 1972, aos 86 anos, sem conseguir.

— Na época da fundação, a Academia não chamou nenhum filólogo por ser filólogo. Até havia quatro deles, mas que chegaram lá por serem escritores — explica o acadêmico e também filólogo Evanildo Bechara, que abre a nova série hoje em “Antenor Nascentes, um tardio na cadeira 41”. Ele conta a história deste que curiosamente é o autor do primeiro dicionário da Academia (escrito na década de 1940, mas só publicado nos anos 1960).

Segundo Bechara, Nascentes, descendente de negros, era paupérrimo, e só conseguiu prosseguir nos estudos porque uma professora percebeu sua inteligência e pagou para que ele pudesse se matricular no concurso que lhe garantiu uma vaga no Colégio Pedro II. Acabou ocupando, como fundador, a cadeira de número 3 da Academia Brasileira de Filologia.

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— Ele tinha um olho no vocabulário clássico e outro na língua do povo. Foi um dos mais importantes defensores da unidade da língua nacional. Merecia, mais do que muita gente, entrar para a Casa — defende Bechara, que busca encontrar herdeiros de Nascentes. — Gostaria de dizer para seus netos que ele era um Garrincha, um Pelé. Só que pela cabeça, e não pelos pés.

Também serão lembrados no ciclo de palestras o romancista Domingos Olympio (“Luzia-Homem: a criação de um mito mulher”, pela antropóloga Laura Viveiros de Castro Cavalcanti, no dia 9) e o escritor Osman Lins (“Osman Lins, 40 anos depois, mais atual”, por Hugo de Almeida, que encerra o ciclo de conferências de agosto, no dia 30). Os encontros são sempre às quintas-feiras, às 17h30m, no Teatro R. Magalhães Jr, na ABL.


Lily James diz ter chorado antes de conhecer Meryl Streep

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NOVA YORK — Após papéis de peso em "O destino de uma nação" (2017) e "Guerra & paz" (2016), os agentes de Lily James não tinham certeza de que ela lidaria bem com uma oferta menos cerebral. Por exemplo, a versão jovem da rainha dançante Donna Sheridan — um papel consagrado por Meryl Streep — na continuação de "Mamma mia!", o bem-sucedido musical de 2008 construído em torno das músicas do grupo de pop sueco Abba.

CRÍTICA: 'Mamma mia! Lá vamos nós de novo'

"Foi, tipo: 'vocês tão malucos? É maravilhoso!", diz Lily, que rapidamente desviou do caminho ao Festival Glastonbury, na Inglaterra, para fazer um teste para o filme. Após descobrir que tinha conseguido o papel, ficou com o pé atrás.

"Paniquei com a ideia de assumir o papel de Donna depois de a Meryl tê-lo feito de forma tão vívida e mágica", diz. "Paniquei com a ideia de cantar e dançar, e com o tempo que eu teria para me preparar. Até que, finalmente, decidi aguentar o tranco." Trailer de 'Mamma Mia! Lá vamos nós de novo'

Em "Mamma mia! Lá vamos nós de novo", em cartaz a partir desta quinta-feira, Lily aparece no passado de Donna, uma efervescente aluna de Oxford que conhece não um, mas três homens bonitos a caminho da ilha grega de Kalokairi. Ela fica grávida, sem saber quem é o pai.

Enquanto isso, no presente, a sua filha Sophie (Amanda Seyfried) está homenageando a mãe com a inauguração do Hotel Bella Donna. Aí chega uma tempestade. O nome dela é Cher.

Lily James, de 29 anos, chamou atenção do público em 2013, com a espirituosa Lady Rose, de “Downton Abbey”, antes de fazer a personagem título de "Cinderela" (2015), da Disney, e de segurar uma espingarda em "Em ritmo de fuga" (2017).

LEIA MAIS: Cher anuncia álbum só com covers do Abba

O que sabemos até agora sobre a participação de Cher em 'Mamma Mia!'

Este ano, ela estrela "The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society", no papel de Juliet Ashton, uma autora britânica que, em 1946, vai até uma ilha escrever sobre um clube de livro formado durante a Segunda Guerra, quando o local estava ocupado por nazistas.

Antes de pegar o voo para Estocolmo, onde aconteceria a estreia de "Mamma mia!", ela conversou alegremente, por telefone, sobre os riscos de invocar Meryl Streep e sobre o poder de Cher.

Antes de qualquer coisa, de onde veio seu talento para a música?

Meu pai era um bom cantor. Ele integrou uma banda chamada Two Way, com o ator Anthony Head. Lançaram até um álbum. Ele cantava e tocava guitarra, então acho que herdei dele. Minha mãe, não. Ela não tem muito talento para a música.

Você já cantava em "Cinderela". Ficou nervosa na hora de fazer o teste para "Mamma mia"?

Cantei poucas músicas — "I have a dream" e "Mamma mia" —, e aí entrei numa sala com o coreógrafo, os produtores e o diretor. Ou seja, era numa sala intimidadora. Mas eu sou tão fã do musical, vi tantas vezes quando eu era mais nova... e amei o filme também. Acho que capturou o espírito da peça, o que é muito difícil de se fazer — manter a essência e a atmosfera.

Como foi fazer um musical em que as canções são hits enormes?

A primeira coisa que fiz foi ir a Estocolmo gravar as músicas com Benny (Andersson) e Bjork (Ulvaeus). De repente, eu estava no estúdio de Benny e cantando as músicas do Abba em frente ao Abba. Sério. E Anthony Van Laast é o coreógrafo, ele é o melhor — um mágico do movimento. No começo, eu fiquei, tipo: "Não, não quero que mandem em mim. Eu preciso ser uma atriz que entende". Mas percebi, aos poucos, que seguir uma estrutura rígida permitia liberdade plena dentro da música e da performance.

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Como é que se prepara para interpretar Meryl Streep?

Bem... (inspira profundamente e expira) Tentei ser super proativa em relação a isso, mostrar que eu já tinha feito todo o tipo de trabalho possível. Assisti ao filme milhares e milhares de vezes e tentei imitar os trejeitos dela, capturar a essência de Donna e o que a Meryl fez.

E quando você e encontrou, como foi?

Nossos caminhos não se cruzaram muito por causa da natureza do filme. Mas ela parece ser bem pé no chão, legal e generosa. Mas, você sabe, é Meryl Streep. Ela entra no ambiente e é simplesmente fantástico. Ela estava cantando numa capela, e eu sabia que estava prestes e conhecê-la, e comecei a chorar. Fiquei sobrecarregada. Disse a mim mesma para manter a compostura. Ela é a minha atriz favorita.

E aí tem a Cher.

Foi uma loucura. Levei minha mãe no dia em que a Cher ia cantar. Minha mãe e eu a vimos cantar através dos monitores do estúdio Pinewood, em Londres. Estávamos tremendo. Foi muito surreal ficar na primeira fileira de um show particular da Cher. A voz dela é tão poderosa e rica. Dá para senti-la na carne. É memorável.

Você tem uma cena favorita?

Tem uma hora em que eu encontro Bill, a versão jovem do personagem de Stellan Skarsgard, interpretado por Josh Dylan, e a gente dança num barco a caminho de Kalokairi. Foi numa semana mágica que passamos no Mar Adriático, na Croácia. Tudo brilhava. Dançar nesse lindo barco ao som de Abba... era simplesmente bom demais para ser verdade. Ao fim de cada dia, mergulhávamos no mar, enquanto o sol se punha.

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Demi Lovato deve deixar hospital esta semana e pode ir para clínica

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RIO - Segundo fontes citadas pelo site "TMZ" esta quarta-feira, a estabilização do estado de saúde da cantora Demi Lovato já permite que ela saia do hospital esta semana e que se planeje a sua internação em uma clínica de reabilitação. Demi sofreu uma overdose na terça-feira da semana passada e chegou a correr risco de morte.

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Segundo o "TMZ", pessoas mais próximas de Demi, junto com algumas das pessoas que trabalham para ela, vão dar um ultimato à cantora - ou ela se interna em busca de ajuda ou desistirão dela. Uma dessas pessoas disse ao site: "Demi pode morrer se não fizer isso, e eu não quero que digam que nós não fizemos nada."

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Fontes do "TMZ" dizem ainda que Demi perdeu o controle meses atrás e recusou ajuda, e que então todos ao seu redor têm estado nervosos. Eles acreditam, no entanto, que a overdose e as complicações no hospital a assustaram o suficiente para que ela vá a uma clínica em busca de tratamento prolongado.

Rappers do selo Duto pregam união na música 'Impávido'

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RIO — Em suas músicas, os artistas do selo e produtora Duto destilam uma essência tipicamente da Zona Norte. Diretamente de Madureira, eles fazem um hip-hop que procura aproximar a cidade — uma característica que pode ser vista na participação de Malía, Dughettu e Ramonzin no projeto Toca no Telhado, em que músicos se apresentam no terraço do GLOBO. Na última semana, o trio esteve numa tarde ensolarada no jornal para gravar a canção "Impávido", composta em parceria com Pretinho da Serrinha, um vizinho sambista que ajuda a mostrar como o Duto está aberto a diferenças.

Toca no Telhado: Dughettu, Malía e Ramonzin

Com seu quartel general situado num bairro conhecido pela extensa contribuição cultural do samba e do jongo, a mais de uma dezena de artistas do Duto expressa o poder de Madureira em exalar energia para outras cantos do Rio. O grupo surgiu em 2015, no encontro de artistas no terraço de um prédio do bairro. De lá, de um coletivo cujos integrantes apenas buscavam um espaço para fazer música, eles evoluíram para uma produtora e um selo musical.

— Madureira simplesmente é resultado de um processo que já vem há algum tempo fomentando numa estrutura alternativa de entretenimento. O bairro acaba representando todo um panorama de subúrbio, tem vários bairros, mas Madureira meio que vive um sincretismo de todos os aspectos do subúrbio, de todos os bairros. Eu acho que é um ponto de encontro entre essas interseções, tem se tornado um pólo muito interessante de se estar — afirma Ramonzin.

Apesar de ter uma história entrelaçada com o samba e, mais recentemente com o charme, Madureira não se detém a inspirar apenas no âmbito musical, garante o trio do Duto. Para eles, o bairro mostra seu viés inspirador em variadas facetas, especialmente pelo aspecto humano.

— Madureira abriga vários outros subúrbios, as pessoas de vários outros subúrbios. Para mim, é muito importante falar dessas pessoas, porque são elas que estão fazendo Madureira acontecer — diz Malía. — Eu acho muito incrível como as pessoas que vão para Madureira são grandes lançadores de tendência, e isso é muito inspirador, muito enriquecedor.

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Em "Impávido", faixa composta pelos artistas Dughettu e Ramonzin em parceria com Pretinho da Serrinha (e com participação de QXÓ e Malía), é invocada uma semelhança em todos brasileiros, que prevalece em detrimento de qualquer outra diferença. O clipe oficial da música foi gravado em duas comunidades de facções rivais, em Madureira. A canção usa um trecho do hino nacional.

— "Impávido" provoca um sentimento que vai além de um só lugar. A gente é brasileiro antes e depois da Copa, antes e depois da política, ou antes e depois de uma guerra urbana. Você sempre vai ser brasileiro, porque você nasceu, você se desenvolveu ali. Quando a gente pegou esse trecho do hino, era uma palavra que tem uma representatividade muito grande dessa narrativa do que é ser brasileiro, e a gente tá precisando construir uma atitude mais cívica, mais comprometida, sair um pouco do papel de só apontar o problema — discorre Marcelo Dughettu, criador do Duto.

Para ele, mais do que igualdade, há uma tendência de fortalecimento do ideal de unidade:

— Existe um discurso que é muito contemporâneo, e acho que a galera compartilha desse meu pensamento, que é a unidade, ninguém está mais pensando em igualdade, o ponto agora é como a gente unifica, porque todo mundo está querendo a mesma coisa. Aí você fala de interesses políticos, econômicos, sociais, mas o fato é que o desejo de estar junto e de virar o jogo é muito grande dentro da galera. "Impávido" tentou trazer isso.

Lidando com o aspecto social como consequência, Dughettu analisa a importância da representatividade através da música para ilustrar todos os desdobramentos sociais recentes:

— Quando você junta artistas, assina com uma gravadora multinacional, começa ter a repercussão de estar num terraço como este do jornal O GLOBO, você começa a ver que há entradas. A música constrói essa imagem, ela ajuda a você ter o modelo, o símbolo, a representação sonora de tudo isso que tá acontecendo.

* Sob supervisão de André Miranda

Maestro da Orquestra Real Concertgebouw de Amsterdã é demitido após acusações de assédio sexual

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78193754_FILES In this file photo taken on September 14 2016 Daniele Gatti the new chef conducto.jpg

AMSTERDAM — O maestro da renomada Orquestra Real Concertgebouw de Amsterdã, Daniele Gatti, foi demitido após acusações de assédio sexual, segundo informou a orquestra nessa quinta-feira.

As alegações surgiram pela primeira vez em um artigo em 26 de julho no Washington Post, no qual cantoras acusaram Gatti de tocá-las, além de outros comportamentos sexuais impróprios.

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MeToo ganha força na China após denúncia contra apresentador de TV

Gatti foi acusado no artigo do Post de assediar duas mulheres em seus vestiários, uma em Chicago e outra em Bolonha, na Itália, nos anos 90.

O maestro, que se juntou à Orquestra Concertgebouw em 2016, ainda não foi encontrado para comentar a demissão. No entanto, depois que a história do Post apareceu, ele fez um pedido de desculpas a "todas as mulheres que conheci em minha vida", especialmente aquelas que acreditavam que ele não as havia tratado com o respeito e a dignidade que mereciam.

A orquestra disse em um comunicado que “desde a publicação do artigo várias colegas da Concertgebouw relataram experiências com Gatti, que são inapropriadas, considerando sua posição como regente".

"A Orquestra Real Concertgebouw encerrou a cooperação com o diretor Daniele Gatti com efeito imediato", diz o texto. As acusações "danificaram irreparavelmente a relação de confiança entre a orquestra e o maestro" e Gatti será substituído por outros regentes em todos os próximos concertos”.

Gatti é a primeira figura internacional na Holanda a ser investigada pelo movimento social #MeToo, que vem responsabilizando líderes empresariais, políticos e artistas por má conduta sexual, levando a renúncias em grandes corporações e em Hollywood.

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