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Exposição do artista chinês Ai Weiwei confirma datas no Rio em 2019

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SÃO PAULO — Primeira exposição do artista chinês Ai Weiwei no Brasil, "Ai Weiwei Raiz" já tem datas definidas para sua passagem pelo Rio. Com cerca de 70 obras, entre peças inéditas feitas aqui e outras consagradas, a mostra ficará no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de 20 de agosto a 4 de novembro de 2019. Ai Weiwei

"Ai Weiwei Raiz" começa o giro pelo país por São Paulo, onde estreia na Oca, no Parque do Ibirapuera, no dia 20 e fica em cartaz até 20 de janeiro de 2019. Depois, segue para Belo Horizonte, no CCBB da capital mineira, onde ficará em cartaz de 5 de fevereiro a 15 de abril de 2019.

Sunflower Seeds, 2010.jpgCom projeto curatorial desenvolvido por Marcello Dantas, a exposição é também a maior já realizada na carreira de Weiwei. Em 8 mil metros quadrados de área, a Oca receberá obras inéditas, desenvolvidas ao longo de um ano, em Trancoso, na Bahia, pelo artista e uma equipe binacional formada por chineses e brasileiros.

"Ai Weiwei Raiz" também incorporará peças consagradas, como "Dropping a Han dynasty urn" (Deixando cair uma urna da dinastia Han); "Sunflower seeds" (Sementes de Girassol); "Straight" (Reto); "Forever bicycles" (Bicicletas Forever), e "Moon chest" (Cofre de Lua).


Compradora de Banksy triturado em leilão da Sotheby's vai manter aquisição da obra

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SÃO PAULO — A compradora que ofereceu mais de 1 milhão de libras por uma pintura do misterioso artista britânico Banksy que se autodestruiu no momento da venda vai prosseguir com a aquisição, informou nesta quinta-feira a casa de leilões Sotheby's.

Quando o martelo bateu na sexta-feira passada, após a oferta de US$ 1,38 milhão, a metade inferior de "Menina com balão", uma das obras mais conhecidas de Banksy, foi sugada por um triturador escondido em sua moldura. Quem estava no leilão se surpreendeu, e o momento foi registrado.

Obra bansky— Fiquei chocada a princípio. Mas, depois, comecei a perceber que acabaria com uma parte da História da arte na minha coleção — disse à Sotheby's a compradora, uma colecionadora europeia que quer se manter no anonimato.

A casa de leilões disse que a obra de arte recebeu um certificado do órgão de autenticação de Banksy e deu-lhe um novo título, "O amor está no lixo".

Links artes visuais— Banksy não destruiu uma obra de arte no leilão, ele criou uma — disse à agência Reuters Alex Branczik, diretor de arte contemporânea da Sotheby’s na Europa.

O próprio Banksy publicou uma foto em sua conta no Instagram de participantes do leilão chocados ao ver a pintura se desintegrar na semana passada, com a legenda: "Indo, indo embora..."

O artista, cuja verdadeira identidade é desconhecida, tem em seu currículo grafites ao ar livre com temas políticos espalhados pelo mundo. Elas estão no muro entre Israel e a Cisjordânia, e na Disneylândia, onde ele pintou uma figura em tamanho real de um prisioneiro da Baía de Guantánamo.

Outrora um pequeno artista de grafite da cidade inglesa de Bristol, o trabalho de Banksy tornou-se extremamente valioso.

Juiz de Nova York retira uma das acusações contra Harvey Weinstein

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NOVA YORK — Nesta quinta-feira, um juiz de Nova York rejeitou uma das seis acusações criminais contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein. Promotores afirmaram não poder se opor à decisão após descobertas durante a investigação do caso.

A acusação retirada diz respeito a um suposto abuso sexual cometido por Weinstein contra uma aspirante a atriz em 2004. Cinco outras acusações, envolvendo duas mulheres permanecem no tribunal criminal de Manhattan. Weinstein se declarou inocente de todas elas.

Audiência Weinstein links

O advogado de Weinstein, Benjamin Brafman, disse que buscará a retirada das acusações restantes. Ele também disse que investigaria o que descreveu como "perjúrio" perante o grande júri que indiciou Weinstein e a conduta de um detetive da polícia de Nova York envolvido no caso.

A mulher que acusou Weinstein de abusá-la em 2004, Lucia Evans, disse à revista "New Yorker", em outubro de 2017, que Weinstein a forçou a fazer sexo oral nele quando era uma estudante universitária de 21 anos.

"Quero deixar bem claro que a decisão do promotor de abandonar as alegações de minha cliente não invalida a verdade de suas alegações", disse Carrie Goldberg, advogada de Evans, a repórteres diante do tribunal após a audiência desta quinta-feira.

Versões diferentes

Após a audiência, o escritório do promotor distrital de Manhattan, Cyrus Vance, tornou pública uma carta que enviara a Brafman no mês passado revelando que uma testemunha anônima havia dito a eles que ouvira um relato do suposto abuso de Evans diferente do relatado por Evans a Vance.

Vance também soube que a testemunha havia contado a história a um detetive da polícia de Nova York, que não informou aos promotores, segundo a carta.

Mais de 70 mulheres, a maioria jovens atrizes e funcionárias do indústria do cinema, já acusaram Weinstein de ter forçado relações sexuais não consensuais, má conduta sexual, incluindo estupro. As denúncias datam de décadas e levaram ao surgimento do movimento #MeToo, no qual centenas de mulheres acusam publicamente de assédio e abuso sexual homens poderosos no mundo empresarial, da política e do entretenimento.

Conforme as acusações contra Weinstein foram acumulando, sua produtora, a Weinstein Co., decidiu pela demissão do produtor e entrou com pedido de falência. Ele também foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, instituição que concede o Oscar.

Em poema inédito, Leonard Cohen diz que 'Kanye West não é Picasso'

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RIO — Meses antes de morrer, o músico e escritor Leonard Cohen selecionou algumas de suas poesias mais recentes para compor o livro "The flame", lançado postumamente no início deste mês. Entre elas, uma chama a atenção pelo título curioso.

Em "Kanye West is not Picasso” (ou "Kanye West não é Picasso"), Cohen parece criticar o rapper, conhecido pelas declarações polêmicas. Em um dos versos, ele afirma ser "o Kanye West que Kanye West pensa ser" para, logo depois, dizer que é o "verdadeiro Kanye West". O rapper Jay-Z também é citado no poema. Veja abaixo o texto completo.

Leonard Cohen poesia

O poema teria sido escrito em março de 2015, dias depois de Kanye West afirmar a estudantes da Oxford University que, caso tivesse estudado belas artes, seria igual ou melhor que Picasso.

Leonard Cohen foi um dos personagens mais icônicos da música folk americana, sendo autor de canções famosas como "Hallelujah" e "I'm your man". Morreu em novembro de 2016, aos 82 anos, após sofrer uma queda enquanto dormia. Curiosidades de 'Hallelujah', de Leonard Cohen

Filme sobre acidente aéreo que matou parte da banda Lynyrd Skynyrd é liberado

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NOVA YORK — Um filme sobre o acidente aéreo de 1977 que matou o vocalista do Lynyrd Skynyrd, Ronnie Van Zant, e outros cinco integrantes do grupo, pode finalmente chegar ao público. Uma decisão tomada por um tribunal em Manhattan, nos EUA, anula uma liminar do ano passado, que impedia a distribuição do filme “Sobreviventes de rua: A verdadeira história do acidente de avião de Lynyrd Skynyrd”.

De acordo com a setença, o ex-baterista Artimus Pyle tem o direito de contar sua história, apesar da objeção de outros integrantes do grupo de rock, conhecido por sucessos como “Sweet home Alabama” e “Free bird”.

O filme foi baseado em parte nas experiências de Pyle, que se juntou ao Lynyrd Skynyrd como baterista em 1975, e foi uma das 20 pessoas que sobreviveram ao acidente aéreo de 20 de outubro de 1977 da banda no Mississippi.

Outros guardiões do legado de Lynyrd Skynyrd, incluindo a viúva de Van Zant, Judith Van Zant Jenness, o membro fundador, Gary Rossington, além de representantes dos ex-membros Allen Collins e Steve Gaines, tentaram impedir a exibição do filme.

Além de Van Zant, morreram o guitarrista Steve Gaines, o roadie Dean Kilpatrick, o tecladista Billy Powell e a guitarrista Cassie Gaines.

De acordo com os documentos judiciais, havia um juramento entre a viúva de Van Zant e outras pessoas ligadas ao grupo qye inicialmente incluía a promessa de “nunca mais usar o nome Lynyrd Skynyrd”.

‘Segundo sol’: Rosa revela para Ícaro que Valentim é o filho roubado de Luzia

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RIO - Em "Segundo sol", Rosa (Leticia Colin) esconde há bastante tempo o segredo que ameaça Karola (Deborah Secco) e Laureta (Adriana Esteves): Valentim (Danilo Mesquita) é o bebê roubado de Luzia (Giovanna Antonelli) logo após o nascimento, quase 20 anos atrás. Sem aguentar mais a pressão, ela confessa para Ícaro (Chay Suede) que Valentim é o irmão dele.

Ícaro custa a acreditar e recrimina Rosa por ter participado da tramoia. Ela garante que não tem nada a ver com a morte de Januária (Zeca de Abreu) e Remy (Vladimir Brichta), mas ele fica indignado ao se dar conta de que a amada fez chantagem para se dar bem em cima do sofrimento alheio. Links Segundo Sol

Rosa não tenta aliviar sua barra, mas fica arrasada quando ele diz que nunca imaginou que ela iria tão baixo por causa de dinheiro.

A jovem diz que tirou um enorme peso das costas. Ícaro segue despejando sua raiva e desprezo e quando Rosa pergunta o que será da vida deles daqui em diante, o rapaz deixa claro que dará todo o amor ao filho que esperam, mas não quer mais nada com ela. Rosa tenta se manter firme diante das palavras de Ícaro e pede que ele não demore a contar tudo para Luzia.

As cenas estão previstas para irem ao ar neste sábado, dia 13.

'Minha música não pode resolver o mundo. Deixo para Roger Waters', ironiza Nick Cave, hospedado no mesmo hotel que ex-Pink Floyd

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SÃO PAULO — Se o rock'n'roll ainda for capaz de produzir cenas de selvageria em hotel, a melhor aposta será no Fasano de São Paulo, onde o australiano Nick Cave, 61, e o inglês Roger Waters, 75, estão hospedados no Brasil.

Assim que chegou para a entrevista, nesta quinta, o líder dos Bad Seeds perguntou sobre a situação política do país e ouviu que o ex-Pink Floyd tinha feito alguns comentários políticos durante o show.

— Nós não somos amigos, você sabe... colegas? Hmmm... talvez.

Cave e Waters travaram uma discussão pública há um ano quando o inglês o pediu que não se apresentasse em Tel Aviv, como parte de um boicote cultural ao governo de Israel. Cave respondeu que marcou o show por uma "questão de princípios", contra artistas que fazem "bullying e censura" por motivos políticos.

Sorridente, Cave mudou rapidamente de assunto, fazendo um pequeno introito sobre sua vida em São Paulo, cidade em que morou até 25 anos atrás, depois de se apaixonar pela jornalista Vivianne Carneiro e ter com ela um filho, Luke. Neste domingo, Nick Cave e os Bad Seeds fazem a única apresentação brasileira da turnê sul-americana, no Espaço das Américas, e o assunto era obviamente inevitável.

— Eu tive uma vida aqui, foram anos maravilhosos, tenho ótima relação com minha ex-mulher e adoro o país. Reconheci alguns lugares, e percebi que as ruas andam mais limpas. É por aí? No Brasil eu não estava tentando buscar empréstimos da música de vocês, que é muito complexa, inteligente, com ritmos que não são para mim. Eu estava feliz e vivendo por aqui, e só.


Cave mostrou ter conhecimento da polarização política que a eleição presidencial impõe — "parece estar havendo um novo nível de ódio no país" —, e afirmou que sua música não é um curativo para essas questões, embora possa ajudar na "reparação das almas".

— Não acredito que minha música tenha condições de resolver os problemas do mundo. Isso eu deixo para Roger Waters.

Alô, doçura

De fato, o som de Cave não poderia ser mais diferente que o progressivo de Waters. Do pós-punk sombrio sobre cenas de violência, prisioneiros e humor negro nos anos 1980, o australiano de Warracknabeal se transformou num dos maiores artesãos da "love song", justamente a partir do LP "The Good Son", gravado no Brasil em 1990. Num período em que tentava se afastar das drogas, desenvolveu não apenas uma maior fluidez ao piano como abraçou melodias de maior doçura, em canções como "The Ship song".

— No Brasil eu não estava tentando buscar empréstimos da música de vocês, que é muito complexa, inteligente, com ritmos que não são para mim. Eu estava feliz e vivendo por aqui, e só. Não sei dizer o que eu teria feito à época caso não tivesse vindo para cá. O que posso dizer é que meus álbuns sempre desafiaram meu público, porque tento não me repetir, e muito foi dito sobre o aspecto mais suave daquele disco, que não agradou alguns dos fãs antigos.

Na atual quadra da carreira, Cave revisita canções antigas enquanto lida com o repertório de "Skeleton tree", álbum que compôs em meio à perda do filho Arthur, que caiu de um despenhadeiro em meio a uma viagem de ácido, em 2015. Um som de muitas texturas, de névoas eletrônicas pilotadas pelo parceiro Warren Ellis, multi-instrumentista que já havia dado esse tom no álbum anterior, "Push the sky away". Enquanto esse material aponta para o futuro, naquilo que Cave aposta ser uma trilogia, as canções anteriores ganham outros sabores, como a icônica "Into my Arms", de 1997.

— As canções acabam se conectando a aspectos diferentes conforme o tempo passa, e com a morte do meu filho eu acabei me conectando a ela num sentido completamente distinto. Havia algo de arrogante quando cantava os versos "Eu não acredito num Deus intervencionista". Hoje, não há.

Sem saudosismos

Muito à vontade, mas bastante seletivo nas palavras — chega a refazer vários começos de frases em busca da melhor expressão —, Cave mostrou-se sem qualquer nostalgia. Afirmou que não pretende retornar com o projeto paralelo Grinderman, uma espécie de rock maníaco e politicamente incorreto com membros dos Bad Seeds. Entende que parte da saudade no público se dá pela dificuldade que a liberdade de expressão encontra para canções explosivas como "No Pussy Blues" (Blues dos Sem-Órgão-Genital Feminino). E afirmou que o saudosismo é uma praga para o rock.

— Há muita coisa no rock branco que é feita olhando para o que foi produzido há décadas, e isso tem sido um tremendo equívoco. Enquanto isso, há excelentes coisas surgindo no hip-hop, por exemplo.

Perto do fim, indagado sobre o Rio, lembrou-se de ter passado ótimos momentos, mas que também foi a cidade em que acabou assaltado. Cave sorriu ao deixar a sala e tomou o elevador. No saguão do hotel, Waters conversava com alguma companhias. Só Deus sabe como será o café da manhã no Fasano nesta sexta-feira.

Criada por Anitta, animação ‘Clube da Anittinha’ ganha maratona neste dia 12

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RIO - Animação infantil idealizada por Anitta, o “Clube da Anittinha” ganha, neste Dia das Crianças, uma maratona com todos os dez episódios da primeira temporada. O desenho vai ao ar a partir das 20h30 no Gloob e às 12h30, no Gloobinho. Estão disponíveis ainda no Gloob Play e no Gloobinho Play.

No desenho, Anittinha vive diferentes aventuras ao lado dos seus cinco cachorros e dos amigos Marshmelle, Gatrick, Juju Coral e Estreller, todos inspirados em pessoas reais, que convivem com a cantora. A família da personagem também dá as caras na história: a mãe, Rositcha, o pai, Mauro Mar, e o irmão, Renuvem.

A animação é produzida pela Birdo Studio, assim como os roteiros, que tiveram a colaboração de profissionais como Janaína Tokitaka e Victor Sarro. Links Anitta

Sócios da Birdo, Luciana Eguti e Paulo Muppet dizem que a cantora participou de cada etapa da criação do desenho.

— Anitta gosta de desenho animado de verdade. Ela deixou a gente bem livre, mas curte essa estética de anime, com os personagens com olhão, por exemplo. E adorou os bonecos com olho e cabeça grande — diz Muppet, que completa: — Os personagens são inspirados em pessoas reais e partiram de uma visão muito humorada que a Anitta tem da família e dos amigos.

SEGUNDA TEMPORADA

78190722_O primeiro projeto infantil de Anitta estreia em outubro nos canais Gloob e Gloobinho A obr.jpgO sócio da Birdo Studio diz que a cantora sempre soube claramente o que queria para o desenho animado:

— Quando ela disse que queria cinco cachorros, a gente argumentou que seria muitos. Tentamos convencê-la a reduzir o número dos cachorros e mesclar a personalidade deles, mas Anitta queria os cinco. Ela conhece bem seu público e sabe o que eles gostam.

Janaína Tokitaka diz o estúdio já está trabalhando na segunda temporada da animação, prevista para o ano que vem.

— Uma animação compreende muitas etapas. E Anitta é uma pessoa com a agenda cheia. Mesmo assim ela aprovou pessoalmente todos os materiais.

A repercussão positiva da primeira temporada do desenho foi além dos que os sócios do estúdio esperaravam.

— A gente sabia que seria uma coisa grande, mas ficamos impressionados com toda a positividade que o trabalho gerou. A série é 100% educativa, passa valores

RESPEITO ÀS DIFERENÇAS

A série de desenhos animados trata de temas como meio-ambiente, amizade e o respeito às diferenças. Cada episódio traz uma composição inédita, interpretada pela própria Anitta. A cantora também dubla a voz da protagonista.


Peças para público infantil abordam temas como racismo, gênero e machismo

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RIO — “Por que tem coisa que um pode e o outro não?”, “Por que super-herói é coisa de menino?”, “Por que meninas são tratadas como bonecas?”. Estas perguntas guiam a peça “Por quê???”, de Diana Herzog, em cartaz no Teatro Ipanema até 4 de novembro. Inspirada no livro “Para educar crianças feministas”, da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, ela reflete sobre a possibilidade de se criar crianças livres dos limites impostos pelo que é ser uma menina e o que é ser um menino. “Por quê???” é apenas um exemplo de uma série de espetáculos para crianças que têm levado à cena reflexões sobre temas relevantes da sociedade contemporânea. Já bastante discutidos pelo teatro dirigido a adultos, elas chegam agora ao público infantil. Às vezes parece que as crianças são banidas do mundo. São afastadas de certas questões, por famílias ou escolas, que não vinculam a criança ao dia a dia, não transmitem a elas os desafios que terão de enfrentar

Outros espetáculos se destacam nessa mesma trilha: “O Pequeno Príncipe Preto” (com sessões neste fim de semana no Sesi Jacarepaguá); “Malala — A menina que queria ir para a escola” (em cartaz de hoje a a 21/10 no Sesc Ginástico), além de novos projetos, como as peças “Benja” e “Cabelos arrepiados”, ambas da autora e diretora Karen Acioly, que estreiam em 2019. Karen, que também assina a direção e a curadoria do Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens (FIL), iniciado nesta quinta, afirma que a “bolha” só é prejudicial às crianças:

— Às vezes parece que as crianças são banidas do mundo. São afastadas de certas questões, por famílias ou escolas, que não vinculam a criança ao dia a dia, não transmitem a elas os desafios que terão de enfrentar para crescer, e isso passa por compreender o machismo, o racismo, as questões de gênero, as diferenças sociais.

São questões de gênero, por exemplo, que norteiam “Por quê???”, com suas reflexões sobre a liberdade de meninos e meninas.

— Nessa aventura se descobre que a riqueza está na diversidade — diz Diana. — As “caixas” do que é “de menino” e “de menina” estão mais delimitadas do que nunca, porém, a maioria das crianças não se enquadra nelas. O objetivo da peça é levar representatividade a essas crianças e mostrar que tudo que elas têm de diferente é, justamente, o que têm de riqueza. Links crianças SC+

“Malala, a menina que queria ir para a escola” é a primeira adaptação teatral para o livro-reportagem da escritora e jornalista Adriana Carranca. Idealizado pela atriz Tatiana Quadros, com direção de Renato Carrera e canções originais de Adriana Calcanhotto, ela narra a viagem da jornalista ao Paquistão, em 2012, dias após membros do Talibã atentaram contra a vida de Malala, então com 14 anos. A garota defendia o direito das meninas à educação. Gostei de compor pensando em Malala porque, no fundo, quando crescer quero ser igual a ela.

— É necessário encenar essa história no momento em que lutamos contra tantas formas de opressão — defende Tatiana.

Fã de Malala, Adriana Calcanhotto conta como se envolveu com a história:

— Acompanho a trajetória de Malala desde sempre, com muita admiração por sua coragem e inteligência. Vejo a influência que ela exerce no mundo todo, a sua luta por um mundo melhor. Gostei de compor pensando em Malala porque, no fundo, quando crescer quero ser igual a ela. 79223467_SC - cultura para crianças - peça malala.jpg

Já “O Pequeno Príncipe Preto” subverte o título do clássico de Antoine de Saint-Exupéry. A história é guiada pela perspectiva de um menino negro que percorre diferentes planetas e, na jornada, compreende o valor da sua cultura e a beleza da diversidade de cada povo. O projeto surgiu a partir da constatação de que a maioria dos livros infantis só tem heróis e príncipes brancos e de olhos claros.É preciso estimular o público infantil a refletir. Faço o que Nina Simone dizia: “Como você pode ser um artista e não refletir os tempos?”. Não é o momento de sermos indiferentes

— Com a peça, a criança negra aprende um repertório de autoestima e confiança. Mesmo a criança não negra sai do teatro com outras percepções, sabendo da necessidade do respeito ao diferente — diz autor e diretor Rodrigo França.

Para ele, temas políticos, no sentido de “troca de ideias”, já encampados pelo teatro adulto, também podem ser desenvolvidos no universo da criança.

— É preciso estimular o público infantil a refletir. Faço o que Nina Simone dizia: “Como você pode ser um artista e não refletir os tempos?”. Não é o momento de sermos indiferentes na construção deste país, principalmente pensando nas próximas gerações.

Debbie Harry: 'Sinto falta dos anos 1970, mas adoro poder continuar a fazer música'

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Em seu novo livro, Frei Betto reflete sobre os desafios para o ensino no Brasil no século XXI

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RIO — Um dos principais pensadores da educação no Brasil, com 20 anos de experiência em projetos pedagógicos populares, Frei Betto volta a abordar o tema e seus desafios contemporâneos no livro “Por uma educação crítica e participativa”, recém-lançado pelo Anfiteatro, selo da Rocco. A publicação traz reflexões a partir da situação do Brasil em um estudo realizado no ano passado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em que ocupava a penúltima posição entre 36 países analisados. E ainda de seu 88º lugar entre 127 nações no ranking de Educação da Unesco, também em 2017.

Entre os problemas a serem enfrentados pelo país, o autor aborda desde as deficiências crônicas do sistema educacional até a sua relação com as novas tecnologias, que podem, na mesma medida, ensinar ou desinformar.

— É preciso equipar as nossas escolas de ferramentas digitais e ensinar a lidar com elas. Nem sequer a maioria das escolas deu o passo da tradicional interpretação de textos para o olhar crítico frente à TV, ao cinema e aos múltiplos recursos da internet — pondera Frei Betto, por email. — O resultado é milhões de pessoas sujeitas à descostura das mensagens digitais, escravizadas pelas algemas virtuais do smartphone, jogando fora um tempo precioso que poderia ser investido no diálogo ou na leitura. Pensam que estão navegando quando, de fato, estão naufragando.

79319307_SC - Por uma educação crítica e participativa - Frei Beto.jpgNa obra, o escritor destaca a importância de Paulo Freire, patrono da educação brasileira e uma das referências da pedagogia no mundo. Sobre as acusações de “doutrinação” que o célebre método do educador passou a receber por alguns setores da sociedade, Betto diz que é ingenuidade imaginar que não há ideologia por trás do entretenimento, da publicidade:

— Os que desprezam a obra de Paulo Freire são os que insistem em encarar o mundo pela ótica ideológica dos dominadores, e não dos dominados. Assim, são “educados” na convicção de que negros são intelectualmente inferiores aos brancos; índios, seres primitivos que atrapalham o progresso; mulheres, potenciais objetos eróticos; e homossexuais, meros pervertidos. Não se constrói uma nação com tanta segregação, preconceito e discriminação.

Para o autor, é preciso fazer uma revolução na educação para que o Brasil possa acompanhar as nações desenvolvidas, que, não por acaso, estavam à sua frente nos dois estudos sobre qualidade no ensino.

— É preciso perguntar, por exemplo, como o Japão, que é do tamanho do Maranhão, pobre e destroçado pela guerra na década de 1940, em poucos anos se tornou uma potência mundial — ressalta. — Sem educação não há solução. E todos nós somos frutos da educação que recebemos ou da deseducação que nos foi imposta.

“Por uma educação crítica e participativa” Autor: Frei Betto

Editora: Anfiteatro (Rocco). Páginas: 288. Preço: R$ 39,50.

Análise: As várias faces de Nick Cave prometem se encontrar no palco

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RIO - Multifacetado, mutante e inquieto até no luto, Nick Cave, que se apresenta neste domingo em São Paulo (depois de 25 anos sem fazer shows no Brasil), é herdeiro de duas correntes fundamentais do rock.

Primeiro, sua persona artística se deriva de uma linhagem que poderíamos simbolizar pela "Tower of song" ("Torre da canção"), aquela cantada pelo canadense Leonard Cohen com Hank Williams no topo, e que agrupa uma série de cantores-compositores com enorme densidade nas letras e romantismo enriquecido por lirismo e imagética. Cave é tributário de Cohen e Johnny Cash no uso da religião como acessório para falar de amor, e é muito disso que se ouvirá no show do domingo, sobretudo na perfurante balada "Into my arms", gravada com piano, baixo e voz no irretocável "The boatman's call", de 1997.

Nick Cave & The Bad Seeds - Into My Arms

Mas há também o frontman combativo, maior que a vida, que se dirige ao público como um pregador insano no Largo da Carioca — e sim, acabo de me lembrar do Cabo Daciolo. Esse homem verborrágico será perfeitamente reconhecível em "The mercy seat", canção de "Tender prey" de enorme poder cinematográfico, que conta os últimos pensamentos de um condenado à morte. É tudo cantado com a força punk que talvez encontre suas melhores equivalências em Johnny Rotten, dos Sex Pistols.

— Nós vamos estourar a cabeça da galera — prometeu ao fim da coletiva da última quinta-feira.

Nick Cave & The Bad Seeds - The Mercy Seat

Entre esses dois hemisférios, o cênico e o lírico, Nick Cave transitará pelas diferenças estéticas que se espalham pela enorme paleta construída pelos Bad Seeds, uma banda transnacional que já dispôs de gênios como o guitarrista alemão Blixa Bargeld (Einstürzende Neubauten), o arranjador australiano Mick Harvey (hoje parceiro em álbuns da ex de Cave, PJ Harvey) e o recém falecido tecladista Conway Savage.

Até 1989, os Bad Seeds eram uma banda extremamente ruidosa e macabra, com alguns toques decadentistas, o que lhes valeu o rótulo de "gótica" desde a estreia com "From her to eternity", de 1984, cuja faixa-título Cave deve recuperar em SP, até o "Tender prey", de 1988. Os anos 1990 iniciados no Brasil, porém, abriram as portas para um som mais camerístico.

Cave deixa os pesadelos musicais e começa a se aprofundar no artesanato da canção de amor, e daí surgiram pérolas mais acessíveis ao grande público, como a esperançosa "The ship song", do álbum "The Good son", de 1990. O australiano parece encarnar a ideia do poeta do rock, com canções de estrofes bem definidas, delicadeza nas melodias e pungência nada imagens.

Ainda há espaço para catarse pura, como na "Loverman" de "Let love in" (1994), que até o Metallica regravaria, e no álbum "Murder ballads", calcado na tradição americana da canção de assassinato e abrilhantado por duas participações especiais: a compatriota pop Kylie Minogue e a diva PJ Harvey, com quem teve breve, mas marcante relacionamento. Desse álbum, Cave cantará a explosiva e desbocada "Stagger Lee".

Nick Cave & The Bad Seeds - Stagger Lee

O piano tomaria a frente do som dos Bad Seeds com o fim da relação, contada em algumas das faixas de "The boatman's call". Na mesma época, ele se sentirá à vontade para dar uma conferência em Londres sobre a arte da canção de amor, em que cita García Lorca, W.H. Auden e a palavra "saudade".

Essa faceta propulsionou Cave para uma audiência até então inesperada. Canções como "People ain't no good" em "Shrek" e "O Children" em um episódio de "Harry Potter" sinalizavam que o cantor maldito estava plenamente assimilado como um gigante do gênero. A expansão de Cave pela arte ocidental avançava no cinema, com roteiros ("A proposta"), aparições ("O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford"), trilhas ("Os infratores") e até um natimorto projeto trazido por Ridley Scott e Russell Crowe: a continuação de "Gladiador". Ambos detestaram o excesso de violência que Cave propôs ao herói ressuscitado.

A última fronteira

Desde 2001 o conjunto se ancora sobretudo em Warren Ellis, guitarrista, violinista e arranjador, mestre de texturas e maior barba do rock depois dos ZZ Top. Sua capacidade de criar climas se instalou em "No more shall we part", atravessou o gospel de "Abbattoir blues/The lyre of Orpheus" e acabou tão onipresente que deixou pouco espaço para Blixa e Harvey, que deixaram a banda.

É de Ellis que emanam os sintetizadores caudalosos que embalam o gosto de trilha sonora tanto em "Push the sky away" (2013) quanto no mais recente "Skeleton tree" (2016), através do qual Nick Cave purgou seu luto pela morte do filho adolescente, Arthur, em acidente de 2015. A cortante "Distant sky" e a dolorosa "Jesus Alone", ambas de "Skeleton", podem ser lembradas no show deste domingo.

Nesses dois álbuns, essa música mais climática, sem formas definidas de canção, se espalha por versos menos narrativos e mais surrealistas, como o "feto numa coleira" de "Jubilee street", e os cientistas de "Higgs boson blues". São frutos colhidos em sua última fronteira.

Conquistar esse tipo de liberdade nas imagens foi um caminho longo, em que algumas fórmulas marcantes (e extremamente eficientes) foram deixadas para trás quando pareciam se tornar muletas. O uso de motivos religiosos como o passeio de um abandonado pela igreja de "Brompton oratory" (1997) se repetiu em 2001 com "Darker with the day", em 2001. Ambas são lindas e alcançam dimensões próprias, mas, na primeira década do século atual, Nick Cave parecia esgotar-se.

Coube a Ellis sugerir debochada, mas contundentemente, que o disco seguinte a "Nocturama" não mencionasse Deus. Positivamente desafiado, Nick Cave recorreu ao humor, mas precisava de um esconderijo para fortalecer a nova veia. Esse esconderijo veio num bigode e se tornou em 2007 o Grinderman, um projeto noise com Ellis e outros dois Bad Seeds (o baixista Martyn P. Casey e o baterista Jim Sclavunos). A temática era basicamente a busca por sexo depois dos 50 anos, dominada por um senso animalesco: o primeiro álbum traz um macaco masturbador, o segundo, um elegante lobo numa sala setentista entre o clean e o kitsch.

— Não faz sentido voltar com o Grinderman agora. Talvez quando estivermos bem velhos, com quase 80 anos, valha a pena voltar a compor naquela verve — disse Cave.

O Grinderman desenvolveu, em dois discos, músicas hilariantes sobre a fadiga sexual do homem branco de 50 e poucos anos com uma coragem que escarnecia do politicamente correto, mas também dessa figura ridícula que chama mulheres de "abelhinha" enquanto a convida a viajar para Marte. O grito primal de "Get it on", que abre o primeiro, e a fúria de "Bellringer blues", nos estertores do 2, comprimem experimentações diretas que levaram ao palco shows eletrizantes. Vi dois concertos do Grinderman em Londres e a sensação no ar era a de que nunca estivemos tão perto de sacrificar uma virgem num show de rock.

Grinderman - Get it On

Dali em diante, Cave levou o humor e o surrealismo mais a fundo, chegando a escrever seu segundo romance, "A morte de Bunny Munro", uma odisseia de pai e filho tão engraçada quanto desoladora, enquanto o som se transformava. "Dig, Lazarus, dig" (2008) é hoje considerado pelo próprio cantor um disco menor ("Parece que estávamos produzindo algo que olhava para trás", disse na coletiva em São Paulo).

A calibragem rumo ao futuro de Cave viria em "Push the sky away", que teria sua gênese contada no filme "20.000 dias na Terra", espécie de depoimento ficcional de Cave. Trata-se de uma incrível jornada pelos passos de um artista que parece ter sempre muito a dizer e poucas desculpas a pedir:

— Nunca me arrependi de nenhuma canção que escrevi. Talvez pudesse ter editado algumas delas, porque, você sabe... algumas são bem longas.

20,000 Days on Earth [ending scene with English subs]

Popload Gig com Nick Cave & The Bad Seeds

Quando: Domingo, às 20h.

Onde: Espaço das Américas — R. Tagipuru, 795, Barra Funda, São Paulo.

Ingressos: Entre R$ 100 e R$ 360.

Classificação: 18 anos.

Justiça americana condena Billy McFarland, criador do Fyre Festival, a seis anos de prisão

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RIO — O organizador de um fracassado festival de música caribenho foi condenado a seis anos de prisão por fraude, nesta quinta-feira. Billy McFarland, de 26 anos, foi levado sob custódia após a sentença, dada pelo Tribunal Federal, em Nova York, por sua responsabilidade no Fyre Festival, evento de música que deveria ter sido realizado nas Bahamas, em abril de 2017. Pelo menos 80 investidores perderam mais de US$ 24 milhões pelo financiamento do evento. E o público — que pagou entre US$ 1.200 e US$ 100 mil por ingressos e acomodações, a fim de participar de um suposto festival de luxo no Caribe — foi recebido com tendas sem qualquer conforto, sanduíches de queijo e nenhum show.

A juíza Naomi Reice Buchwald descreveu McFarland como "um fraudador em série", que foi desonesto durante "a maior parte de sua vida". "Hoje, McFarland descobriu da maneira mais difícil que promessas vazias não levam a festas a jato, a champanhe e extravagâncias — elas levam à prisão federal", disse Geoffrey Berman, procurador dos EUA em Manhattan.

Dirigindo-se ao tribunal, na quinta-feira, McFarland disse que sabia que havia traído a confiança de seus investidores, clientes e da própria família. E acrescentou que a condenação é uma "realidade extremamente amarga".

Em março, McFarland havia se confessado culpado pelas duas acusações de fraude eletrônica relacionadas ao festival, mas em julho admitiu mais duas acusações de fraude relacionadas a outro esquema de venda de ingressos que ele montou enquanto estava sob fiança.

O Fyre Festival foi anunciado como um "momento cultural criado a partir de uma mistura de música, arte e comida" em Exuma, nas Bahamas. Os ingressos incluíam um voo de Miami até lá; estadia em uma "cúpula geodésica" e atividades como yoga e caiaque. Artistas como Blink 182, Major Lazer e Migos estavam na lista de atrações. Por desorganização e falta de instalações para os participantes, o evento foi cancelado na véspera.

O rapper Ja Rule, que foi originalmente descrito como co-organizador do evento, não foi preso ou acusado em conexão com a fraude. Seus advogados argumentaram que McFarland usou o nome do artista e conexões para promover o evento.

Escritora de Guadalupe vence Nobel alternativo

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RIO - A escritora Maryse Condé venceu, nesta sexta-feira, o Prêmio de Literatura da Nova Academia, concebido como resposta ao adiamento do Prêmio Nobel de Literatura 2018. A francesa nascida em Guadalupe receberá um prêmio de 1 milhão de coras suecas (cerca de R$ 420 mil), pouco mais de um décimo do valor atribuído pelo Nobel no ano passado.

NobelA organização do prêmio, uma espécie de Nobel alternativo, justificou a escolha pela "linguagem precisa" de Condé, cuja obra "descreve as devastações do colonialismo e do caos do pós-colonialismo".

Nascida em fevereiro de 1937 em Pointe-à-Pitre, no arquipélago francês de Guadalupe, no mar do Caribe, Condé publicou cerca de 30 romances, a maioria deles focados na África e na questão da escravidão, além de tópicos como feminismo. Também é autora de peças e ensaios.

Um de seus livros mais conhecidos é "Eu, Tituba: Bruxa Negra de Salem", romance histórico sobre uma mulher negra condenada durante os julgamentos das bruxas de Salem. No Brasil, foi publicado pela Rocco em 1997.

"Estou muito feliz e muito orgulhosa desse prêmio, mas deixe-me compartilhá-lo com a minha família, com meus amigos e, acima de tudo, com todo o povo de Guadalupe [...] que ficará animado e feliz de me ver recompensado", reagiu a escritora em um vídeo.

Embora tenha aparecido muitas vezes como uma das apostas do Nobel de Literatura, nunca recebeu a honraria da Academia Sueca. Ironicamente, a Nova Academia premiou uma autora reconhecidamente feminista um ano após a Academia Sueca suspender o prêmio por conta de acusações de assédio sexual de seus integrantes.

Criado às pressas este ano por uma centena de personalidades culturais da Suécia, a Nova Academia substituirá o Nobel apenas em 2018. A instituição deverá ser dissolvida ainda em dezembro.

Além de Maryse Condé, os finalistas incluíam o britânico Neil Gaiman e o vietnamita vietnamita Kim Thúy. Após ter sido selecionado entre os finalistas, o eterno favorito ao Nobel, o escritor japonês Haruki Murakami desprezou o prêmio alternativo da Nova Academia. Por email, Murakami agradeceu a indicação, mas pediu para ser retirado da lista.

Escritores brasileiros divulgam manifesto em defesa da liberdade de expressão e dos direitos humanos na Feira de Frankfurt

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RIO - Os três escritores brasileiros selecionados pelo Ministério da Cultura (MinC) para representar o país na Feira de Frankfurt, que termina no próximo domingo, assinaram nesta sexta-feira um manifesto em "defesa da liberdade de expressão e dos direitos humanos".

No documento, João Paulo Cuenca, Geovani Martins e Bianca Santana alertam para a "eleição iminente de um candidato racista, machista, homofóbico, apologista da tortura e que advoga pelo extermínio de ativistas e das minorias", numa alusão a Jair Bolsonaro, candidato do PSL à presidência da República, que tem a maioria das intenções de voto no segundo turno, segundo as pesquisas.

Leia mais sobre a Feira de Frankfurt

— Não tem mais assinaturas porque, inicialmente, este é um manifesto da delegação de escritores convidados pelo MinC e pela Câmara Brasileira do Livro, que somos apenas nós três. Mas a partir de hoje à noite vamos tentar ampliar para editores e profissionais do livro que estejam por aqui — disse Cuenca, autor de "Descobri que estava morto".

Segundo Bianca, autora de "Quando me descobri negra", os três autores têm uma responsabilidade por serem os únicos representantes do país numa feira que este ano tem como tema os direitos humanos e a liberdade de expressão.

— O que acontece no Brasil hoje é uma possibilidade de imenso retrocesso. Este candidato de quem não temos dito o nome já falou, por exemplo, que vai acabar com o Ministério da Cultura. E como a gente faz para produzir e para divulgar o que é o Brasil no restante do mundo, e mesmo as diferentes vozes dentro do Brasil, sem uma política pública estruturada para isso? Sem incentivo ao livro e à leitura. Além disso, o que tem acontecido nas ruas já é terrível. Relatos que chegam o tempo inteiro de gente apanhando, sofrendo as mais variadas agressões... isso é inaceitável — disse Bianca, que debaterá o que é ser uma representante das “Escritoras da América Latina”, no domingo. — A gente precisa se manifestar publicamente. Não só nas apresentações, como também neste manifesto, que mandamos para a imprensa brasileira e para a internacional.

De acordo com o MinC, a indicação dos jovens autores premiados para representar o Brasil em Frankfurt este ano se deveu a critérios como ter obras traduzidas no exterior, e que incluam temas com a diversidade da cultura brasileira. O MinC está arcando com uma ajuda de custo e as passagens dos autores. Neste ano, o investimento foi de R$ 18 mil.


Escritores brasileiros divulgam manifesto em defesa dos direitos humanos na Feira de Frankfurt

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RIO - Os três escritores brasileiros selecionados pelo Ministério da Cultura (MinC) para representar o país na Feira de Frankfurt, que termina no próximo domingo, assinaram nesta sexta-feira um manifesto em "defesa da liberdade de expressão e dos direitos humanos".

No documento, João Paulo Cuenca, Geovani Martins e Bianca Santana alertam para a "eleição iminente de um candidato racista, machista, homofóbico, apologista da tortura e que advoga pelo extermínio de ativistas e das minorias", numa alusão a Jair Bolsonaro, candidato do PSL à presidência da República, que tem a maioria das intenções de voto no segundo turno, segundo as pesquisas.

Leia mais sobre a Feira de Frankfurt

— Não tem mais assinaturas porque, inicialmente, este é um manifesto da delegação de escritores convidados pelo MinC e pela Câmara Brasileira do Livro, que somos apenas nós três. Mas a partir de hoje à noite vamos tentar ampliar para editores e profissionais do livro que estejam por aqui — disse Cuenca, autor de "Descobri que estava morto".

Segundo Bianca, autora de "Quando me descobri negra", os três autores têm uma responsabilidade por serem os únicos representantes do país numa feira que este ano tem como tema os direitos humanos e a liberdade de expressão.

— O que acontece no Brasil hoje é uma possibilidade de imenso retrocesso. Este candidato de quem não temos dito o nome já falou, por exemplo, que vai acabar com o Ministério da Cultura. E como a gente faz para produzir e para divulgar o que é o Brasil no restante do mundo, e mesmo as diferentes vozes dentro do Brasil, sem uma política pública estruturada para isso? Sem incentivo ao livro e à leitura. Além disso, o que tem acontecido nas ruas já é terrível. Relatos que chegam o tempo inteiro de gente apanhando, sofrendo as mais variadas agressões... isso é inaceitável — disse Bianca, que debaterá o que é ser uma representante das “Escritoras da América Latina”, no domingo. — A gente precisa se manifestar publicamente. Não só nas apresentações, como também neste manifesto, que mandamos para a imprensa brasileira e para a internacional.

De acordo com o MinC, a indicação dos jovens autores premiados para representar o Brasil em Frankfurt este ano se deveu a critérios como ter obras traduzidas no exterior, e que incluam temas com a diversidade da cultura brasileira. O MinC está arcando com uma ajuda de custo e as passagens dos autores. Neste ano, o investimento foi de R$ 18 mil.

Escritora de Guadalupe, Maryse Condé vence Nobel alternativo

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RIO - A escritora Maryse Condé venceu, nesta sexta-feira, o Prêmio de Literatura da Nova Academia, concebido como resposta ao adiamento do Prêmio Nobel de Literatura 2018. A francesa nascida em Guadalupe receberá um prêmio de 1 milhão de coroas suecas (cerca de R$ 420 mil), pouco mais de um décimo do valor atribuído pelo Nobel no ano passado.

NobelA organização do prêmio, uma espécie de Nobel alternativo, justificou a escolha pela "linguagem precisa" de Condé, cuja obra "descreve as devastações do colonialismo e do caos do pós-colonialismo".

Nascida em fevereiro de 1937 em Pointe-à-Pitre, no arquipélago francês de Guadalupe, no mar do Caribe, Condé publicou cerca de 30 romances, a maioria deles focados na África e na questão da escravidão, além de tópicos como feminismo. Também é autora de peças e ensaios.

Um de seus livros mais conhecidos é "Eu, Tituba: Bruxa Negra de Salem", romance histórico sobre uma mulher negra condenada durante os julgamentos das bruxas de Salem. No Brasil, foi publicado pela Rocco em 1997.

"Estou muito feliz e muito orgulhosa desse prêmio, mas deixe-me compartilhá-lo com a minha família, com meus amigos e, acima de tudo, com todo o povo de Guadalupe [...] que ficará animado e feliz de me ver recompensado", reagiu a escritora em um vídeo.

Embora tenha aparecido muitas vezes como uma das apostas do Nobel de Literatura, nunca recebeu a honraria da Academia Sueca. Ironicamente, a Nova Academia premiou uma autora reconhecidamente feminista um ano após a Academia Sueca suspender o prêmio por conta de acusações de assédio sexual de seus integrantes.

Criado às pressas este ano por uma centena de personalidades culturais da Suécia, a Nova Academia substituirá o Nobel apenas em 2018. A instituição deverá ser dissolvida ainda em dezembro.

Além de Maryse Condé, os finalistas incluíam o britânico Neil Gaiman e o vietnamita vietnamita Kim Thúy. Após ter sido selecionado entre os finalistas, o eterno favorito ao Nobel, o escritor japonês Haruki Murakami desprezou o prêmio alternativo da Nova Academia. Por email, Murakami agradeceu a indicação, mas pediu para ser retirado da lista.

Dia das crianças: veja oito dicas de aplicativos para a garotada

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RIO - Games, vídeos, livros, entretenimento e atividades educativas. Procurando direitinho, é possível achar aplicativos para todos os gostos. Neste Dia das Crianças, o Techtudo separou oito sugestões de apps para atrair a atenção dos pequenos. Veja só:

1. PlayKids

Diversão na companhia dos personagens favoritos do Discovery Kids. Tem jogos, vídeos, livros e atividades educativas que estimulam a coordenação motora e a memória. A versão básica é gratuita, para mais conteúdos exclusivos a assinatura mensal custa R$ 29,90 (App Store), enquanto os complementos começam em R$ 2,52 (Google Play). Acima de 4 anos. Android e iOS.

2. Galinha Pintadinha

Um clássico do desenho animado, a Galinha Pintadinha encanta as crianças. O app oferece uma série de clipes em português, inglês, espanhol e italiano com músicas e histórias educativas. Ideal para distrair os pequenos durante a viagem, todos os clipes saem por R$ 29,90 (App Store) ou R$ 19,90 (Google Play). Até 5 anos. Android e iOS. Criança - 12/10

3. LEGO Creator Islands

Deixe a imaginação viajar com os bloquinhos da LEGO. Nesse app é possível construir ilhas exóticas, casas e veículos, além de explorar outros locais para conhecer animais como macacos, aves e outras criaturas. O jogo ainda propõe missões especiais para os mais corajosos. Gratuito. Entre 6 e 12 anos. Android e iOS.

4. Barbie Dreamhouse Adventures

A boneca mais famosa do mundo precisa de ajuda para construir a casa dos sonhos. Todos os cômodos podem ser feitos do jeito que você quiser, assim como o visual da Barbie. Por lá, tem várias atividades incríveis como festa na piscina, fotos com as amigas e até diversão com os cãezinhos de estimação. O app oferece itens a partir de R$ 6,90 a 64,90 (App Store) ou de R$ 3,49 a 62,99 (Google Play). Entre 6 e 12 anos. Android e iOS.

5. RollerCoaster Tycoon Touch

Crie um parque de diversões em 3D nesse jogo. Com o RollerCoaster Tycoon Touch, as crianças podem conferir mais de 240 atrações, incluindo brinquedos, montanhas-russas, lojas, restaurantes e muito mais. Para ter um negócio de sucesso, é preciso atender bem a todos os visitantes, além de atrair novos. O pacote inicial sai por R$ 16,90 (App Store), já a compra dos itens começa em R$ 3,19 (Google Play). Acima de 4 anos. Android e iOS.

6. Gênio Galáctico com Astrocat

Um gato de outro mundo precisa desvendar jogos de quebra-cabeça e exercícios de lógica, memória, velocidade e concentração. A cada fase, o chefe da expedição felino ganha mais pontos, aumenta de patente e pode ir de Novato a General Solar. A versão completa inclui mais seis jogos e sai por R$ 12,90 (App Store), já o itens variam de R$ 3,99 a 35,99 (Google Play). Entre 9 e 12 anos. Android e iOS.

7. Sonic Dash 2

O Sonic ganhou novos desafios com a segunda versão da corrida, que pode ser feita em equipe com até três personagens. Poderes inéditos dão ao personagem mais força e velocidade para aumentar a experiência e, assim, liberar outros níveis. Os elementos para aperfeiçoar o jogo vão de R$ 6,90 a 329,90 no pacote mais avançado (App Store) ou de R$ 3,50 a 329,90 (Google Play). Acima de 4 anos. Android e iOS.

8. Pipa Combate

Risque o céu com uma das 500 pipas típicas de mais de 11 países, inclusive o Brasil. O objetivo é cortar as adversárias e dominar o espaço no simulador, que disponibiliza versão online para brincar com amigos. Para se divertir ainda mais, o app traz trilha sonora animada, que também conta com o funk carioca. Gratuito. Entre 6 e 12 anos. Android e iOS.

De trajetória pessoal conturbada, Lonnie Holley foi das esculturas de lixo às canções de uma América desprezada

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Crítica: Mais citado do que lido, escritor Robert Musil ganha ótima introdução à sua obra

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RIO — Quando falamos dos grandes nomes do modernismo europeu — James Joyce, Franz Kafka, Marcel Proust, Virginia Woolf — o austríaco Robert Musil (1880-1942) tende a ficar à sombra desses. É um autor mais citado do que lido, talvez porque sua obra-prima, o genial “O homem sem qualidades”, não só tem mais de mil páginas de prosa densa e difícil como ainda ficou inacabada. Sua outra narrativa longa é “O jovem Törless”, estranho e cruel romance de formação que não dá conta da tal genialidade do autor.

Em 2018, dois lançamentos no Brasil oferecem diferentes portas de entrada ao universo de Musil. O primeiro é “Uniões” (Ed. Perspectiva), que reúne duas novelas; agora, a Carambaia publica uma miscelânea de narrativas, ensaios e aforismos, “O papel mata-moscas e outros textos”.

Um cavalo com cócegas

O texto que dá nome a essa coletânea explicita em poucas páginas o que Musil tinha de mais singular: partindo da descrição científica de um objeto comercial — uma tira de papel grudento com veneno —, o austríaco salta para um discurso poético, repleto de metáforas preciosas. A alternância entre o cartesiano e o humano é, em essência, a chave do estilo que emprega em “O homem sem qualidades”, centrado num matemático às voltas com discussões acerca do que são a alma e a moral às vésperas da Grande Guerra.

Mesmo nas doses homeopáticas fornecidas por esta coletânea, é possível contemplar a diversidade dos interesses de Musil. Em outra narrativa-ensaio, ele reflete sobre a humanidade de um cavalo que reage a cócegas; noutro parágrafo isolado, questiona a ideia de que os gênios estariam à frente de seu tempo e defende que estão fortemente vinculados ao zeitgeist, ainda que em uma postura de oposição. Esse texto, por sinal, é de 1935, ou seja, foi redigido durante a ascensão do nazifascismo (que Musil desprezava com veemência). Também nesse período, o autor trabalhava em “O homem sem qualidades”, que oferece uma análise cínica do descompasso entre a aristocracia do Império Austro-Húngaro e a realidade.

O livro ainda traz “Sobre a estupidez”, palestra convertida em ensaio que já tinha sido lançada no Brasil pela Âyiné. No texto, Musil — não à toa chamado de “um escritor mais inteligente que o necessário” por Walter Benjamin — busca definir o termo estupidez a partir de diversos conceitos, tendo em mente as muitas ações irrefletidas que caracterizariam um novo modus operandi anti-intelectual na sociedade do entre-guerras.

O texto que encerra a coletânea, por sua vez, é marcado pela metalinguagem desvairada, em que personagens discutem a obra de Robert Musil... no cérebro do próprio escritor. Ali, o leitor vislumbra teorias possíveis para explicar a poética musiliana, que rejeita construções tradicionais de enredo e sentimentos, vistos como genéricos e impessoais pelo escritor.

Caminho pouco trilhado

“A arte é um ponto intermediário entre capacidade de conceituar e concretude”, defende o personagem do cérebro com vivacidade. Trata-se de um bom resumo da obra do austríaco, que mescla o ensaio e a ficção de maneira única. A forma como desenvolveu o chamado “romance de ideias” em “O homem sem qualidades” inaugurou um caminho pouco trilhado pelos narradores contemporâneos, e ainda há tempo para redescobri-lo.

“O papel mata-moscas e outros textos”

Autor: Robert Musil. Editora: Carambaia. Tradução: Marcelo Backes. Páginas: 180. Preço: R$ 72,90. Cotação: Ótimo

*Antônio Xerxenesky é escritor, tradutor e doutorando em Teoria Literária pela USP

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