RIO — De Radiohead a Beyoncé, a indústria fonográfica viu na forma de se lançar música — e não na música em si — uma nova estratégia para atrair atenção do público. Jack White acaba de fazer a sua contribuição à tendência. Depois de anunciar seu segundo álbum solo e de liberar uma faixa instrumental, o músico voltou aos noticiários nesta quinta-feira ao dizer que vai pôr no mercado a "música lançada mais rapidamente do mundo".
Trocando em miúdos: o cantor vai gravar, no dia 19 de abril — também conhecido como o "Record store day" nos Estados Unidos, quando lojas e artistas independentes se unem para apresentar ofertas especiais —, uma versão ao vivo da canção título de "Lazaretto". Depois disso, os masters serão enviados à empresa United Record Pressing, que vai prensar os vinis. Fotos da apresentação serão usadas para a capa. O produto final irá para o Third Man, o selo de White, para ser vendido aos fãs.
Tudo isso em apenas algumas horas.
Como alguns podem se lembrar, White gosta de quebrar recorde (ou pelo menos tentar). Em julho de 2007, os White Stripes fizeram uma apresentação no Canadá que se consistiu em tocar apenas uma nota (veja aqui). O cantor, então, pediu ao "Guinness", o livro dos recordes, que incluísse seu feito, uma vez que, segundo ele, o show tinha durado um milissegundo. O "Guinness" rejeitou o pedido, o que deixou White muito chateado. Ele chegou a chamar os organizadores do livro de "elitistas".
Anos depois, o "Guinness" revelou que até tentou reconhecer o ato na edição de 2009, mas que começou a receber reivindicações de várias outras brandas, que alegavam ser detentoras do recorde da apresentação mais curta da história. Os organizadores do livro disseram que "a natureza da competição de tornar alguma coisa a 'mais curta' banaliza, por sua natureza, a atividade que está sendo realizada". Eles então decidiram eliminar categorias com conceitos semelhantes, como "menor música" e "menor poema".
Será que agora Jack White consegue?