RIO - O ator e dramaturgo americano Wallace Shawn defendeu Woody Allen das acusações de abuso sexual feitas por Dylan Farrow — filha adotiva do cineasta com a atriz Mia Farrow —, em um artigo publicado no jornal “Los Angeles Times” no último domingo.
“Pessoalmente, eu precisaria de uma evidência esmagadora para me convencer de que ele de fato abusou sexualmente de uma criança, assim como eu precisaria de uma evidência esmagadora para me convencer de que Desmond Tutu, Franklin D. Roosevelt ou Doris Lessing abusaram de uma criança”, escreveu Shawn.
O ator ainda encheu Allen de elogios: “Assim como muitos outros que trabalharam com ele repetidamente ao longo de décadas, eu o considero não só devidamente atencioso e sério, mas extraordinariamente inspirador em suas reflexões, seriedade e honestidade. De todas as pessoas que eu conheço, ele é uma das que eu mais respeito”.
No texto, Shawn recrimina a importância que a mídia deu para a polêmica, definindo como sádica a maneira como a sociedade trata a vida privada de pessoas famosas.
“É permitido brincar grosseiramente com essas figuras conhecidas, mas que não conhecemos de verdade. É permitido praticar bullying com elas, humilhá-las e tratá-las de maneiras como nunca trataríamos nossos vizinhos ou amigos”, refletiu.
Mesmo que Woody Allen tenha se livrado de todas as acusações criminais, ele dificilmente ficará livre de ver o assunto sendo tratado em reportagens ou discutido em mesas de bar. Segundo noticou a “Page Six”, do jornal “New York Post”, o cineasta foi abordado por um homem da plateia ao assistir a peça “After Midnight” em Nova York, acompanhado de sua esposa Soon-Yi Previn.
O anônimo teria gritado “eu acho que ele é culpado”, ao dar de cara com o diretor, que não esboçou nenhuma reação, de acordo com o jornal.