RIO — Mãe e filho que começaram “Amor à vida” doidos para dar um golpe em alguém para se dar bem, Gigi e Murilo acabaram conseguindo até mais na novela das 21h de Walcyr Carrasco: embalados por um núcleo cômico de sucesso capitaneado por Tatá Werneck e Elizabeth Savalla, os personagens de Françoise Forton e Emilio Orciollo Netto caíram no gosto do público e ganharam espaço na trama.
— Essa é minha quarta novela do Walcyr, temos uma parceria bacana. Quando ele me chamou, não sabia direito o que era, mas tinha certeza que vinha coisa boa. Sabia que, em algum momento, ele ia escrever para mim. Não deu outra, o personagem emplacou. Com novela é assim, a gente nunca sabe, tem que confiar cegamente no autor — opina Emilio.
Na pele de Murilo, que de professor de etiqueta virou um candidato aplicado à vaga de participante do “BBB”, ele diz que vive sendo chamado de “brother” na rua, com o sotaque carregado e o jeito fanfarrão que seu personagem usa. Emilio, aliás, caracteriza como inesquecível o inédito intercâmbio com a produção do reality:
— Como ator foi uma experiência riquíssima. A gente entrou de personagem mas passou por tudo que os participantes de verdade passaram. Sentimos na pele desde o início, fazendo o vídeo, na entrevista com o Boninho e depois dentro da casa, com o público mesmo ali do lado de fora. Obviamente a gente tinha um roteiro, mas foi um grande exercício porque nem sempre a gente sabia o que ia acontecer. Na entrevista com o Boninho, por exemplo, ele podia inventar. Ali, especialmente, foi um momento mágico.
A Gigi de “Amor à vida” também marca um momento especial para Françoise Forton, que voltou à TV Globo depois de 10 anos afastada, período no qual atuou em novelas na Record e no SBT. Completando 45 anos de carreira e 40 de TV este ano, ela se diz encantada com a personagem, em seu primeiro folhetim escrito por Walcyr.
— Estou muito feliz, reencontrei muitos amigos, revi pessoas. Sem nenhum demérito pelos outros lugares por onde passei, porque sempre fui muito bem tratada, mas aqui é a minha casa. Queria comemorar essa data especial aqui, junto com os meus — afirma.
Françoise conta que, sim, Gigi vai se casar “lindamente” e nada atrapalhará os planos da moça com Ignácio (Carlos Machado). Defensora ferrenha da personagem, a atriz argumenta que ela não é “uma golpista como a Aline (Vanessa Giácomo)”, mas que tem uma “certa ingenuidade”. E claro, muito humor. Talvez por isso tenha feito sucesso com o público.
— Só nesse tempo que eu estou falando com você no telefone aqui no carro, duas pessoas já bateram no vidro chamando “Gigi!”. Eu entro em alguma loja para comprar alguma coisa e já brincam: “Mas você não é 171 igual à Gigi não, né?” — conta Françoise rindo, dizendo, no entanto, ser completamente diferente da personagem: — Eu sou totalmente pé no chão, já teria vendido aquela casa, arranjado um trabalho e colocado meu filho para fazer alguma coisa.
Com o fim da novela se aproximando, os dois já investem nos próximos projetos: Emilio estreia uma peça em março, grava um filme em abril e, no segundo semestre, deve gravar a versão televisiva de “E aí, comeu?”, filme de Felipe Joffily que estreará como série no GNT ou no Multishow ainda sem data definida.
Já Françoise, em cartaz com a temporada popular de “Nós sempre teremos Paris” até 2 de fevereiro, trabalha na captação de recursos para montar um espetáculo que vai coroar seu aniversário de carreira: o musical “Estúpido cupido”, inspirado na novela de 1976 na qual vivia a protagonista Tetê.
— Não vai ser a novela escrita para o teatro. No texto do Flávio Marinho vamos falar sobre a vida da Tetê nos dias de hoje. Mas é claro que vamos reviver aquele tempo, cantar e dançar aquelas músicas — planeja.