RIO — Dois artistas porto-riquenhos nascidos nos EUA, Marc Anthony e Draco Rosa, e o cantor colombiano Carlos Vives venceram os prêmios máximos no Grammy Latino nesta quinta-feira, em uma noite que celebrou retornos e longas carreiras. Caetano Veloso ganhou o prêmio de melhor álbum de cantor-compositor e arte de encarte, por "Abraçaço". "Brasileiro", de Nelson Freire, foi considerado o melhor álbum de música clássica.
Clarice Falcão, que concorria à categoria Melhor Artista Novo, foi superada pela guatemalteca Gaby Moreno.
Nas categorias destinadas à música brasileira, Roberto Carlos venceu por "Esse cara sou eu" (melhor música). Outros premiados foram "Salve Gonzagão: 100 anos" (disco de raízes); Redescobrir, de Maria Rita (MPB); "Eletrosamba", de Alexandre Pires (samba e pagode); "Ao vivo em Floripa", de Victor e Leo (música sertaneja); "Ao vivo no Rock in Rio", do Jota Quest (rock); "Músicas para churrasco", de Seu Jorge (pop); e "Profeta da esperança", de Kleber Lucas (música cristã).
Marc Anthony, de 45 anos, foi laureado com o troféu de gravação do ano por "Vivir mi vida", uma canção que fala sobre superar os momentos difíceis. É o quarto Grammy Latino em sua carreira.
"Isso representa muito para mim, porque estou num momento muito especial da minha vida, e as palavras 'viver minha vida' dizem tudo", disse Anthony à plateia em Las Vegas, onde aconteceu a cerimônia.
O último álbum de Anthony, "3.0", é o primeiro desde 2010, e foi lançado depois de seu divórcio com Jennifer Lopez, no ano passado.
Draco Rosa, um cantor e compositor pop que iniciou a carreira na boy band Menudo, nos anos 1980, ganhou o cobiçado prêmio de álbum do ano por "Vida", que gravou depois de ser diagnosticado com câncer em 2011 e se submeter a um tratamento. O disco inclui uma colaboração com Ricky Martin, também ex-Menudo. Rosa, de 44 anos, agradeceu às pessoas por "estarem sempre lá para me apoiar nos momentos mais difíceis".
Carlos Vives, que aposta no gênero colombiano Vallenato e que está retornando aos palcos aos 52 anos, foi laureado na categoria canção do ano por "Volvi a nacer". Ele levou para casa três Grammys no total, e liderava as indicações (cinco) no Grammy Latino, ao lado do grupo argentino Illya Kuryaki & the Valderramas, que levou o troféu de melhor canção urbana.
Até o "melhor novo artista" era velho, se comparado aos anos anteriores. A cantora e compositora guatemalteca Gaby Moreno, de 31 anos, agradeceu ao colega conterrâneo Ricardo Arjona, com quem ela fez o dueto "Fuiste tu", responsável por lançar a sua carreira.
O cantor e ator espanhol Miguel Bose, de 57 anos, foi reconhecido como personalidade do ano, uma importante honra concedida pela Academia Latina de Artes e Ciências. Bose recebeu o prêmio das mãos de Ricky Martin e agradeceu à Academia pelo reconhecimento não só pelos seus 35 anos de carreira na música, mas também pelo seu ativismo, incluindo seus esforços em levar paz à Colômbia na última década.
Em outra nota de nostalgia, Natalie Cole, indicada nas categorias melhor gravação e álbum, fez, novamente, um dueto virtual com seu falecido pai, Nat King Cole, só que, dessa vez, em espanhol.