LOS ANGELES — Um novo programa da Showtime chamado “Masters of sex” foca em um pioneiro casal que deu início a conversa sobre sexualidade. A série, que estreia nos EUA no dia 29 de setembro, explora o início da relação entre os pesquisadores Virginia Johnson e William Masters. O programa documenta as descobertas do casal com base na biografia de mesmo nome, lançada por Thomas Maier, em 2009.
Virginia Johnson, que morreu na semana passda aos 88 anos, conheceu Masters quando fazia pesquisas para ele na Universidade Washington, em Saint Louis, nos anos 1950. Masters, que morreu em 2001, era um médico na universidade e começou a pesquisar o tema do sexo em 1954.
O ator britânico Martin Sheen, que interpreta o protagonista da série, disse ter sido atraído pela complexidade do personagem e pelo tema do estudo do comportamento sexual numa época em que o assunto era considerado tabu.
“(Masters) é uma espécie de mistério para si mesmo. Ele tem tantas portas trancadas dentro de si mesmo que precisa ser cuidadoso para controlar seu próprio ambiente”, disse o ator.
O programa traz muitas cenas explícitas de sexo, dentro e fora de ambientes médicos, mas Sheen garante que explora tópicos bem além do prazer sexual e também ressoa questões atuais.
“Não importa se sabemos muito mais sobre sexo ou temos mais acesso hoje. São os mesmo problemas de intimidade e de como lidar com outras pessoas, de se conectar e ficar vulnerável, esse é o tema do programa no fim”, explica Sheen.
Masters e Johnson se casaram em 1971 e divorciaram vinte anos depois. O casal ficou conhecido pelo livro “Human sexual response” (”Resposta sexual humana”), de 1966, escrito após anos de testes com excitação sexual de casais. Eles publicaram um segundo estudo, “Human Sexual Inadequacy” (”Inadequação sexual humana”), em 1970, e apareciam com frequência em programas de entrevistas para discutir as pesquisas, mesmo após o divórcio. A criadora de “Masters of sex”, Michelle Ashford, disse que estava ansiosa por explorar a relação dos dois.
“A história deles precisa ser contada. Ninguém sabia exatamente o que eles faziam, mas foram cruciais no movimento histórico não apenas de como passamos a ver o sexo, mas de como passamos a ver o homem, a umlher e a sociedade”, disse.
Sheen acrescenta que o fato do programa ser exibido num canal da TV a cabo permitiu que explorasse o tema do sexo com maior liberdade.
“(Na TV a cabo) qualquer tema é permitido, você pode se arriscar e tem 12 horas por temporada para isso. Você consegue tratar os personagens com a complexidade que eles merecem”, afirmou.