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Câmara dos Deputados restaura Di Cavalcanti manchado com urucum

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RIO - Há uma semana dois restauradores trabalham no Salão Verde da Câmara dos Deputados, em Brasília, para tentar retirar do painel de Di Cavalcanti (1897-1976) — um gigantesco óleo sobre tela sem título que adorna o local — uma mancha de urucum deixada por índios que se reuniram ali, para um protesto, no último dia 16.

O grupo de cerca de cem indígenas tomou a Câmara há três semanas para se manifestar contra a criação de uma comissão especial que analisaria possíveis mudanças nas regras de demarcação de terras indígenas. Segundo a assessoria de imprensa da casa, ao se sentar próximo do painel, pelo menos um dos integrantes do grupo deixou na parte inferior da obra uma mancha amarelada, feita de urucum, com aproximadamente 50 centímetros de diâmetro.

O painel, que tem 2,83 metros de altura por 8,81 metros de comprimento, foi criado especialmente para a inauguração do Congresso Nacional e comprado em 1960 pela Novacap, empresa criada para construir Brasília. Ainda de acordo com a Câmara dos Deputados, a obra deverá estar totalmente recuperada “em até duas semanas”.

Juçara Quinteros de Faria, que chefia o serviço de preservação da Câmara, diz que o restauro está sendo feito por uma empresa terceirizada, a Plansul, que usa “emulsões de gel”, um solvente que foi testado em laboratório antes de ser aplicado sobre o óleo de Di Cavalcanti. Para ela, o material é considerado “adequado” para a realização da tarefa.

O trabalho dos dois restauradores ocorre, no entanto, de forma intermitente. Para não atrapalhar o vaivém dos deputados federais, ele só acontece às segundas-feiras, quintas-feiras e sextas-feiras.

Em 2010, o painel passou por uma restauração. Na época, foram retiradas dele manchas de café e até algumas pichações.


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