RIO - Mehcad Brooks nem de longe se parece com Terrence King, o T.K., seu papel em “Necessary roughness”. Em entrevista sobre a segunda temporada da série, no ar às sextas, 20h, no A&E, ele até assume um certo incômodo com o estilo de vida de seu personagem — a estrela endinheirada, geniosa e inconsequente de um time de futebol americano. T.K. é o paciente mais complexo da protagonista Dani Santino (Callie Thorne), uma psicoterapeuta que viu sua vida mudar após a traição do marido e o início dos trabalhos com os jogadores do New York Hawks.
— Tento não julgar demais o T.K. e busco interpretá-lo de forma justa. Mas fico desconfortável quando ele trata as mulheres como objetos. Já tive, sim, problemas em dizer certas falas dele, simplesmente por não gostar de dizer esse tipo de coisa — conta o ator, de 32 anos, durante uma teleconferência com jornalistas da América Latina. — No caso desse personagem, entendo que ele está tentando ser uma pessoa melhor a cada dia. Seja no esporte ou na vida pessoal.
Mesmo no desconforto, Brooks — que já participou de “Desperates housewives” e “True blood” — festeja a personalidade conturbada de seu personagem, que, para ele, é um presente.
— É divertido interpretar T.K., você nunca sabe o que vem pela frente! Ele está um pouco mais maduro, mas vive tendo recaídas. Ele cresce um pouco e volta a virar um moleque.
T.K. encerrou o primeiro ano da série tomando um tiro durante as comemorações da vitória de um campeonato do seu time. Na segunda temporada, sua luta é para se reerguer. E ele vai ter que arcar com as consequências.
— T.K. sofre muito no hospital e chega a passar por uma experiência de quase morte. Isso o ajuda a perceber o tipo de pessoa que ele vinha sendo — conta Brooks, que também já ficou à beira da morte duas vezes por conta de uma infecção e de uma batida de carro. — Por causa da dor e da angústia, T.K. vai passar a tomar remédios controlados, o que vai lhe causar problemas.
Problemas esses que vão aproximá-lo ainda mais de sua terapeuta.
— Eles vão ter um filho! Estou brincando. Dani é como se fosse uma mãe para T.K., como uma irmã mais velha que o aconselha. A relação dos dois só funciona porque ambos foram forçados a sair de suas zonas de conforto: ela entrou no mundo dos esportes, ele começou a ter que falar sobre seus sentimentos — analisa o ator.
Como parte do trabalho de caracterização, Brooks, que jogou basquete durante a faculdade de Cinema e Televisão, malha e treina futebol americano. Graças à série, descobriu que todo mundo precisa de terapia. No tempo livre, dedica-se à música:
— Estou finalmente preparando meu primeiro disco, esse é um objetivo muito antigo.