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Morre o pintor Enrico Bianco, principal assistente de Portinari

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RIO - No CTI, o pintor de 94 anos Enrico Bianco pediu papel e lápis para a enfermeira. Queria fazer um último desenho. Ele morreu nesta quinta-feira, após 22 anos de luta contra um câncer de próstata, que teve última etapa em 15 dias de internação no Hospital Samaritano, no Rio.

Nascido em Roma, em 1918, ele foi estimulado em sua veia artística pelo pai e pela mãe, a pianista Maria Bianco-Lanzi. Aos 6 anos, o filho de Francesco Bianco, escritor e correspondente internacional do “Jornal do Brasil”, já pintava.

Costumava dizer que os pais sempre quiseram ter um filho pintor e, de memória invejável, orgulhava-se ao lembrar que teve “o privilégio de aprender com mestres italianos como Deoclécio Redig de Campos, que dirigiu o Museu do Vaticano, e Dante Ricci, que foi professor da família real”.

Em 1937, o artista perdeu a mãe, e a família decidiu vir ao Brasil com o pai, anti-fascista então perseguido por Mussolini. A mudança para o país seria marcante para a história não só do clã, mas para o desenvolvimento do Modernismo brasileiro. Bianco foi o principal assistente de Portinari, com quem primeiro estudou e depois trabalhou, dos anos 1930 até sua morte. Foi escolhido pelo mestre para ser padrinho de seu único filho, João Candido Portinari.

Ao som de ópera, Bianco pintava diariamente no ateliê que mantinha em casa, em São Conrado. Chegou a expor 30 de suas telas recentes em 2011, numa galeria no Shopping Cassino Atlântico, em Copacabana. Seu filho Paulo Bianco passou a certificar as obras do pai e tem registrados e autenticados mais de 600 trabalhos.

O pintor deixa dois filhos, três netas e uma tela inacabada no ateliê.


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