Quantcast
Viewing all articles
Browse latest Browse all 32716

Luiz Aquila celebra 70 anos com show e obras inéditas

RIO - Luiz Aquila já morava havia mais de 20 anos em Petrópolis quando João Emanuel Carneiro, o autor de novelas, se hospedou em sua casa para registrar a vida do artista carioca. Num almoço de família, no jardim, o novelista fazia imagens de uma sopa de beterraba na qual, lentamente, era adicionado creme de leite.

O contraste das cores, recorrente também nas telas do pintor, chamou a atenção do artista e das crianças, e teve início, então, uma guerra de sopa colorida no jardim.

A cena pessoal, registrada por Carneiro, agora integra a exposição “Luiz Aquila, suas cores, seus planos, suas retas e curvas”, com curadoria de Vanda Klabin, que será aberta hoje, às 19h, no Sesc Quitandinha, em Petrópolis. Com 20 telas e dois vídeos (o segundo, da TV Senado, traz um depoimento do artista), a mostra marca a comemoração dos 70 anos de Aquila, completados na última quarta-feira.

Sua filha, a cantora Nina Miranda, que vive em Londres, fará show, às 19h30m, com músicas inéditas, compostas especialmente para o pai, e com outras que já remetem à relação em família. Um grupo de jazz liderado por Mariano D’Almeida acompanhará a cantora e, antes de sua entrada, apresentará canções clássicas dos anos 1930, 1940 e 1950.

— A relação com minha família está no meu trabalho, até porque meu ateliê fica em casa. Posso parar de trabalhar e ir para a cozinha, tomar um café... Como na sopa de beterraba, uso as cores para despertar sentidos. Não que minha pintura seja referencial. Sou um pintor abstrato, mas há uma justaposição do meu cotidiano na pintura — diz Aquila.

As 20 obras na exposição são um recorte da produção do pintor desde 1979, quando ele se fixou em Petrópolis. Antes, Aquila carregou o ateliê “feito um caramujo”, como conta, em cidades como Brasília, Lisboa e Paris. Esteve sempre com seus pincéis, tinta, tela e papel para desenhar ou pintar.

Entre os 20 trabalhos da mostra no Sesc Quitandinha, há oito inéditos — alguns não expostos ou produzidos depois da retrospectiva dedicada ao prolífico pintor no Paço Imperial, entre setembro e novembro do ano passado.

Além de produtivo, Aquila tem bom trânsito nas instituições — daí as grandes comemorações de seus 70 anos. Ele já foi diretor do Parque Lage (entre 1988 e 1990), participou de três Bienais de São Paulo (em 1983, 1985 e 1989), ganhou retrospectiva no Museu de Arte Moderna do Rio, em 1992, e no Masp, em 1993.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 32716


<script src="https://jsc.adskeeper.com/r/s/rssing.com.1596347.js" async> </script>