RIO — Vitor Hugo não se cansa de sofrer. Quando se trata dos personagens que interpreta, cada dor é um ganho. Na pele de Judá em “José do Egito”, sua terceira minissérie bíblica na Record em menos de três anos, o ator tem pendor para papéis que considera densos, como Teres em “A história de Ester” (2010), e Mefibosete em “Rei Davi” (2012). Mas, na vida real, garante que carrega a leveza na alma.
Confirmado no elenco da primeira novela de Carlos Lombardi na Record, “Pecado mortal”, o ator não espera descanso. Formado em Filosofia, o ex-aluno da PUC, aos 35 anos, assume que é uma pessoa reclusa. Para ele, bom mesmo é fazer os dois filhos rirem, em casa — e de preferência ao lado de sua mulher, com quem está casado há dez anos.
Ainda não chega de sofrimento em cena?
Imagina! Estes tipos me fazem mais consciente de mim mesmo. É uma dádiva interpretar personagens tão dramáticos e crentes. Meu primeiro papel foi em “Capitães de areia”, no teatro. E isso moldou a minha carreira até aqui, as minhas escolhas profissionais. Eu me sinto muito feliz em fazer personagens que me tiram do lugar comum.
Como será seu personagem na novela de Carlos Lombardi?
Ainda não sei. Mas está certo que vou estar lá.
Como você é em casa? Toda essa carga não afeta a sua vida pessoal?
A minha vida é leve. Sou um cara brincalhão, deito no chão, faço brincadeira. Tento fazer com que o trabalho não afete a minha leveza pessoal. A minha casa é onde tudo acontece para mim, ao lado da minha mulher e dos meus filhos.
Você crê em Deus?
Em Deus e nos deuses. Acredito em homens e mulheres que deixaram grandes mensagens de esperança e fé.
Quem é um grande exemplo para você?
Acho Jesus uma das figuras mais encantadoras. E é para diversas religiões. Uma personalidade sábia, para quem o amor é a grande regra.
É a sua lei também?
Sim. E deveria ser para todo mundo.
Que personagem você gostaria de interpretar depois?
Hamlet ou Édipo Rei.