RIO - De acordo com o cineasta Michael Moore, o diretor palestino indicado ao Oscar Emad Burnat e sua família foram detidos pela polícia de imigração americana no Aeroporto Internacional de Los Angeles, na noite desta terça-feira. Moore reportou o incidente em sua conta do Twitter.
Burnat estaria acompanhado de sua mulher e seu filho de 8 anos de idade, chegando aos Estados Unidos para comparecer à 85ª cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que acontece neste domingo.
“[Os polícias] Disseram a eles [Burnat e sua família] que não tinham o convite apropriado para ir ao Oscar. Apesar de ele ter apresentado o convite dos nomeados para a cerimônia, isso não foi bom o suficiente, e ele foi ameaçado de ser deportado para a Palestina”, relatou Michael Moore.
Emad Burnat está concorrendo ao Oscar 2013 com o seu filme “Cinco câmeras quebradas” (2011), na categoria de melhor documentário. Ele dirigiu o longa com o cineasta israelense Guy Davidi. O documentário já foi premiado pelo Festival de Sundance 2012.
“Aparentemente, os oficiais da imigração não conseguiram entender como um palestino pôde ser indicado a um Oscar. Emad me mandou uma mensagem para ajudá-lo”, protestou Moore, que prosseguiu: “Liguei para funcionários da Academia que contactaram advogados. Falei para Emad dar o número do meu telefone aos oficiais e pronunciar meu nome diversas vezes”.
Michael Moore contou que depois de mais de uma hora, os policiais decidiram libertar Burnat e sua família e disseram que poderiam ficar em Los Angeles para a semana, desejando ainda boas-vindas aos Estados Unidos.
“Não há nada que eu já não esteja acostumado. Quando você vive sob ocupação, com nenhum direito, isso é corriqueiro”, teria desabafado Burnat com Moore.
“Cinco câmeras quebradas” retrata a história de um fazendeiro palestino e sua resistência pacífica contra as ações do Exército de Israel.