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Violonista Esdras Rodrigues, o Lalão, morre aos 57 anos

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BRASÍLIA - O violonista Esdras Mariano Rodrigues, o Lalão, morreu no último sábado, dia 16, de infarto, aos 57 anos. Músico de baile, ele atualmente integrava o grupo que acompanhava o cantor e compositor Geraldo Azevedo. Compunha choros e valsas e preparava seu primeiro disco, batizado pelo violonista e compositor Guinga — um admirador de seu trabalho — de “Bamba Lalão”.

— Eu o conheci há 12 anos, e nos encontrávamos sempre. Ele tocava muitíssimo bem e não cabe outro adjetivo senão “gênio”. Sempre o achei muito parecido comigo no comportamento. Era um brincalhão, sacana, irônico e mordaz. No estilo, era um George Benson brasileiro. Tinha um suingue monstruoso, era um improvisador de primeira — disse Guinga.

No disco, que ainda deve sair, Lalão contou com a participação de outro violonista reconhecido, Yamandu Costa, que o acompanhou em duas composições: “Lembrando Canhoto da Paraíba” e “Choro para Yamandu”. O violonista também comentou a morte do colega.

— O Brasil perdeu um talento. O violão brasileiro está de luto. Fiquei impressionado com sua escola de violão e sua história. Era um mestre de obras que tinha o dom da música muito natural. É bom que saia o disco para que seja reconhecido, ainda que agora, após sua morte. Foi um gênio do violão. Lalão ganhava a vida também fazendo covers em bailes. Aprendeu sozinho, ouvindo discos e observando outros músicos. Orgulhava-se de dizer que ninguém lhe ensinara um acorde sequer.

O jornalista e produtor Alessandro Soares está à frente da produção do disco de Lalão:

— Ele era um dos mais impressionantes compositores de violão da atualidade, herdeiro musical de João Pernambuco e Canhoto da Paraíba. Era autodidata, tanto em composição quanto em técnica. A obra dele, toda instrumental e feita basicamente de choro e valsa, era marcada pelo virtuosismo e pelas modulações incomuns, com aquelas situações que surpreendem o ouvinte pelo raciocínio harmônico e melódico.

Lalão nasceu no bairro da Linha do Tiro, periferia de Recife. Deixa esposa e um filho


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