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Novas moradas para o festival Home Theatre

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RIO — Uma mansão vazia no Leblon, um prédio apinhado de gente na Pavuna, assim como quitinetes, salas, quartos e portas de casas espalhadas pela Cidade de Deus, Rocinha, Batan e Borel. A segunda edição do Festival Home Theatre começa hoje e amplia a ideia de “cena em casa” para uma investigação sobre as possibilidades de o teatro ter abrigo fora de sua residência oficial, a caixa cênica, e encontrar na cidade diversas outras moradas.

— A ideia é que a cidade seja suporte e não só tema, assunto ou cenário para essas dramaturgias — diz o diretor do festival e colunista do GLOBO Marcus Faustini. — É o teatro agindo sobre a cidade e não falando sobre a cidade. Queremos imprimir marcas estéticas em lugares que não são reconhecidos ou legitimados como ambientes de arte. A ideia é intervir artisticamente e criar uma memória artística nesses espaços.

De um ano para o outro muita coisa aconteceu com o Home Theatre. Realizado pela primeira vez em 2013, o festival conquistou o Prêmio Shell na categoria inovação e foi exportado para Londres, onde foi realizado em outubro passado. Até o fim do ano o evento volta a ter uma edição na Inglaterra e, em 2015, voa até a Palestina.

— Faremos também uma experimentação no Novo México, nos Estados Unidos — diz Faustini. — O nosso objetivo é consolidar o festival como uma metodologia que poderá ser aplicada em todos os cantos do mundo.

Por enquanto, o Rio é a base. Até o dia 25 de maio, o evento mantém como central a premissa de apresentar cenas curtas, de 20 a 30 minutos. Tais montagens — solos, performances ou estudos cênicos — serão apresentados hoje e amanhã, assim como nos dias 22 e 23, em 50 residências de diversos bairros da cidade. Tais obras compõem a mostra Cenas em Casa, formada por dez criações vindas de cinco estados do país — cinco do Rio, duas de São Paulo, além de Minas Gerais, Maranhão e Ceará. A programação e seus horários podem ser conferidos no site festivalhometheatre.com.br.

— Queremos estimular as pessoas a receberem estranhos em casa, assim como levar artistas a habitarem espaços que nunca pisaram — diz Faustini. — O Vandré Silveira, por exemplo, vai mostrar uma adaptação da sua peça (“Farnese de saudade”) no Borel e no Batan, assim como a Cristina Flores (“Tipos de perturbação”).

Todas as cenas também serão apresentadas na Arena Jovelina Pérola Negra no próximo dia 25, como parte de uma mostra competitiva, em que serão avaliadas por um júri e disputam dois prêmios de R$ 3 mil, para a melhor cena e melhor atuação.

Mostras paralelas

Além de seu eixo central, o Home Theatre 2014 se ramifica em três mostras paralelas: Mémorias de uma Casa, Meu Prédio tem História e Teatro na Porta. A primeira delas é uma única criação, “Parei de ser fôlego”, que será encenada de sexta a domingo, das 18h às 3h, numa mansão localizada no Jardim Pernambuco, no Leblon. Parceria entre as seis atrizes da Cia. Terceiro Mundo e o autor e diretor Emanuel Aragão, a obra apresentará diversas cenas de 20 minutos a um espectador por vez.

— É uma casa vazia, abandonada, e a proposta deles é inventar quais seriam as memórias dessa casa — diz o idealizador do evento.

Já no próximo dia 24, o diretor inglês Kerry Michael vai mostrar sete cenas inspiradas nas histórias dos moradores do Edifício Mercúrio, na Pavuna. Faustini explica que não se trata de uma única peça, mas de um mosaico de cenas autônomas que “farão o espectador criar a sua dramaturgia sobre aquele lugar”, diz. Também durante todo o evento um carro com a Cia Os Fabulosos vai circular pela cidade, apresentando duas cenas por dia na porta da casa de moradores que se mostrarem interessados em recebê-las.


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