SÃO PAULO — Em São Paulo para lançar “X-Men: Dias de um futuro esquecido”, que estreia em 22 de maio, os atores Patrick Stewart e James McAvoy participaram de uma coletiva de imprensa lotada na tarde desta quarta-feira num hotel em São Paulo. Os dois disseram ser otimistas em relação ao futuro da humanidade, assim como o professor Charles Xavier, personagem que interpretam em fases diferentes da vida na saga dos heróis mutantes.
— Vivi muito e pude ver a queda do Muro de Berlim, o fim do Apartheid. Sempre senti confiança de que o mundo melhora — declarou Patrick Stewart, lembrando a coragem de seus colegas de elenco Ian McKellen (que interpreta o Magneto mais velho) e Ellen Page (Kitty Pryde) ao se assumirem publicamente como homossexuais.
Em “X-Men: Dias de um futuro esquecido”, dirigido por Bryan Singer, mutantes e seres humanos lutam pela sobrevivência em tempos de calamidade. Os inimigos dos X-Men são máquinas cridas pelos seres humanos e capazes de imitar os poderes dos mutantes contra quem lutam. Numa última tentativa de transformar essa realidade, os mutantes que restam se unem para enviar a consciência de Wolverine (Hugh Jackman) ao passado, fazendo com que ele se encontre na década de 1970 com Xavier e restaure sua fé, perdida após seu rompimento com Magneto (Michael Fassbender) e Mística (Jennifer Lawrence).
Pela primeira vez, Patrick Stewart e James McAvoy contracenam num encontro entre seus personagens que acontece no futuro, quando Xavier entra na mente de Logan. A cena foi marcante para os atores.
— Até então, estivemos juntos muito pouco. Sou fã de Patrick Stewart desde os 10 anos de idade, por causa de “Jornada nas estrelas” — lembrou McAvoy.
— Temos uma admiração mútua. Acompanho e admiro o trabalho de James há algum tempo. A cena entre Xavier jovem e velho é o ponto de virada do filme. É onde o jovem Charles faz uma escolha que altera o futuro da humanidade — completou Stewart.
Para os atores, o sucesso da franquia X-Men está em sua humanidade. Stewart vê no novo filme uma ligeira mudança em Xavier, personagem que, ao contrário de Magneto, acredita na diplomacia e na negociação. Ele percebe que diante de tamanha violência será mais do que diálogo, será necessário agir.
— Um líder de um grupo ou de uma nação precisa ter a capacidade de se colocar no lugar do outro, de enxergar através dos olhos do outro. Não é só ficar sentado nas Nações Unidas ou na União Europeia, mas ser capaz de ter empatia — acredita Stewart, citando a beleza nas cenas do filme nas quais os mutantes cuidam uns dos outros, lutam em conjunto, enquanto tentam vencer as poderosas máquinas.
Para James McAvoy, o professor X é o personagem mais humano da franquia porque sua principal característica é a empatia.
— Vamos ao cinema para ver a nós mesmos. Um dos acertos de X-Men é que são super-heróis muito humanos. São perseguidos ou excluídos por serem diferentes, ou estão no armário, lutando contra sua própria natureza. Charles parece mais equilibrado e, para mim, é o X-Men mais humano.