RIO — Aos 30 anos, completados em março, Rômulo Estrela diz que passou longe da crise com a idade redonda por estar “num momento muito especial”. Personagem do ator em “Além do horizonte”, Álvaro inicialmente teria um caso com Fernanda (Day Mesquita) após romper com Priscila (Laila Zaid). Mas acabou se envolvendo com Inês (Maria Luiza Mendonça) e ganhando mais destaque na trama. Agora, o advogado disputa o amor da perua com Líder Jorge (Cássio Gabus Mendes).
— Este é o papel de maior repercussão da minha carreira. Passei um tempo brilhante na Record e aprendi muita coisa. Mas na Globo as pessoas olham mais para o seu trabalho.
Antes de entrar em “Além do horizonte”, ele esteve em pequenas participações em produções da Globo e fez cinco novelas e uma minissérie da Record, como “Caminhos do coração” (2007) e “Rei Davi (2012).
Até outubro do ano passado, Rômulo não imaginava que faria o advogado “cara de pau, ambicioso e sem escrúpulos” da trama das 19h. No ar desde novembro, a novela chega ao fim no dia 2:
— Consegui o papel aos 45 minutos do segundo tempo. O Álvaro seria do Rodrigo Hilbert, mas ele desistiu e me ligaram chamando para fazer os testes. Até a confirmação, foram quatro dias de ansiedade. Mas foi uma espera boa no final das contas.
Por conta do convite de última hora — as gravações do folhetim de Carlos Gregório e Marcos Bernstein começaram quatro dias depois de ele ter sido confirmado no elenco —, Rômulo teve que compor o personagem a toque de caixa. O ator conta que foi com Igor Angelkorte, que vive na trama o também advogado Marcelo, ao Fórum do Rio de Janeiro, a escritórios de advocacia e a bares frequentados por esses profissionais. Tudo para tentar encontrar outros “Álvaros.”
— Achei vários — brinca Rômulo, que usou ainda um outro recurso: — Como tive pouco tempo, acionei a música. Acho que Álvaro é punk rock, tem uma coisa meio The Clash, então, costumo ouvir músicas da banda antes de gravar. Me ajuda a entrar no universo de sedução, de mentira e de rebeldia.
Maranhense de São Luís que há 12 anos vive no Rio (há quatro com sua mulher, a conterrânea Nilma Quariguasi), Rômulo diz que às vezes sente falta de comer “uma boa carne do sol”:
— Sinto saudade de casa, vontade de estar com familiares e amigos. Mas nunca pensei em desistir, sempre tive certeza de que ia acontecer e das minhas limitações, por isso corri atrás. Agora torço para que venham novas oportunidades.