LOS ANGELES - O diretor Marc Webb e o famoso compositor Hans Zimmer reuniram um supergrupo de músicos influentes para criar, em conjunto, trilha sonora de "O espetacular Homem-Aranha 2". A trupe inclui o rapper e produtor Pharrell Williams, o ex-Smiths Johnny Marr e Michael Einziger, guitarrista do Incubus, além de contar com uma colaboração entre Alicia Keys e Kendrick Lamar.
A intenção era que a união de grandes nomes trabalhando juntos estimulasse a criatividade dos envolvidos, mas Zimmer não tinha ideia do quão longe essa criatividade poderia ir até que Pharrell resolveu dar uma voltinha no quarteirão.
"Nós escrevemos uma ópera. Quem poderia imaginar?", disse Zimmer. "Estávamos conversando com Marc, de onde surgiram todas essas ideias e, de repente, você sabe, houve este grande momento em que Pharell estava tão empolgado com tudo. Eu podia ver essas ideias meio que voando pela cabeça dele e ele disse: 'Chega, eu preciso dar uma volta no quarteirão, literalmente'. Nós sentamos para esperar, ele deu a volta dele no quarteirão e voltou com duas páginas de letras. Incrível. Foi algo incrível provocado por este tipo de ambiente".
Pharrell disse que as coisas fluíram bem, a despeito da presença de músicos de alto nível de todas as partes da indústria. "Sim, foi muito harmonioso", disse o cantor. "A atmosfera não foi de choque de egos. Era mais como se tudo se encaixasse em seus lugares de uma maneira maravilhosa. E, claro, Hans esteve no leme, naquilo que chamaríamos de liderança. Ele permitiu que todo mundo tivesse a palavra, que todo mundo tivesse seu espaço criativo e que esse espaço contasse".
O arroubo de criatividade acabou impactando o filme, que estreia no Brasil em 1º de maio. Webb ficou tão inspirado que acabou mudando os rumos do filme. "Suponho que isso já não seja mais segredo, mas o Sexteto Sinistro acabou sendo introduzido ao filme porque tínhamos um tema para eles e tornou-se irresistível filmar aquelas cenas", contou Zimmer.
Apesar de Pharrell e Zimmer virem de mundos diferentes - o que ficou evidente na entrevista por seus estilos opostos, com Zimmer em um terno marrom escuro metalizado e Pharrell usando um de seus famosos chapéus enormes, jaqueta, jeans e várias correntes de ouro - os dois se olham nos olhos quando se trata de criar música. Pharrell disse ter aprendido que não há limite:
"Você deve ser criativo, mas é esperado que você faça algo que tenha harmonia cinestética com o filme. É quase como quando você junta áudio e vídeo e um terceiro elemento totalmente novo é introduzido, e esse é o sentimento. Mas quando eles ainda estão separados, você é duramente pressionado para alcançar o tal sentimento. Nessa situação particular, nós tivemos espaço suficiente para criar música e isso veio de dentro".