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Há três anos de volta a Hollywood, Arnold Schwarzenegger diz: ‘Não gosto de garantias’

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LOS ANGELES — Arnold Schwarzenegger pode até ter voltado a lutar contra bandidos em filmes de ação, mas ele se esforça para ser bonzinho quando se trata de política. Três anos após voltar a atuar, o republicano e duas vezes governador da Califórnia rasga elogios ao seu sucessor democrata, Jerry Brown.

No mundo da música, se Brown não foi alvo de elogios enaltecedores, pelo menos surpreendeu. Ele foi o tema do primeiro single da banda de punk Dead Kennedys. Em "California über alles", de 1979, o então governador do estado americano era retratado como um político de visão hippie-fascista. O letrista Jello Biafra satirizava o seu mandato, que julgava liberal, mas com ideias conservadoras. Tempo depois, porém, Biafra admitiu que Brown não era tão ruim assim.

Schwarzenegger vai mais longe. Para ele, Brown impressionou pela habilidade de dialogar com os partidos. O político de 75 anos não deve enfrentar forte competição na corrida pela reeleição, em novembro. Enquanto isso, Schwarzenegger diz que não vai participar de nenhuma disputa. Embora "Rota de fuga" e "O último desafio", ambos do ano passado, tenham fracassado nas bilheterias, o ator de 66 anos está empenhado em voltar a Hollywood.

Ele interpreta um vingativo líder da polícia de narcóticos no corajoso (e às vezes macabro) "Sabotage", que estreia na próxima sexta-feira nos Estados Unidos (ainda sem data definida no Brasil). Ele também vai aparecer em "Os mercenários 3" e deve retornar ao papel de um robô assassino em um novo "Exterminador do futuro", que começará a ser produzido no mês que vem. Pode ainda fazer uma sequência para a comédia de 1988, "Irmãos gêmeos".

Nesta entrevista, Schwarzenegger falou sobre Brown, sobre a jornada ao lado sombrio de seu personagem mais recente e sobre a importância de fazer blockbusters.

Você fez esse filme mais ou menos um ano depois de abandonar o escritório. Quando você está no set, até que ponto ainda está lidando com política?

Tenho um assistente que bloqueia minhas ligações para que eu possa trabalhar e me concentrar no filme. Posso fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas sei exatamente quando bloquear qualquer coisa que venha de fora do estúdio e simplesmente me focar no filme.

Você já interpretou um personagem tão sombrio antes?

Não. Não lembro de nenhum papel tão obscuro quanto esse. Em "O fim dos dias", fiz um personagem um pouco sombrio, mas esse é, de longe, um dos mais obscuros, e também o mais complexo, com seus próprios defeitos e seu jeito deturpado de pensar.

Seus últimos filmes não lucraram muito nos EUA, mas tiveram um bom desempenho no exterior. Na sua opinião, qual a importância que este e outros filmes sejam bem sucedidos nas bilheterias?

Todos nós queremos ser bem sucedidos. Você quer ter certeza que todos amem o que você faz. Então isso é muito importante. Agora, há uma garantia? Não, porque é isso o que torna a vida tão maravilhosa. Eu gosto de não ter uma rede de segurança. Não gosto de ter garantias. Gosto da ideia de estar lá fora, cru, e deixar as pessoas serem os jurados. E aí você enfrenta as consequências. Às vezes você não escolhe o roteiro ou o personagem certos, mas, às vezes, sim.

Os Estados Unidos estão fazendo o suficiente em relação ao que está acontecendo na Rússia e na Crimeia?

Bem, eu não me envolvo muito nessa coisa de política externa. Mas eu acho que as pessoas deveriam parar de fazer o que estão fazendo e assistir ao filme "Sabotage".

O que você tem achado do trabalho do governador Jerry Brown?

Acho que ele tem um trabalho muito desafiador. Eu sei disso. Eu estive lá. Unir republicanos e democratas, agradar trabalhadores e empresários, as pessoas que produzem energia e os ambientalistas... Há muitos conflitos aí. E acho que ele tem feito o melhor trabalho possível dentro dessas circunstâncias. O estado também vai bem. Ele faz tudo da mesma maneira que eu faria. E eu não faria as mesmas coisas que ele porque eu sou republicano, e ele é democrata. Mas o fato é que não importa a que partido você pertence. A chave de tudo é trabalhar para favorecer mais as pessoas do que o partido. E eu acho que ele tem feito um bom trabalho nesse sentido.

Você se imagina concorrendo em uma outra eleição?

Não. Não tenho o menor interesse em concorrer em nada. Já fiz isso. Nunca quis ser um político para sempre. Estou sempre interessado em enfrentar os desafios que todos dizem ser impossíveis. Neste exato momento voltei a atuar. Eu disse "eu voltarei", e eu voltei. É isso o que eu amo fazer.


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