RIO - Marcada para começar em 10 de setembro, a quarta edição da ArtRio seguirá o roteiro do último ano: terá entre 100 e 110 galerias de arte com obras de mais de 2.000 artistas, ocupará milhares de metros quadrados no Píer Mauá e consumirá cerca de R$ 9 milhões (orçamento captado via Lei Rouanet). Mas, em sentido um tanto oposto ao que caminhou nos últimos três anos — o de tornar-se popular na cidade e, depois, no país —, a feira focará sobretudo em estrangeiros.
Munida de uma lista de 3 mil nomes de VIPs internacionais do mundo da arte, a idealizadora da ArtRio Brenda Valansi contratou a relações públicas americana Nadine Johnson, que assessora a galeria Gagosian, gigante com filiais mundo afora, e é responsável por divulgar grandes eventos no meio, como a inauguração da Fundação Jumex, no México.
— Estava buscando uma relações públicas fora do país e ouvi dizer que ela (Nadine Johnson) “fez” o Larry Gagosian, trabalhou com ele quando tinha só uma galeria em Los Angeles e ninguém nem sabia quem era ele — contou Brenda, na manhã desta terça-feira, no Parque Lage, onde a ArtRio apresentou a convidados seu plano de ação para 2014. — No primeiro e no segundo anos da ArtRio, o desafio era trazer as galerias de arte. Na terceira edição, isso foi mais fácil, as galerias vieram naturalmente. Agora, precisamos trazer o público internacional.
De fato, a feira carioca é menos conhecida internacionalmente que a tradicional SP-Arte, marcada para a próxima segunda-feira. Criada em 2005 e com sede no prédio da Bienal de São Paulo, a rival paulistana não só integra há mais tempo o circuito internacional de arte como tem a reputação mais consolidada entre colecionadores internacionais. Em 2012, a ArtRio assustou galeristas estrangeiros, que chegaram a fechar seus estandes, com dificuldade para administrar o público de 74 mil visitantes que atraiu ao Píer Mauá.
Além da contratação da relações públicas de Larry Gagosian, a ArtRio tentará usar o calendário do meio artístico a seu favor. Setembro é o mês da abertura da Bienal de São Paulo e de inaugurações de pavilhões de Inhotim, maior centro de arte contemporânea do país, com sede em Brumadinho, no interior de Minas Gerais. Para pegar carona no circuito, a ArtRio tem parceria com uma agência de turismo dos Estados Unidos, especializada em organizar viagens a eventos de arte. A empresa tem recebido pedidos de colecionadores para que organizem roteiros ao Brasil — e agora inclui, no pacote, a feira carioca;