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Polícia Civil investigará vídeo do Porta dos Fundos, após denúncia de Marcos Feliciano

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RIO - A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), órgão da Polícia Civil de São Paulo, vai instaurar um inquérito para investigar se houve algum crime na veiculação do vídeo “Especial de Natal”, do canal do YouTube Porta dos Fundos. A denúncia foi protocolada pelo deputado Marcos Feliciano (PSC-SP) ao Ministério Público Estadual de São Paulo, que encaminhou a representação à Polícia Civil de São Paulo e ao Ministério Público Federal do Rio, onde a produtora tem sede.

A representação feita pelo parlamentar alega que o vídeo ataca dogmas cristãos e fere a liberdade religiosa. A indenização pedida ao grupo de humor é de R$ 1 milhão, de acordo com a assessoria de imprensa do MP-SP. O documento condena o programa por fazer paródia com o nascimento e a crucificação de Jesus — um dos quadros, por exemplo, provoca risos ao sugerir que Maria não é virgem e realmente teve um filho com Deus. Caso a indenização seja concedida pela Justiça, será destinada à Santa Casa de Misericórdia, segundo o deputado.

Diretor e um dos fundadores do canal, Ian SBF diz que não está preocupado com o processo.

— Isso faz parte. O “Porta” defende a democracia. Nós queremos ter o direito de falar o que quisermos e quem não gostar também tem o direito de se manifestar contra os vídeos — comenta o diretor por telefone. — Estamos apenas exercendo nossa liberdade de expressão.

Defensor do humor sem censura, Ian garante que a investigação não impedirá que o grupo de humor continue produzindo vídeos com temas polêmicos.

— Se o pessoal visse a lista de vídeos que ainda serão lançados ficaria de cabelo em pé. Acho que o nome dela poderia ser “sarna para se coçar” — brinca um dos fundadores do canal. — Pode ter certeza que muitos vídeos religiosos estão por vir.

Críticas nas redes sociais

No início do mês, a Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, de Brasília, já havia protocolado uma representação criminal contra o grupo humorístico no Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro. O documento relatava uma série de vídeos produzidos pelo canal do YouTube que satirizam dogmas da religião católica, principalmente o “Especial de Natal”, que traz diversas esquetes que a associação considera “ofensivo à moral cristã”.

Os mesmos quadros que arrancam gargalhadas da maior parte do público geraram revolta em grupos cristãos, que consideraram blasfêmia a paródia com o nascimento de Jesus. O polêmico “Especial de Natal” desencadeou reações fortes de alguns grupos católicos, que têm feito campanha contra o canal de humor que virou fenômeno da web nacional. Internautas têm usado as redes sociais para convocar quem não gostou da piada a marcar a opção “não curti”. Por isso, o vídeo já conta com mais de 29 mil rejeições, um dos índices mais altos do portal.

Ainda há uma petição online que exige que a marca de cerveja Itaipava deixe de patrocinar os vídeos do site e “de apoiar o ataque ao Cristianismo”. A fabricante de bebidas já emitiu nota informando que manterá o patrocínio ao canal, mas fez uma ressalva, enfatizando que “não apoia qualquer manifestação que venha a atingir valores religiosos” e não teve qualquer envolvimento com a produção do episódio em questão.


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