RIO - O cantor e produtor musical Marcio Antonucci morreu nesta segunda-feira pela manhã, aos 68 anos, em Angra dos Reis. Ele estava internado num hospital há dias, por causa de uma pneumonia, que evoluiu para um quadro de infecção generalizada.
Ao lado do irmão Ronaldo Luís Antonucci, ele iniciou a carreira musical em 1964, no rádio, mas os dois só decolariam depois que um diretor de TV os ouviu e resolveu batizá-los de Os Vips, inspirado por um filme de sucesso na época. Contratados pela gravadora Continental, eles lançaram alguns discos até que, em 1966, em plena vigência da jovem guarda, tiveram o seu grande sucesso: a canção “A volta” (“Estou guardando o que há de bom em mim/para lhe dar quando você chegar”), composta por Roberto e Erasmo Carlos. Antes mesmo que o movimento musical esfriasse, Marcio já buscava outros caminhos, seja como ator de novelas e minisséries, seja como jurado do programa “Quem tem medo da verdade?”, que o diretor Carlos Manga fez na TV Record.
Com Os Vips em recesso, o cantor seguiu carreira como produtor da gravadora Copacabana Discos, onde revelou o sambista Agepê e foi responsável pela bem-sucedida série de álbuns “Os Motokas”, que vendeu mais de três milhões de cópias com regravações de músicas das paradas de sucesso (feitas pelo grupo Famks, futuro Roupa Nova) embaladas em capas com fotos de beldades como Myriam Rios posando de biquíni em frente a motocicletas. Entre 1976 a 1979, Marcio trabalhou como produtor musical da Rede Globo, onde cuidou dos programas “Alerta geral”, “ Brasil especial”, “Sandra & Miéle” e “Globo de Ouro”. Mais tarde, foi produtor musical da gravadora Som Livre, pela qual lançou as séries “Garra brasileira”, “Convocação geral” e “Samba, suor & ouriço”. Lá, assinou a produção musical dos LPs “Maravilhas contemporâneas”, de Luiz Melodia, e da trilha da novela “Pecado Capital”, ambos contemplados com discos de ouro.
De 1979 a 1981, exerceu o cargo de diretor geral do programa “Globo de Ouro” e foi responsável pela criação dos quadros “O som das discotecas” e “O som da geração 80”, esse último gerando um programa semanal devido ao alto índice de audiência.
Nos anos 1980, Marcio foi diretor musical, de áudio e de sonorização da TV Globo de Televisão e assinou a direção musical de trilhas de novelas e séries. Em 1990, reuniu-se novamente ao irmão para a gravação, pela Som Livre, do LP “Os Vips ao vivo", que vendeu 300 mil cópias e pôs a dupla novamente no circuito da saudade da jovem guarda. Paralelamente, o produtor seguiu com seu trabalho na TV (em 2000, transferiu-se da Globo para o SBT de Silvio Santos). Em 1998, esteve envolvido com os discos e shows do projeto “A Discoteca do Chacrinha”.