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Crítica: A melancólica exposição de gêneros de Lucas Vasconcellos

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RIO - Dos mais aparelhados músicos em uma cena dominada pelos intuitivos, Lucas Vasconcellos era aquele de quem mais se esperaria um disco solo no mínimo digno de interesse. De fato, em “Falo de coração”, ele vai algumas casas à frente do Letuce, com uma exposição de gêneros musicais e procedimentos sonoros que só a solidão do estúdio poderia proporcionar. E sua grande virtude no disco é não deixar que o universo de possibilidades atropele aquele que parece ser o propósito primeiro da obra: iluminar o compositor, que se esquiva com destreza dos clichês do disco-de-rompimento para mostrar-se por inteiro nas canções. (Ouça o disco no Soundcloud do artista.) Links Lucas vasconcellos

Fragmentado (uma marca comum aos trabalhos da geração), o álbum de Lucas é daqueles que podem estar agora num belo exercício de Clube da Esquina com piano jazzístico (“Flor de tudo”) e logo depois numa onda post-rock para Mogwai nenhum botar defeito (“Parede cinza”). Mas o compositor une os pontos sonoros, dando ao disco uma melancolia que o acompanha da primeira à última canção (que, aliás, é um samba-canção, “Sol de meio dia”). “Falo de coração” tem faixas que sobrevivem bem fora do disco — caso de “Seven laughs” —, mas é uma obra íntegra. Excessiva, por vezes monótona, mas que reflete com nitidez o momento de Lucas.

Cotação: bom


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