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Concebida pelo MoMA, mostra “Expo 1: Rio” chega ao MAM

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RIO - Em Nova York, o foco era o clima. No Rio, é a cidade. “Expo 1: Rio”, versão da mostra “Expo 1: New York”, que ficou em cartaz de maio a setembro no MoMA, chega ao MAM do Rio com 60 obras (entre vídeos, fotos e instalações) e outro viés: aqui, a questão não são as mudanças climáticas, mas a transformação urbana, segundo os curadores da exposição, Klaus Biesenbach (diretor do MoMA PS1) e Luiz Camillo Osorio (curador do MAM).

— Em Nova York, tudo era ecologia. No Rio, Camillo e eu pensamos em ter um olhar mais urbano. A mostra aqui, de certa forma, toma como ponto de partida o carnaval, desfiles públicos, manifestações nas cidades — diz Biesenbach.

Trabalhos de sete artistas brasileiros foram incorporados à mostra. Estão lá Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander, com o vídeo “Quarta-feira de cinzas” (2006), em que formiguinhas carregam confetes do carnaval. Da mineira Cinthia Marcelle (única brasileira que integrou a “Expo 1: New York”) há o vídeo “475 volver” (2009) em que um trator anda em círculos num terreno vazio.

— É como um desfile, mas um desfile sem fim. “Volver” é uma das obras sobre ecologia, feita num lugar desmatado — diz o diretor do MoMA PS1.

De onde se observa o vídeo de Cinthia Marcelle, vê-se também um clipe de rap feito nas ruas de Istambul, “cidade que cresce tanto quanto o Rio”, como diz Biesenbach, observando que o vídeo, do turco Halil Altindere, é mais uma espécie de desfile urbano. A exposição reúne ainda instalações de Jonathas de Andrade e de Jarbas Lopes e um vídeo de Thiago Rocha Pitta. A montagem é costurada como um diálogo entre brasileiros e estrangeiros, mostrando que artistas daqui e de fora olham para questões da cidade.

O meio ambiente, apesar de não ser o foco da versão brasileira, aparece em obras de estrangeiros trazidas ao MAM. Vizinho ao registro das formigas de Cao e Rivane está um vídeo do chinês Liu Wei, feito numa espécie de lixão de seu país, lotado de catadores à espera de caminhões carregados de detritos. Na mesma parede, há ainda o vídeo de uma performance do alemão Joseph Beuys (1921-1986) — em 1972, após a manifestação de Primeiro de Maio na Praça Karl Marx, na então Berlim Ocidental, Beuys varreu as ruas com a ajuda de dois alunos, recolhendo o lixo deixado pelos manifestantes.

Em Nova York a mostra ocupou três endereços (o MoMA, o MoMA PS1, em Long Island, e uma estrutura montada em Rockaway) e reuniu instalações grandiosas (pela escala) e populares. Era parte da mostra, por exemplo, a obra “Rain room”, em que o público andava sob a chuva sem se molhar e que criou filas na entrada do MoMA. “Expo 1: Rio”, por outro lado, é bem mais enxuta.


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