RIO — Um mês após a entrega do prêmio Evening Standard de melhor atriz para Helen Mirren, pela peça “The audience”, acusações de fraude no resultado abalaram a cena londrina. Nos últimos dias, três dos cinco jurados pediram demissão.
De acordo com o “The Guardian”, a atriz teria levado o prêmio após a editora do “Evening Standard”, Sarah Sands, e o crítico Henry Hitchings alterarem às escondidas o resultado, que favorecia um outro artista.
Os jurados que pediram demissão foram Susannah Clapp, do "The Observer"; Georgina Brown, do "Mail on Sunday"; e Charles Spencer, do "Telegraph". É a primeira renúncia coletiva em 59 anos da história do prêmio.
Diferentemente das outras edições do Evening Standard, neste ano os jurados usaram cédulas secretas. Houve um empate entre dois atores que faziam parte de uma lista de finalistas composta por Linda Bassett, Lesley Manville, Billie Piper e Kristin Scott Thomas, além de Mirren.
Normalmente, o impasse é resolvido após uma discussão entre os jurados. Mas, desta vez, Hitchings mudou seu voto para favorecer Mirren, que na peça interpreta a Rainha Elizabeth II.
Sands negou as acusações, e alegou que Hitchings havia, primeiro, apoiado Rosalie Craig, estrela do espetáculo "The light princess", antes de uma decisão que transferiu a atriz para uma nova categoria. Ela disse que os dois decidiram, então, premiar Mirren.
Dois críticos que se demitiram afirmaram que ficaram surpresos quando o resultado foi anunciado. "Simplesmente não entendi como chegaram a ele", disse Clapp. Spencer afirmou ter ficado de "boca aberta" quando Mirren foi laureada.
O Evening Standard, criado em 1955 e organizado pelo jornal homônimo, é um prestigiado prêmio que celebra, anualmente, peças britânicas.