RIO - A crítica de teatro do GLOBO Barbara Heliodora lança nesta quinta-feira, na Livraria da Travessa de Ipanema, o livro “ A História do Teatro no Rio de Janeiro” (Editora Novas Direções). Na obra, a autora leva o leitor a um passeio pela história do teatro carioca, desde o padre Anchieta, que trouxe obras de cunho religioso em latim, português, espanhol e tupi, passando por Antonio José, o judeu, primeiro dramaturgo nascido no Brasil, e João Caetano, o ator brasileiro que obteve consagração inédita nos palcos.
O prefácio do livro é assinado por Fernanda Montenegro, que diz: “Barbara Heliodora pertence a esse pequeno grupo de personalidades realmente vocacionadas para o exercício da crítica, que aguenta viver na pressão de julgar, aplaudir, renegar, glorificar, destruir, aceitar, refugar, concordar, discordar, conceituar, desconceituar, isso dia após dia, ano após ano, arriscando até a própria pele porque uma crítica negativa traz também reações impensáveis. (...) Barbara Heliodora é uma grande mulher de teatro. O teatro tem sido a sua vida. O teatro é visivelmente e apaixonadamente a sua grande, a sua imensa devoção.”
Além do texto, o livro conta com imagens que ajudam a mostrar a trajetória do teatro através de grandes nomes como Bibi Ferreira, Francisco Cuoco, Eva Todor, Hélio Eichbauer, Tônia Carreiro; o Teatro dos Sete, companhia formada por Fernanda Montenegro, e os diretores Fernando Torres e Gianni Ratto; as montagens de textos de Nelson Rodrigues; o grupo opinião de Nara Leão (que depois fora substituída pela então desconhecida Maria Bethânia); a anarquia do Asdrúbal Trouxe O Trombone no Teatro Ipanema, o besteirol dos anos 80 até chegar às produções atuais.
De acordo com Bárbara, “o teatro é uma arte fugidia; não sendo multiplicável como o cinema, o DVD ou a televisão, para não falar nos mais recentes recursos eletrônicos; ele se torna por isso o menos acessível para o grande público. Por outro lado, tendo custos muito menores do que esses outros veículos tecnológicos, o teatro permanece como o campo no qual é possível fazer experiências, explorar formas e ideias. A História do Teatro no Rio de Janeiro é, essencialmente, a própria história do teatro brasileiro.”