RIO - Renato Aragão chega numa delegacia para fazer uma denúncia: estão roubando seus bordões! Na conversa com o delegado (Leandro Hassum), um policial, interpretado por Luiz Fernando Guimarães, se adianta para pedir ajuda a um companheiro que está sentado:
— Ô, da poltrona! Vem cá! — fala, em cena.
A engraçada premissa é a tônica do esquete do qual Renato participa no “Divertics”, que estreia neste domingo, às 15h20, na Globo. O programa ainda preparou uma homenagem para o humorista, com direito à presença da mulher e da filha:
— Eu não sabia da homenagem. Foi uma surpresa e emoção enormes. Aquele chororô. Não costumo participar de um programa que nunca vi, às cegas, mas o Jorginho (o diretor de núcleo Jorge Fernando) faz um trabalho único e não tive dúvidas — conta Renato: — Nunca tinha trabalhado com ninguém do elenco e fiquei muito feliz ao lado dessa turma toda. São atores maravilhosos.
Ainda que a homenagem propriamente dita tenha sido uma surpresa, o próprio esquete é uma espécie de tributo à influência que Renato e seu personagem Didi Mocó exercem até hoje sobre o humor na TV. E o comediante tem plena consciência disso.
— Eu me sinto muito homenageado pela existência de programas como este. Fico feliz que o “Os trapalhões” tenha influenciado tanta gente e dado espaço para atrações inovadoras como o “Divertics”. O programa tem todos os ingredientes populares: emoção, circo e humor — elogia.
E Renato não vai ficar muito tempo longe da tela este mês: dentro da programação especial de fim de ano, vai ao ar o telefilme “Didi, o peregrino”, no dia 22 de dezembro. Na trama, ele vive um artista de rua que, após um grande revés em sua vida, decide fazer o caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. O projeto, que demorou seis meses para ser concluído, foi importante para o humorista, mais um a entrar na lista dos que tiveram a vida transformada após a peregrinação.
— Eu tinha muita vontade de fazer essa viagem, mas não tinha arranjado tempo. Até que surgiu essa oportunidade. Fizemos a caminhada reduzida, da França à Espanha. Nunca passei tanto frio e calor ao mesmo tempo. As diferenças de temperatura são muito grandes, peguei de 0 a 30 graus. Foi muito emocionante, uma grande aventura.
A possibilidade de investir num projeto tão grandioso veio num ano em que Renato acabou se afastando da TV. Depois de 15 anos no ar de forma fixa e semanal com o “Turma do Didi” e o “Aventuras do Didi”, ele perdeu espaço quando este último programa saiu da grade, em fevereiro. Mas o humorista vê o lado bom desta nova condição.
— Por um lado, sinto falta do programa semanal porque gosto da adrenalina diária de produção. Mas uso toda essa vontade para criar mais telefilmes. Estou focado nisso e usando minha energia para novidades na mesma qualidade de “Didi, o peregrino”. Me empolgo muito em fazer algo diferente de tudo que já participei na vida — defende.