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Entre o oro carioca e o sabor da ásia

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RIO - Felipe Bronze está a todo vapor. Prestes a ser pai pela primeira vez e com seu premiado Oro de mudança para o Jockey Club, ele reserva ainda para 2014 a abertura de um restaurante asiático, o retorno do seu quadro no “Fantástico” e o lançamento de um programa no canal a cabo GNT. Animado, ele falou sobre os projetos no sábado, em um bate-papo com a editora do caderno ELA, Ana Cristina Reis, na Casa do Saber O GLOBO.

A mudança para o Jockey promete ser a cereja do bolo de um restaurante que sempre buscou enaltecer a cidade e agora terá vista para cartões-postais como a Lagoa e o Cristo Redentor.

— O Oro é fundamentalmente carioca. Não poderia valorizar a Amazônia e dispensar o Rio — afirma o criador de pratos como o “Carioquices” (que faz uma releitura de ícones da cidade, como o bolinho de feijoada do Aconchego, o de aipim com camarão da Alaíde e o sanduíche de filé com abacaxi do Cervantes) e “Um dia na praia” (que traz interpretações do biscoito de polvilho, dos espetinhos de camarão e de queijo coalho, do mate com limão e tem até pegada de chinelo na areia de amendoim). — “Um dia na praia”, mas sem o arrastão e antes do choque de ordem.

Com 15 prêmios nos três anos de funcionamento do Oro, Felipe contou que não foi fácil convencer os primeiros clientes de que suas técnicas de cozinha molecular produziriam pratos saborosos:

— Me perguntavam se a minha comida é boa. Ora, ser gostoso é a pré-condição para qualquer restaurante.

Ele chegou a temer se o restaurante daria certo por conta do conservadorismo do carioca com relação à gastronomia.

— O Oro é um espaço de vanguarda, com apelo visual e certa teatralidade. Fiquei receoso antes de abrir a casa porque o Rio tem uma áurea libertária, da exposição do corpo na praia e no carnaval, mas é uma cidade muito conservadora em termos de gastronomia. Um restaurante que se diz francês tem 90% de chances de dar certo aqui.

Oriental, mas brasileiro

E isso certamente não será nas mãos do chef, que não se considera um entusiasta da culinária francesa:

— Não é o tipo de comida que me fala à alma.

Felipe anda mesmo é apaixonado pela comida espanhola:

— Sou um ávido defensor das técnicas deles, que foram pioneiros na arte de usar as partes menos nobres do animal — defende ele, que desde 2011 já visitou o país seis vezes.

O chef não esquece, no entanto, de valorizar os ingredientes tipicamente nacionais, que estarão presentes inclusive no seu restaurante asiático:

— Somos um país continental. É difícil fazer culinária genuinamente brasileira. Até porque a gente tem mais familiaridade com o hambúrguer do que com o tucupi — disparou.


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