Quantcast
Channel: OGlobo
Viewing all articles
Browse latest Browse all 32716

Ex-DJ de Lady Gaga relata primeiros anos da cantora em NY

$
0
0

RIO - DJ e grande amigo de Lady Gaga nos tempos em que ela perseguia a fama na cena dos bares e boates do Lower East Side de Manhattan, Brendan Jay Sullivan viu seu livro “Rivington St. was ours”, lançado no exterior na terça-feira, ocupar páginas de sites, jornais e revistas por causa de suas menções ao consumo de cocaína da cantora. Passada a primeira onda de polêmica, ele garante ao GLOBO que não se deixou abalar:

— Daqui a 20 anos, ninguém vai mais querer saber quantas drogas tomávamos ou com quem estávamos trepando.

Ainda sem previsão de lançamento no Brasil, o livro é um apanhado de memórias de Brendan entre 2006 e 2008, quando, tendo revelado nomes como Strokes e Yeah Yeah Yeahs, a cidade se perguntava: “E agora, o que vem em seguida?”

— Eles não tinham a menor ideia de que seria Gaga. O que faz a noite de Nova York ser tão forte é que em nenhum outro lugar você pode encontrar futuros titãs de música, moda, arte, literatura e dança na mesma fila do banheiro, cantando a mesma canção — conta.

DJ sob a alcunha de VH1, o autor tinha um amigo chamado Luc, gerente do bar St. Jerome’s, que namorava uma menina de 20 anos, cantora. Quando enfim conheceu Stefani Germanotta, ela se apresentou como Gaga. “Como na música de Freddie Mercury (“Radio ga ga”)?”, Brendan perguntou. “Até que enfim alguém entendeu!”, respondeu ela.

Confundida com Aguilera

Começava ali uma amizade que sobreviveria aos ciúmes de Luc, a toda dificuldade material que os jovens artistas enfrentam na competitiva Nova York e à intolerância de um público que queria ouvir rock, não pop.

— Fui o primeiro DJ a tocar as músicas dela, e foi um desafio — admite ele. — O andamento delas era muito acelerado em comparação ao dos rocks que costumávamos soltar na pista. O DJ com quem trabalhava pedia: “Pare de tocar essa porcaria de Christina Aguilera!” Mas eu sempre conseguia que o público parasse de conversar e cantasse junto.

Brendan acompanhou a mudança da menina de cabelos negros, que cantava e tocava teclados, ainda meio moleca, numa loura poderosa que enxergava o mundo de cima dos saltos altos:

— Até aí, eu sabia que ela tinha um grande talento. Mas quando vi a vizinhança inteira ficar boquiaberta só com o jeito de ela andar, tive a certeza de que Gaga ia ser uma estrela.

Os caminhos da cantora e Brendan se separaram pouco depois de ela ser contratada pelo selo Interscope e se jogar na cova dos leões da indústria fonográfica em Los Angeles. A promessa de uma vida normal o levou de volta a Nova York. Hoje, ele estuda o projeto de transformar o livro em filme. E ainda se irrita com as comparações entre Madonna e a amiga, que em novembro lança “Artpop”, seu terceiro álbum.

— Os garotos não sabem quem é Madonna, mas descobrem ao ouvir Lady Gaga. A história do século XX é cultura descartável. Gaga é uma obra de arte. E a arte não é eterna, mas vai durar mais do que nós.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 32716


<script src="https://jsc.adskeeper.com/r/s/rssing.com.1596347.js" async> </script>