Setembro é um mês muito esperado para a agenda cultural da cidade. Além das feiras ArtRio e ArtRua, a antiga fábrica da Bhering abre suas portas a partir do dia 31 de agosto, às 17h, para apresentar uma arte mais alternativa. A TAL 013 - Supernovas, reúne os trabalhos de 30 artistas nacionais e internacionais, sem muita representação no mercado comercial. A exposição, criada pelo selo com o mesmo nome, tem como objetivo abrir novas possibilidades de comunicação, colaborando na produção e na divulgação desses artistas.
A novidade é que o selo está lançando um projeto chamado Clube de Colecionadores. Uma forma ajudar a fomentar a cena de arte contemporânea através da compra dos trabalhos. Assim, os colecionadores estarão incentivando e investindo nestes artistas, apostando em novos nomes e adquirindo obras a preços acessíveis.
— A TAL foi criada ano passado. É um selo que chancela exposições, eventos, exposições. Uma plataforma multimídia não necessariamente fala de tecnologia, mas sim de uma série de linguagens como pintura, vídeos, fotos, instalações, esculturas, som — conta Gabriela Maciel, diretora da TAL. - Eu sentia a necessidade de um selo que movimentasse a cena artística e que trabalhasse essa relação dos artistas com os museus, colaborando com a nova arte contemporânea brasileira.
A abertura da mostra conta com uma programação especial. Uma instalação organizada pelo grupo Moleculagem chamada “site-specific”, que acontece dentro de uma antiga sala repleta de máquinas da fábrica, inaugurada em 1930. Além disso, a mesma sala contará com uma programação musical produzida pela rádio TAL e o DJ Naldo Leal.
A arte relacionada a musica é um ponto forte na TAL. Muitos de seus artistas apresentam performances ligadas a vídeo e som. Um dos convidado para participar desta edição foi Siri, artista que tem como base de seu trabalho a música experimental. O convite para participar da mostra veio de Gabriela, que viu uma obra sonora do artista em exibição no SESC de Teresópolis. Como a obra ainda está sendo utilizada, eles combinaram de representar a instalação “1/2 Trompete” através de uma série de fotografias.
— Esta é uma época boa para a arte sonora. As pessoas estão mais conectadas, querendo entender mais sobre este novo estilo de arte, que representa sair da monotonia da música padronizada, aprendendo a questionar e refletir sobre o som — explica Siri.
Outra artista que também brinca com a sonoridade em seu trabalho é Elisa Pessoa. O “objeto–vídeo-verso”, realizado em parceria de Gabriela Marcondes, artista plástica e poeta, apresenta uma caixa de madeira com uma tela de LCD dentro, que representa o movimento da água, feito a maré. No final do vídeo uma frase emerge dizendo “há sempre um começo mesmo quando não é visível”.
A fabrica da Bhering também apresenta o evento Fábrica de Portas Abertas, onde todos os ateliês estarão abertos para visitação. No dia 31, a programação também conta com o evento A Hora Feliz, às 18h, e a Bolha Open Air, uma seleção de filmes de arte de difícil acesso, às 20h. Durante a ArtRio a programação ganha um horário especial, no mesmo horário de funcionamento da feira, do dia 5 a 8 de setembro, das 13h às 21h.