RIO - Um dos destaques da exposição, “Meu limão” não é uma tela qualquer. A obra, arrematada em um leilão da Sotheby’s de Nova York, em novembro de 2012, por US$ 2,098 milhões (na época, a R$ 4,3 milhões), fez de Beatriz Milhazes a mais cara artista brasileira viva. O responsável pelo feito, o empresário brasileiro Ronaldo Cezar Coelho, adorou o pedido de Beatriz para expô-la no Paço.
— Quando ela me procurou, fiquei felicíssimo. O “Limão” não podia faltar numa mostra tão importante como essa — diz ele, que levou alguns “sustos”, como diz, antes de ser informado de que a obra, finalmente, chegara na última terça-feira ao Aeroporto Internacional Tom Jobim. — A logística é muito complicada. Como ela é muito grande (249 x 320cm) e fica maior ainda com a caixa, não cabia num avião normal. Tivemos dificuldades em conseguir um avião cargueiro, só havia para Campinas, mas não quis arriscar uma viagem de caminhão. A tela tinha que vir do aeroporto direto para o Paço.
“Meu limão” foi pintada em 2000 para uma exposição no exterior, e adquirida por um colecionador estrangeiro, que a pôs à venda. Cezar Coelho conta que, quando a comprou, a ideia já era trazê-la definitivamente para o Brasil. Depois do Paço, ficará no pavilhão de arte contemporânea da coleção que ele mantém no Instituto São Fernando, em Vassouras. O acervo costuma ficar aberto a visitação durante o Festival Vale do Café, em julho. Este ano, 1.600 pessoas passaram pela Fazenda São Fernando no período.
A mostra traz ainda “O mágico” (2001), recorde anterior de Beatriz em leilões — US$ 1,04 milhão em 2008, comprada pelo colecionador argentino Eduardo Costantini.