RIO - A literatura estrangeira foi a que mais cresceu em vendas no setor de obras gerais (ficção, não ficção e autoajuda): 33% de livros vendidos no primeiro semestre deste ano, contra 28% no mesmo período de 2012. Isso reflete um crescimento de 42%, num período em que o mercado cresceu 11,7%. Levantados pela multinacional alemã de estudos de mercado GFK, os números são resultado de pesquisa inédita, e mostram como editores e livreiros dependem do best-seller: os 30 livros mais vendidos de literatura estrangeira representam 36,6% do total. Se fossem excluídas as vendas de “Cinquenta tons de cinza” (Intrínseca), por exemplo, a literatura estrangeira teria crescido 23%, em vez de 42%.
A pesquisa será apresentada hoje, às 11h30m, na Convenção Nacional de Livrarias, realizada até amanhã pela Associação Nacional de Livrarias (ANL). Baseada em 69% das vendas do varejo no Brasil, ela mostra que o romance representou 57% das vendas de literatura estrangeira nos últimos 12 meses, o que confirma o que sabem os livreiros: em ficção, o que mais vende são obras traduzidas; em não ficção, as nacionais.
Livros religiosos na JMJ
Segundo a gerente da unidade de negócios, Claudia Bindo, a GFK pesquisa o mercado brasileiro há um ano e meio, e também quer mostrar como as vendas reagem a grandes eventos. Na semana da Jornada Mundial da Juventude, por exemplo, os livros religiosos venderam 87% a mais do que na semana anterior. Na semana seguinte, ainda cresceram 22%. Um dos motores foram os livros sobre o Papa Francisco.
Com a GFK e, este mês, da americana Nielsen, espera-se que o mercado tenha números mais confiáveis. A pesquisa mais conhecida, feita todo ano pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP, se baseia em dados das editoras. As duas multinacionais, por sua vez, levantam seus números junto às livrarias e lojas on-line.