Quantcast
Channel: OGlobo
Viewing all articles
Browse latest Browse all 32716

Em Copacabana, pássaros, ondas, espelhos e artes plásticas

$
0
0

RIO - Em busca de um momento de paz, os artistas plásticos Franz Manata e Saulo Laudares ocupam a partir de hoje o espaço principal da galeria Artur Fidalgo, em Copacabana, com a mostra “After nature”. Trata-se de uma exposição que foi construída ao longo dos últimos cinco anos e que se debruça integralmente sobre o embate entre a tecnologia e a natureza. Segundo os artistas, é um verdadeiro convite à desaceleração.

Logo na entrada da galeria, Manata e Laudares penduraram a tapeçaria “Leme 8 bits”. Inspirada no Google Street View, a obra reflete a placidez da praia, revela o calor de suas cores e propõe mais tranquilidade. O trabalho, no entanto, só foi possível graças à tecnologia.

— Quando celebramos os 30 anos da primeira imagem técnica feita em 8 bits, o Google colocou todo o Street View nesse formato. Achamos aquilo fantástico e resgatamos um monte de imagens da cidade de lá — conta Manata. — Nessa tapeçaria, cada ponto é um pixel.

No mesmo ambiente, o som também é arte. Há semanas, os artistas estiveram em Tiradentes (MG) e gravaram uma trilha de 28 minutos com revoadas de pássaros, sinos de igreja e trotar de cavalos. No vaivém de Copacabana, pode levar a um momento de reflexão e alívio.

Mais adiante, a dupla expõe cinco obras inspiradas numa espécie de passarinho que passou 50 anos desaparecido e recentemente foi visto de novo na natureza: o dançador de coroa dourada. Com penas verdes e amarelas, ele ganhou uma escultura pixelada em 3D, duas em bronze, uma gravura e um objeto sonoro que imita seu canto.

Fotos feitas dentro do mar

O tema natureza não se extingue no trabalho da dupla. Até o dia 14 de setembro, a Artur Fidalgo também expõe “Mareando”, uma mostra de fotos de Marcos Bonisson, e “Tanana opera chanchada x Madonna (Vitrine remix)”, uma instalação de espelhos do artista plástico Leo Ayres.

Na sala de Bonisson, o visitante é convocado a curtir a imensidão do mar. Lá ele encontra três fotos em cores, de 60cm x 60cm, que, segundo o artista, buscam “transbordar o potencial plástico e sensorial” da água.

— Duas delas foram feitas dentro do mar — destaca Bonisson. — Esse é um tema que percorre toda minha carreira.

No caso de Ayres, a proposta é dialogar com espelhos. E o ponto alto consiste numa porta perfurada por diversos olhos mágicos. O visitante vira voyeur e é convidado a espiar “o outro lado”.


Viewing all articles
Browse latest Browse all 32716