RIO - A noção de como funciona o processo de criação artística às vezes passa longe do público de uma feira de artes. O foco educacional não costuma ser a prioridade e as pessoas, muitas vezes em busca de entretenimento, nem percebem as curiosidades das obras e dos artistas por trás delas. Este ano, a Escola de Artes Visuais do Parque Lage e a Múl.ti.plo Espaço Arte vão levar um ateliê para dentro dos galpões do Píer Mauá.
Localizado no Armazém 2, o espaço Gravura ao Vivo terá demonstrações das etapas de criação desta técnica com a participação de professores da escola. Também foram criadas séries de gravuras por artistas como Cabelo, Iole de Freitas, Victor Arruda, Daniel Senise e Carlos Vergara. Eles vão assinar as tiragens vendidas durante todos os dias do evento, às 18h, respectivamente.
— A Escola está mostrando um projeto pontual chamado Artista residente. As gravuras serão reproduzidas previamente dentro das oficinas da escola e depois serão vendidas na feira — conta Cláudia Saldanha, diretora da EAV, que convidou os professores João Atanásio, Evany Cardoso, Tina Velho e Julio Castro para dar demonstrações das técnicas de metal, serigrafia e monotipia em todos os dias da feira, às 15h. .
Cada gravura será vendida pela média de R$ 2 mil. O valor total arrecadado será revertido para a Escola de Artes Visuais. Para Stella Silva Ramos, uma das diretoras da Múl.ti.plo, é uma novidade levar essa proposta didática para dentro de uma feira como a ArtRio. A parceria surgiu do interesse da galeria em desenvolver e investir nas mais variadas vertentes das artes plásticas, provando sua diversidade.
Iole de Freitas está animada com a possibilidade de interação com o público.
— Tem sido muito rico poder traduzir na técnica de gravura a importância das artes plásticas em diferentes materiais. As gravuras já estão impressas, e eu estarei lá para explicar às pessoas, com os desenhos e as caixas, como funciona o processo de desenvolvimento — explica a artista, que participou ativamente do movimento de vanguarda brasileira e ficou conhecida por trabalhar a representação do corpo em escultura, vídeos, instalações e fotografia. — Essa gravura faz parte de uma série de trabalhos que estou explorando. “Eu sou a minha própria arquiteta” é feita de metal com água forte, e se refere a outro trabalho que fiz para o Museu do Açude em 1999. Faz referência também ao azul da obra “Para que servem as paredes do museu”, na Casa da Daros.
Programação do estande Gravura ao vivo:
5 de setembro
15h – gravura em metal com João Atanásio
18h – Iole de Freitas
6 de setembro
15h – Serigrafia com Evany Cardoso
18h – Victor Arruda
7 de setembro
15h- Monotipia com Tina Velho
18h – Daniel Senise
8 de setembro
15h – Xilogravura com Julio Castro
18h – Carlos Vergara