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Paula Pimenta se consagra como mais uma queridinha das adolescentes

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RIO - Um dia antes da tarde de autógrafos de “O Livro das princesas” (Galera Record), a mineira Paula Pimenta postou uma foto no Instagram para mostrar a cor do esmalte escolhida para o evento. Mais de 3.700 pessoas curtiram a imagem. Minutos antes de entrar na livraria, no dia 6 de julho, no Rio de Janeiro, avisou no Twitter aos quase 20.000 seguidores que estava chegando. Uma gigante fila, formada basicamente por meninas entre 10 e 16 anos, aguardava com ansiedade. Algumas adolescentes, que chegam a esperar quatro ou cinco horas sua vez de falar com Paula, tinham em mãos pilhas de livros para serem autografados; outras, cartazes e presentes. Todas estavam munidas com suas máquinas ou celulares para registrar e, claro, compartilhar nas redes sociais o breve encontro com a escritora. Algumas gritavam por um olhar ou um sorriso.

— Sempre fico muito ansiosa imaginando se vai ter gente ou não no evento do qual vou participar. Acho tudo isso o máximo, mas sou tímida — confessa Paula, de 38 anos, que já lançou nove livros, vendeu 250 mil exemplares e, desde o fim do mês passado, não consegue parar em casa por mais do que dois dias.

No fim do mês passado, ela esteve em Feira de Santana, Salvador e Fortaleza, voou para Goiânia, depois para Brasília, e foi ao Rio, a Florianópolis, a Porto Alegre e a São Paulo. Na segunda-feira, embarcou para um intercâmbio com leitoras em Vancouver, no Canadá. A viagem internacional será apenas com brasileiras, mas faz parte de um plano maior para a escritora que é o novo ídolo das adolescentes. A editora de Paula contratou um agente internacional para divulgar os livros e já avalia ofertas de França, Espanha, Itália e Portugal. No fim do ano passado, o primeiro volume de “Fazendo meu filme” foi traduzido para o inglês, ganhou o título “Shooting my life’s script” e tem sua versão digital disponível para venda na internet.

Paula sabe que trilhar este caminho não será fácil, mas pelo menos já tem um exemplo a ser seguido: a americana Meg Cabot, que acumulou milhões de dólares na conta bancária graças ao sucesso de dezenas de livros, entre eles “O diário da princesa”, que virou dois filmes da Disney (veja reportagem sobre o mercado teen abaixo).

No Brasil, a maior representante do filão é a carioca Thalita Rebouças, que já vendeu cinco vezes o número de exemplares de Paula. Desde que se conheceram, elas trocam mensagens com frequência. E, ao contrário do que se possa imaginar, não há rivalidade entre as duas. Thalita até costuma ir aos lançamentos de Paula.

— A Thalita já me deu muitas dicas importantes, e nos encontramos sempre que as agendas coincidem. Mas confesso que antes de conhecê-la, nunca tinha lido nenhum livro dela. Aliás, o único que li até hoje foi o de crônicas, que nem para adolescente é — diz a mineira, sobre “Adultos sem filtro”, lançado no fim do ano passado.

Paula, que estreou na literatura em 2001 com a coletânea de poemas “Confissão”, bancada pelo pai, conta que a inspiração para escrever vem de sua própria vida e das histórias de amigos. Em “Fazendo meu filme”, que já ganhou quatro volumes, a protagonista é uma menina louca tanto por filmes como “Crepúsculo” e “Um lugar chamado Notting Hill” quanto pelo amigo Leo, e vive momentos de muita indecisão antes de fazer um intercâmbio. Como a personagem Fani, Paula gosta muito de cinema, era apaixonada pelo seu melhor amigo quando adolescente e também morou fora do país em 2005.

— O meu trabalho é bem autoral mesmo — afirma Paula, formada em Publicidade e ex-professora de música, que gosta de cantar e de escrever canções. — Costumo escolher uma trilha sonora especial e escrevo quase sempre com fones no ouvido.

A cantora favorita é Marisa Monte; as bandas, as do rock dos anos 80. Mas ela diz também adorar a musa teen Taylor Swift. Apesar da idade, Paula ainda mora com a mãe e com o irmão mais novo em Belo Horizonte e dorme entre muitos bichinhos de pelúcia. Ela ama o programa Big Brother Brasil, gosta de acompanhar séries na TV e reserva espaço especial nas prateleiras para a obra cor-de-rosa de Meg Cabot.

— Eu vivo nesse mundo, não tem mais jeito. Leio revista de adolescente e ouço as músicas de que elas gostam. Tenho que ficar antenada — acredita a escritora, que não consegue imaginar outro lugar para tirar férias que não seja... a Disney.

Cartas e presentes que ganha das leitoras ficam espalhados pela casa da mãe. É a tal “síndrome de esquilo”, segundo Paula, que sofre para se desfazer de qualquer objeto. Nada consumista, ela até gasta dinheiro com livros e DVDs, mas guarda tudo o que pode para comprar o primeiro apartamento. No fim do ano passado, vendeu os direitos de “Fazendo meu filme” para uma produtora de Belo Horizonte e pretende acompanhar a produção e o roteiro de perto. Sonha levar seus personagens para o palco de teatro e, por que não?, lançar uma linha de produtos, como batons e esmaltes. Com a agenda lotada de compromissos, ela sente falta de encontrar mais as amigas e “de ficar de bobeira”, mas já planeja um segundo livro de crônicas, dar sequência a “Minha vida fora de série” e também começar a escrever para adultos.

— Meu público está crescendo, e é claro que tenho que tomar cuidado porque, provavelmente, as mais novas vão querer ler o que quer que eu escreva. Tenho consciência disso e jamais escreveria algo como “Cinquenta tons de cinza” — adianta Paula, minutos antes de seu namorado há sete anos, o delegado Kiko, aproximar-se para avisar que está na hora do lançamento e tascar um beijo nela. — Além de tímida, sou romântica. Bem romântica.


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