RIO — Nos musicais da Broadway, quem investe dinheiro no projeto recebe o crédito de produtor. Com isso, caso a peça ganhe o Tony Awards, o indivíduo em questão também pode receber o prêmio — diferente do que acontece com o Oscar e o Grammy, entregues apenas para quem realmente pôs a mão na massa. Porém, há um custo por trás disso, e ele é repassado para os “premiados”: quem quiser levar o medalhão sobre o pedestal para casa, precisa desembolsar US$ 2.500.
Graças à proliferação de investidores-produtores, há um grande número de pessoas elegíveis, o que deve fazer deste ano um dos mais lucrativos até agora, angariando US$ 250 mil.
“É absolutamente ridículo que peçam que paguemos US$ 2.500 quando o custo real é uma fração disso, e parte de mim não quer pagar”, dise Terry Allen Kramer, um produtora veterana que injeta dinheiro em “Kinky Boots”, que ganhou o Tony de melhor musical.
Perguntada se ela iria declinar a opção, ela riu e negou a possibilidade: “Claro que não. Eu imagino que, quando eu morrer, isso vai ser algo para deixar para as crianças.”
Veteranos dos negócios da Broadway defendem que US$ 2.500 é um valor pequeno para os que são ricos o suficiente para apostar alto em investimentos de risco.
Os únicos que escapam do pagamento para ter a escultura são os dois principais produtores de cada obra.
O preço dos prêmios tiveram forte alta nos últimos anos. Jonathan Reinis, produtor de “Pippin“, disse que pagou apenas US$ 450 em 2000. Em 2009, a também produtora Jamie deRoy gastou US$ 750 para poder ter um Tony na sala de casa.
A Tony Award Productions, responsável pela cerimônia anual, não deu informações precisar a respeito dos preços em escalada. Em um comunicado, a organização informou que US$ 2.500 têm sido o valor cobrado “por muitos anos”, e que ele subiu na última década para acompanhar o aumento no custo de produção.