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Um popstar do grunge em voz e violão

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Há duas décadas Chris Cornell é reconhecido como uma das vozes mais poderosas do rock. À frente inicialmente do Soundgarden — a primeira banda da onda grunge de Seattle a ser contratada por uma gravadora, no começo dos anos 1990 — e depois do Audioslave e em carreira solo, o cantor e guitarrista de 48 anos se acostumou a colocar a voz à frente do paredão instrumental, ou seja, contra as guitarras dele mesmo e de Kim Thayil no Soundgarden e de Tom Morello (Rage Against the Machine) no Audioslave. Pois o hiperativo músico canta hoje, às 21h30m, no Vivo Rio, apenas com seu violão.

— É mais fácil — diz ele, por telefone, de Los Angeles. — Já que estou me apresentando solo, que seja realmente sozinho, eu e o violão. É mais simples também, subir ao palco e tocar, não me preocupar com a ordem das músicas, apenas fazer o que quiser.

De fato: em um show em Nova York, no fim do ano passado, por exemplo, ele tocou, além de músicas que gravou, Syd Barrett (“Dark globe”), David Bowie (“Lady Stardust”), Bruce Springsteen (“Atlantic City”), Beatles (“A day in the life”) e outras pérolas que lhe vieram à telha.

— Começo com uma lista básica de canções e vou tocando — simplifica ele. — Volta e meia começo a cantar alguma coisa que não sei tocar direito, mas aí entro num momento de confiança entre mim e a plateia. O violão nem sempre acompanha exatamente a música, às vezes apenas sugere.

Ele ressalta as diferenças entre o público de um show de rock tradicional e este.

— É uma conexão muito mais próxima — diz. — É imprevisível: às vezes as pessoas estão muito barulhentas, aplaudem, cantam junto, pedem músicas. Em outras, todo mundo fica quieto, respeitosamente, é um silêncio ensurdecedor! Tenho que estar pronto para tudo, improvisar, a responsabilidade é minha. Quando estou com uma banda, posso me apoiar um pouco nos outros, um erro meu pode passar despercebido.

‘Uma poça de suor’

A parte física também muda, embora ele não saiba exatamente como.

— Fico numa poça de suor — diz. — Mas não sei se é tanto pelo esforço físico. Lembro quando tocamos em um festival com o Metallica, o Day On the Green, em 1990, para 45 mil pessoas, e eu fiquei apavorado! Às vezes, tocando sozinho para mil pessoas, sinto-me exatamente da mesma forma. Acho que o importante não é o número de pessoas, mas como elas e eu estamos nos sentindo.

Em sua terceira vinda solo ao Brasil, ele promete retornar em breve à frente do Soundgarden, que voltou à ativa em 2010 depois de 12 anos parado:

— Em algum momento de 2014 estaremos aí.


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