NOVA YORK — Com a sala cheia de brasileiros e americanos, abriu nesta quarta-feira, com “Margaret Mee e a Flor da Lua”, no Tribeca Cinemas, a 11ª edição do Brazilian Film Festival de Nova York. Promovido pela Inffinito, o festival vai até o dia 15 e, antes de começar, já tem esgotados os ingressos para “Faroeste Caboclo” (de René Sampaio), uma de suas principais atrações. A festa desse ano é especial para os organizadores, já que, em 2012, a um mês do evento, a Petrobras cancelou o patrocínio e a mostra competitiva nao pôde ser realizada. Co-diretora do festival, Viviane Spinelli vibrava com a chegada do público.
— É emocionante porque este trabalho ressurge das cinzas, já que ano passado foi uma decepção para todos. É bom sentir o carinho das pessoas, todo mundo saudando a volta do evento efusivamente. A saudade geral se manifesta também nos ingressos vendidos online: está quase tudo esgotado e são duas salas, totalizando 250 lugares – diz Viviane. – Essa é uma oportunidade de os cineastas brasileiros mostrarem seu trabalho nessa grande vitrine que é Nova York.
“Margaret Mee”, de Malu di Martino, foi o primeiro filme exibido na mostra competitiva, mas duas horas mais cedo houve a estreia do Cinefoot, uma mostra paralela com títulos exclusivamente sobre futebol. Este é a quarta vez que Malu participa do evento.
— Para quem estudou cinema em Nova York como eu, ter um filme exibido no Tribeca é uma emoção enorme. Sou fã desse festival.
Há americanos fiéis entre os que prestigiam os filmes. Uma das assíduas frequentadoras é a novaiorquina Aline Slonim, produtora cultural. Ela voltou de Tel Aviv, onde passava férias, especialmente para acompanhar a programação da mostra. E foi uma das primeiras a chegar à sessão de “Margaret Mee”.
— Tenho uma ligação séria com o Brasil. Adoro a música, as pessoas, tudo. Esse festival é muito divertido, tem uma vibe ótima, não perco por nada. Venho desde que começou e fiquei muito triste ano passado, quando soube que tinha sido cancelado.
Na programação, “Colegas”, de Marcelo Galvão; “De pernas pro ar 2”, de Roberto Santucci; “Rania”, de Roberta Marques; “Hoje”, de Tata Amaral; “Somos tão Jovens”, de Antonio Carlos da Fontoura; “Uma história de amor e fúria”, de Luiz Bolognesi; “Elena”, de Petra Costa; “Dossiê Jango”, de Paulo Henrique Fontenelle; e “Faroeste caboclo”, de René Sampaio.
Também serão exibidos os curtas ”I still love you,” de Henrique Faria; "A dama do Estácio”, de Eduardo Ades; “Nem que tudo termine como antes”, de Daniel Caselli e Mariana Martinez; “Linear”, de Amir Admoni; “História de borboletas”, de Marcelo Brandao; “Confete”, de Jo Serfaty e Mariana Kaufman; “Ed”, de Gabriel Garcia; e “Proibidão”, de Ludmila Curi e Guilherme Arruda.
O time de curadores é formado por Walter Carvalho, o cineasta e atual presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes, Marco Altberg, André Saddy, do Canal Brasil, o cineasta Cavi Borges, e a produtora executiva dos filmes “Central do Brasil” e “Cidade de Deus”, Elisa Tolomelli.
No domingo (16 de junho), uma grande festa marcará o encerramento do festival. Como já é tradição, ela acontecerá no Central Park, com show de Preta Gil e um jogo amistoso com a participação do craque veterano Bebeto. Entre a apresentação da cantora e o futebol, o público será convidado a dançar ao som do DJ Gaspar Muniz – filho do artista plástico Vik Muniz, por muitos anos morador da cidade. A partida marcará o início oficial da contagem regressiva para a Copa no Brasil – o 365 Countdown, promovido pela Embratur. Os organizadores esperam um público de seis mil pessoas.