NOVA YORK - Lygia Clark (1920-1988) foi a grande estrela do leilão de arte latino-americana da Phillips, ontem, em Nova York: a obra “Contra relevo (objeto N. 7)”, de 1959, foi vendida por US$ 2.225.000, o valor mais alto já alcançado por um artista brasileiro e três vezes mais do que o esperado. Beatriz Milhazes segue recordista entre os brasileiros vivos, com a tela “Meu limão” (2000), vendida por US$ 2.098.000 na Sotheby’s, em novembro.
A neoconcretista ganhará uma retrospectiva no MoMA em 2014, com curadoria da americana Connie Butler e do venezuelano Luis Pérez-Oramas, responsável pela última Bienal Internacional de Arte de São Paulo, em 2012.
— Há décadas, Lygia Clark é conhecida como uma das artistas mais influentes do Brasil. Estamos felizes que o mercado internacional esteja acompanhando isso, como a venda do “Contra relevo” comprova. Com a exposição no MoMA a caminho, essa venda não poderia ter vindo em melhor hora — disse Henry Allsopp, diretor sênior e chefe da divisão de arte latino-americana da Phillips, que na semana passada retirou da venda uma obra supostamente falsa de Alfredo Volpi (1896-1988), após ser acionada pelo instituto que cataloga os trabalhos do artista, em São Paulo.
As outras duas grandes casas de leilão — Sotheby’s e Christie’s — farão suas vendas de arte latino-americana semana que vem. A Sotheby’s também oferece um trabalho de Lygia, a escultura “Bicho LC1 (monument à Descartes)”, estimada entre US$ 90 mil e US$ 120 mil. Como a Phillips, a Christie’s removeu dez obras de brasileiros (como Ivan Serpa, Burle Marx e Amílcar de Castro) de seu leilão, nas próximas quarta e quinta-feira. A casa foi alertada da procedência duvidosa por colecionadores e marchands.
Outros três brasileiros superaram seus recordes ontem: Os Gêmeos (US$ 149 mil), Ivan Serpa (US$ 143 mil) e Willys de Castro (que teve duas obras vendidas, a US$ 75 mil e US$ 68.750).