RIO - É em clima de desbunde elétrico que começa a segunda edição do projeto Levada, no Oi Futuro Ipanema. Na sexta e no sábado, às 21h, quem se apresenta por lá é o cantor e compositor pernambucano JuveNil Silva, ponta de lança de uma nova cena de Recife, que revive o espírito udigrudi dos anos 1970, com rock, folk, psicodelia e pirações diversas. Músico das bandas Canivetes (de rock) e Dunas do Barato (de MPB), JuveNil estreia no Rio com o repertório de seu primeiro álbum, “Desapego”, que jogou na internet em janeiro.
— Serão dois shows bem diferentes — promete o artista, que vem com uma banda reunindo músicos do Canivetes, do Dunas e de outro grupo da cidade, o Sabiá Sensível. — O de sexta será do agito. E o de sábado, da calmaria, com mais viola. Mas também com agito.
“Hitchcock rock”, “Meu freeweelin do Bob Dylan” e “Pomba gira violeta” são músicas de “Desapego” que devem fazer parte do show, junto com outras que JuveNil compôs para outros artistas e algumas inéditas, como “Bodeado” e “Exorcismado”, que estarão em seu segundo álbum, a ser gravado em Recife a partir do mês que vem.
— Eu sou muito agoniado, quero produzir! — desabafa o artista, que na semana passada se viu na infelicidade de ter que adiar uma esperada edição da Noite do Desbunde Elétrico, reunião dos novos artistas de Recife identificados com o ideal udigrudi. — Choveu muito na sexta-feira. E aqui é mangue, né, véio? Ficou para a semana que vem.
Curador do Levada, projeto dedicado a apresentar artistas instigantes de várias regiões do país, o DJ e produtor Jorge LZ fala sobre a escolha de JuveNil para abrir o festival.
— Ele era o artista mais pronto da cena do Desbunde Elétrico — analisa Jorge. — E seu trabalho tem uma coisa que ficou meio esquecida entre os músicos mais novos: o senso de humor.
Até novembro, o Levada apresentará shows de 20 artistas, como a paulistana Andreia Dias (dias 31 e 1º de junho), o carioca Brunno Monteiro (7 e 8), a paranaense Janaina Fellini (14 e 15) e o duo baiano Dois em Um (21 e 22).