RIO - Nada de moda de viola ou de sertanejo universitário. O que uniu cinco músicos de Goiânia foi a tradição do samba. Os Heróis de Botequim vêm da capital de Goiás e se apresentam na capital do samba pela primeira vez nessa quinta-feira (18). O show será realizado no Casarão Ameno Resedá, no Catete. Na sexta, eles também tocam no bar Beco do Rato, na Lapa. Guilherme Noleto, percussionista e vocalista da banda, explica como o quinteto teve contato com o gênero musical.
— A música sertaneja, lá em Goiânia, sempre foi o ritmo mais escutado e mais tocado. Mas, para nós, o samba chegou por influência familiar. Na banda, somos três primos e outros dois amigos de infância. Quando éramos crianças, nossos pais tocavam, faziam rodas de samba. Esse hábito, realmente, não era uma coisa muito comum por lá — diz.
O repertório da banda é formado por canções de grandes sambistas, os tais heróis que dão nome à banda. Guilherme enumera as grandes influências do quinteto.
— Nossa intenção é homenagear Cartola, Noel Rosa, Ataulfo Alves, Chico Buarque. Esses são os verdadeiros heróis. E cantamos as músicas deles com muito prazer e orgulho de fazer esse samba raiz ser tocado no interior do país. É um trabalho quase ideológico, que tem dado resultados — avalia.
As músicas são cantadas por um coro de quatro vozes, o que faz a banda soar como os Demônios da Garoa e até como o MPB4. O saxofone de Fausto, o único dos integrantes que não canta, dá um tom elegante às canções.
A elegância, por sinal, é parte característica da banda. Até no jeito de se vestir, Alex Formiga, Gilberto Lima, Diogo, Fausto e Guilherme Noleto procuram inspiração nos baluartes. O chapéu panamá, característico dos malandros cariocas, é peça quase que obrigatória no visual da turma.