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Uma década de Lapa sob o olhar do Casuarina

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RIO - O motivo do show nos Arcos da Lapa em maio de 2012 era comemorar uma década do Casuarina. Mas quem assiste ao registro da apresentação — lançado agora em CD e DVD (Warner) — percebe que esse era apenas um aspecto da festa, usada pelo grupo, com o auxílio de 16 convidados, para traçar um panorama da Lapa recente. O lançamento é neste sábado, na Fundição Progresso.

— Claro que a Lapa é muito mais rica do que a que caberia num DVD. Mas tentamos um panorama possível — explica o cantor e percussionista João Cavalcanti.

O panorama possível começa com duas músicas emblemáticas da Lapa mítica, mas também da Lapa íntima do Casuarina, que surgiu e cresceu ali: “A Lapa” (“É o ponto maior do mapa do Distrito Federal”) e “Largo da Lapa” (“Foi na Lapa que eu nasci”). A partir daí, entremeadas às canções de seu mais recente CD (“Trilhos/ Terra firme”), eles enfileiram convidados. Por meio de cada um (e das canções apresentadas por eles), o grupo desenha seu mapa.

Estão personificados no DVD o início da reocupação do bairro, com Eduardo Gallotti (que participava de rodas de samba pioneiras e foi colega do Casuarina no bem-sucedido projeto “Samba em 4 tempos”); o choro de mestres como Zé da Velha & Silvério Pontes e da geração que cresceu sob os Arcos, representada por Nicolas Krassik e Zé Paulo Becker; e cantores criados ali, como Teresa Cristina, Moyseis Marques (fundador do Casuarina), Nilze Carvalho, Ana Costa e Pedro Miranda.

— Há outros que têm uma associação mais cifrada com essa história — explica João. — Como meu pai (Lenine), que nos apresentou muitos sambas. Ou Áurea Martins, uma influência para as cantoras da Lapa, para mim. E Délcio Carvalho, autor em parceria com Dona Ivone de clássicos presentes em todas as rodas de samba do bairro.

O DVD acaba documentando um tanto do movimento do chamado “samba da Lapa” na última década — do início mais purista, voltado para o repertório pré-anos 1970, até a abertura para a alegria radiofônica pós-Cacique de Ramos. Tudo sob o olhar de um grupo de jovens brancos vindos da universidade — a mesma na qual Candeia almeja ver o samba chegar, negro, em “Dia de graça”, que no DVD é cantada por Teresa Cristina (baluarte da Lapa do Casuarina, e que hoje canta rock com Os Outros). A Lapa confirmando a tradição.


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