Rodrigo Hilbert ainda era um pré-adolescente quando começou a se entrosar com os utensílios de cozinha. Não que gostasse de pilotar o fogão, ele avisa. Na época com 12 anos, o ator e modelo se metia entre as panelas para finalizar a comida preparada na noite anterior pela mãe, que trabalhava fora como professora para sustentar a família. Assim, na hora do almoço, Rodrigo conta, cabia a ele e ao irmão mais velho misturar os ingredientes e fritar os bifes acebolados.
— Até então eu só fazia misto-quente com maionese caseira. Cozinhar é sobreviver, e posso dizer que não tínhamos muito, mas sempre comemos bem. Aprendi fazendo, o que foi bom. Mas realmente não era algo de que gostasse — relembra.
O que era apenas obrigação, aos poucos se transformou em paixão. E, a partir de quinta-feira, ele compartilha todos os ensinamentos que acumulou ao longo destes 20 anos no “Tempero de família”, às 20h no GNT. Para criar uma atmosfera bem intimista, como o nome da atração sugere, Rodrigo retornou à cidade natal de Orleans, município com pouco mais de 20 mil habitantes no interior de Santa Catarina, onde vasculhou os antigos livros de receita da mãe e gravou os primeiros de uma série de 13 programas. Lá, o apresentador explica, a cozinha foi improvisada na garagem da casa de sua avó. Os outros episódios estão sendo rodados em Teresópolis, na região serrana do Estado do Rio, onde a família tem um sítio.
Rodrigo conta que participou de todo o processo de formatação da atração. A ideia nasceu dentro da própria casa, quando ele e sua mulher, a apresentadora Fernanda Lima, resolveram filmar o preparo de uma galinha durante um almoço de família e apresentar o vídeo ao canal. Na cozinha, enquanto relembra suas histórias de vida, apresenta aos espectadores algumas receitas preferidas como polenta com galinha ensopada, cozido, nhoque, porco e bolos para o lanche da tarde. Além disso, mostra todo o processo de preparação e de reaproveitamento total dos alimentos. Não de forma didática, ele observa:
— Não ensino. Só mostro que, na cozinha, quase tudo é possível e todos podem tentar — pontua ele, que estreou em frente às câmeras em “Desejos de mulher”, de 2002, e atuou em tramas como “Viver a vida”, de 2009 e “Morde & assopra”, de 2011.
Para Rodrigo, atualmente, vestir um avental representa um momento de “confraternizar com as pessoas que ama”.
— A cozinha deixa as pessoas próximas. Adoro quando estou cozinhando e minha mulher e meus filhos ficam ao meu redor — avalia, referindo-se à Fernanda, com quem está há quase dez anos, e aos filhos do casal, os gêmeos Francisco e João, de quase cinco.
Em casa, Rodrigo é quem faz o rancho (compras de mês, na gíria catarinense). E, apesar de cultivar uma alimentação saudável, “capaz de proporcionar bem-estar para o corpo”, ele confessa que não se segura quando bate aquela vontade de extrapolar. Mas nada de sair correndo até a lanchonete mais próxima para devorar um lanche pronto. Ele gosta de colocar literalmente a mão na massa para preparar hambúrgueres, pizzas e pão com mortadela e limão, entre outros:
— Fast food feito em casa é muito mais gostoso!
Diante de todas as possibilidades que a culinária oferece, Rodrigo garante não ter uma opção preferida. Ele simplesmente gosta de comer e ponto.
— Comida boa eu não nego (risos). Pode ser qualquer coisa, se for bem feito, eu estou dentro — entrega.
Porém, quando perguntando sobre qual sua receita mais elogiada, ele não tem dúvidas: a churrascada. Que é, também, o prato que gosta de preparar quando recebe amigos em sua casa no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, cidade onde vive desde o ano 2000, quando se mudou devido à carreira de modelo.
Porém, não bastassem os 1,90m de altura, o porte atlética, os cabelos louros e os olhos verdes, a confiança nos dotes culinários é tanta que Rodrigo confessa ter usado suas habilidades como técnica de sedução algumas vezes. Até com Fernanda que, segundo ele, foi conquistada também pelo paladar. Num episódio especial, ele prepara um jantar romântico para ela:
— Minha mulher me acha um tesão na cozinha. E eu acho o mesmo dela — afirma.