Quantcast
Channel: OGlobo
Viewing all articles
Browse latest Browse all 32716

The Killers encanta o público no primeiro dia de Lollapalooza

$
0
0

SÃO PAULO - Assistir ao The Killers numa noite chuvosa, com os dois pés afundados na lama pode parecer programa de caranguejo desantenado - afinal, o grupo de Las Vegas joga com dados viciadíssimos da música pop - mas a voz do povo do Lollapalooza, ao menos na primeira noite do festival, realizado no Jockey Club de São Paulo foi mesmo a voz de Brandon Flowers. Ao som de músicas como "Smile like you mean it" e a inevitável "Somebody told me", o vocalista comandou a festa, que teve também o teatral Flaming Lips, subestimado pela audiência, a segurança do Cake e a simpatia do Of Monsters & Men, entre outros.

Deadmau5

Antes do Killers, o DJ e produtor Deadmau5 deve ter feito as orelhas de Mickey Mouse arderem, com um set em estilo montanha russa, ora flertando com a força do dubstep, ora descendo ladeira abaixo com o lado mais comercial da eletrônica. Seu melhor momento foi quando tocou um remix de "Killing in the name of", do Rage Against the Machine.

Flaming Lips

Era para ser uma barbada, mas o show do Flaming Lips no Lollapalooza não estava para brincadeiras. Sem os tradicionais momentos de recreio - a chuva de papel picado, a bolha gigante etc - e contando "só" com um bebê colorido para representar suas usuais extravagâncias, a trip com ares sci-fi do grupo americano não bateu como devia numa plateia que, infelizmente, parecia estar ali mais para curtir o pop com cara de mau do The Killers.

Mesmo assim, a turma liderada pela mente espacial de Wayne Coyne - de unhas coloridas e vestido numa roupa verde, cheia de fios luminosos - conseguiu impor seus encantos, num set de músicas de alto teor lisérgico - como "The terror", que dá o nome ao seu mais recente trabalho - e emocional - como a imbatível balada "Do you realize". Antes de ir embora, Coyne se declarou para o disperso público ("O Flaming Lips ama voces") e se foi ao som da novata e bela "Always there, in our hearts".

Crystal Castles

Com um pequeno cartaz escrito "Fora Feliciano", Jady Caffaro, de 21 anos, de Brasília, marcava presença no meio do show do Crystal Castles no Lollapalooza. Mas seu embalo não foi acompanhado pela morna apresentação da banda canadense, que ainda sofreu com um som baixo e abafado. O clima unidimensional só foi quebrado pela presença ativa da vocalista Alice Glass. De cabelo pintado de roxo, ela puxou músicas como "Not in love" e "Vanished", entre mergulhos na plateia.

Cake

Quem também sofreu com o som foi o Cake. Discretamente irritado, o vocalista John McCrea chegou a pedir que o público ficasse em silêncio por alguns segundos enquanto tentava afinar o violão. Depois, se acertou com músicas como "Sick of you" - na qual tentou reger o canto da massa - e a desafiadora "Satan is my motor", cuja letra fez com que pedisse desculpas aos religiosos presentes ("É só uma metáfora", disse). No fim, mandou duas covers já clássicas nos shows da banda: "I will survive", de Gloria Gaynor, e "War pigs", do Black Sabbath

Of Monster & Men

Com uma câmera Go Pro presa na cabeça, assistindo ao show do Of Monsters & Men, o fotógrafo carioca Guilherme Maia registrou ("só de curtição") a dureza que foi participação do grupo islandês no Lollapalooza, em meio a uma chuva fina e insistente, que transformou em lamaçal as áreas laterais do palco Butantã, e ao som que vazava da pista eletrônica montada ao lado.

Mesmo assim, a banda que veio do frio esquentou o público com seu som de tons épicos e uma estrutura - vocais masculinos e femininos, violões e tambores - que faz lembrar os canadenses do Arcade Fire. Com um set cativante, o dócil comboio - puxado pela animada vocalista de nome impronunciável, Nanna Bryndís Hilmarsdóttir - revisou quase todas as músicas do disco "My head is an animal", mas só levantou mesmo a encharcada massa quando libertou o seu hit, "Little talks".

Filas, muita lama e pontualidade no Jóquei

Na área dos shows, os 52 mil frequentadores - número oficial divulgado pela organização do festival - foram obrigados a enfrentar muita lama, fazendo das capas de chuva e das galochas os acessórios mais usados. Do lado de fora do Jóquei Clube paulistano, quem comprou ingresso encontrou muitas filas para retirá-lo nas bilheterias.

- Cheguei ao Jóquei às 16h20m e só fui atendido às 19h, alegaram queda no sistema - reclama o professor carioca Marcelo Caldas, que chegou em São Paulo no início da tarde. - Como já tinha perdido o show do Cake e metade do Flaming Lips, acabei vendendo meu ingresso para um casal que estava na fila para comprar, que também era enorme.

Com extrema pontualidade, o primeiro dia da edição paulistana do festival de Perry Farrell começou com atrações nacionais: Holger, Tokyo Savannah, Boss in Drama e Tereza foram alguns dos artistas que abriram os trabalhos. No início da tarde, Pitty e Martin fizeram o último show de seu projeto Agridoce.

* Colaborou Cristina Fibe


Viewing all articles
Browse latest Browse all 32716


<script src="https://jsc.adskeeper.com/r/s/rssing.com.1596347.js" async> </script>