LOS ANGELES — Na semana em que a Coreia do Norte publicou um vídeo mostrando o Capitólio destruído por um míssil, qual resposta mais lógica Hollywood poderia oferecer além de um thriller sobre agentes do serviço secreto que enfrentam terroristas coreanos?
Dois filmes de ação com temas muito semelhantes têm estreia marcada para este ano. Um deles, “Ataque à Casa Branca” ("White House Down"), será lançado em junho. Já “Invasão à Casa Branca” ("Olympus Has Fallen") — além de explicitar a falta de criatividade dos tradutores brasileiros — colocará em teste esta semana se os americanos estão prontos, 12 anos depois de 11 de setembro, para ver um filme no qual boa parte dos monumentos dos EUA são destruídos por terroristas. A resposta provavelmente será sim, considerando que o ex-agente durão interpretado por Gerard Butler acaba com muitos vilões enquanto tenta resgatar o presidente dos EUA.
O diretor Antoine Fuqua, de “Dia de treinamento” e “Rei Arthur”, consegue gerar bastante tensão e o tipo de sentimento nacionalista que deve fazer sucesso entre os americanos. A bilheteria internacional também deve ser alta, especialmente em países onde as plateias ficarão excitadas em ver Washington receber o tratamento normalmente reservado para Bagdá e Kabul.
Seja por uma incrível clarividência dos roteiristas estreantes Creighton Rothenberger e Katrin Benedikt ou apenas um daqueles golpes de sorte, o filme estreia no momento em que a Coreia do Norte passa a fazer ameaças diárias aos EUA. Por isso, é muito conveniente que o vilão seja um norte-coreano que lidera um grupo de rebeldes em um ataque à Casa Branca e consegue manter vários funcionários como reféns.
Versões não-oficiais do filme certamente chegarão aos olhos de Kim Jong Un, que poderá se sentir ao mesmo tempo ofendido e admirado pela oportunidade de exaltar ainda mais seus súditos mostrando como o inimigo os odeia.
Mas no fundo, “Olympus” é um daqueles filmes dos anos 1980 ou 1990 no qual Clint Eastwood, Bruce Willis ou Mel Gibson superam inimigos formidáveis e mais bem armados. Como Eastwood em “Na linha de fogo”, Buttler (também produtor) interpreta um agente dispensado após uma falha grave (detalhada num prólogo de 10 minutos), mas que se vê em meio a uma nova crise.
O vilão é interpretado por Rick Yune, que já foi um norte-coreano em “007 - Um novo dia para morrer”. Aaaron Eckhart é o presidente dos EUA e Melissa Leo a secretária de Defesa. Morgan Freeman é o porta-voz, que assume o cargo de presidente em meio à crise.
“Invasão à Casa Branca” estreia no dia 22 de março nos EUA e em 5 de abril, no Brasil.