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Jards Macalé comemora 70 anos com Adriana Calcanhotto na Lapa

RIO - Jards Macalé completará 70 anos neste 3 de março, mas seu espírito inquieto não envelhece. Nesta fase da vida, o compositor diz que está pronto para aprender a voar. No fim da noite de sábado, perto da virada de seu aniversário, vai subir ao palco do Circo Voador com a banda Let’s Play That. A comemoração vai contar ainda com a participação especial das convidadas Adriana Calcanhotto, Thais Gulin e Ava Rocha.

Macalé pediu um presente para Adriana: que ela cantasse “Cariocas” (dela), pois se sente um legítimo carioca da gema, e “Anjo exterminado” (dele). Já Thais interpretará “Revendo amigos” e “Hotel das estrelas”. Ava, vocalista da banda que leva seu nome, mostrará versões de “Rei de janeiro” (de Macalé com o pai dela, o cineasta Glauber Rocha) e “Pano pra manga” (com Xico Chaves). Como adiantou a coluna “Gente boa”, o aniversariante cantará pela primeira vez ao vivo a canção “Falô”, que fez com Caetano Veloso em Londres, em 1971, na época da gravação do disco “Transa”, durante o período de exílio do baiano, quando Macalé integrava sua banda.

A parceria de Jards Macalé com o conjunto Let's Play That, formado por músicos na faixa dos vinte e poucos anos, reflete a proximidade do irreverente artista com um público jovem que tem demonstrado interesse pelo conjunto de sua obra. O grupo é integrado por Leandro Joaquim (trompete), Pedro Dantas (baixo), Ricardo Rito (teclado), Thiago Queiroz (sopro), Thomas Harres (bateria) e Victor Gottardi (guitarra). O espaço do Circo Voador seria o ambiente ideal para realizar esse encontro.

— Meu trabalho atravessou o tempo. Lidar com esse público é lidar com a minha segunda juventude. Espero que sempre haja surpresas — contou Macalé, que nunca pensou em se aposentar. — Estou sempre pensando em alguma coisa divertida para fazer.

O compositor chegou a ganhar um documentário de Eryk Rocha, também filho de Glauber: “Jards”. O filme foi selecionado para o festival de cinema do MoMA (Museu de Arte Moderna), em Nova York, nos Estados Unidos, que será realizado em março.

Desde o lançamento do primeiro disco, o compacto “Só morto”, em 1970, Jards Macalé pondera ter experimentado vários momentos de dor e de alegria, mas diz que também cresceu com eles. O compositor afirma que não tem arrependimentos e não gostaria de voltar ao passado.

— Muito pelo contrário. O tempo segue inexoravelmente. Cada tempo no seu tempo. Todos os momentos marcaram a minha trajetória. Estive e continuo estando com músicos maravilhosos que enriquecem minha arte. Minha música está impregnada pelo cinema, artes plástica, teatro, dança, poesia… Tudo no âmbito da invenção — comentou Macalé.

Perto de chegar às sete décadas de vida, Jards Macalé quis deixar uma mensagem para os jovens:

— Envelheçam sem perder a ternura jamais.


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