RIO - Depois de levar o Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira, o longa “Amor” (”Amour”) conquistou cinco estatuetas no prêmio César, o mais concorrido do cinema francês, nesta sexta-feira. Indicados ao Oscar, o austríaco Michael Haneke ficou com os prêmios de melhor diretor e roteiro, Emmanuelle Riva com o de melhor atriz e Jean-Louis Trintignant com o de melhor ator. Além dessas indicações, Amor concorre ao Oscar de melhor filme e melhor filme estrangeiro.
O drama, que conta a história de um casal de octogenários lutando lado a lado contra a doença terminal de um deles, começou sua jornada de premiações em Cannes com a conquista da láurea mais disputada do festival francês. No Bafta, prêmio do cinema britânico o longa levou os prêmios de melhor atriz e melhor filme de língua estrangeira. No entanto, sua maior vitória, aos olhos da indústria do audiovisual, pode chegar no dia 24 de fevereiro, quando Haneke e sua equipe passarem pelo tapete vermelho do Oscar com fôlego para conquistar a estatueta hollywoodiana em cinco categorias. Entre elas, um fato raro: o longa foi indicado aos prêmios de melhor filme e melhor filme estrangeiro ao mesmo tempo.
Pela primeira vez em 12 anos, um filme falado em um idioma não anglo-saxônico disputa o Oscar nessas duas categorias concomitantemente. Antes dele, só “Z” (em 1970), “A vida é bela” (em 1999) e “O tigre e o dragão” (em 2001) conquistaram esse feito — e todos os três ganharam a estatueta de filme estrangeiro.
Na categoria de longas internacionais, mais uma vez Argo provou que agrada os críticos. A produção de Ben Affleck superou Lincoln e Django Livre, ambos indicados ao Oscar, e conquistou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro.
Veja todos os vencedores da 38ª edição do prêmio César:
Melhor Filme: “Amor”, de Michael Haneke
Melhor diretor: Michael Haneke, por “Amor”
Melhor atriz: Emmanuelle Riva, por “Amor”
Melhor ator: Jean-Louis Trintignant, por “Amor”
Melhor atriz coadjuvante: Valérie Benguigui, por “Le prénom”
Melhor ator coadjuvante: Guillaume de Tonquédec, por “Le prénom”
Melhor atriz revelação: Izia Higelin, por “Mauvaise Fille”
Melhor ator revelação: Matthias Schoenaerts, por “De rouille et d'os”
Melhor filme estrangeiro: “Argo”, de Ben Affleck
Melhor primeiro filme: “Louise Wimmer”, de Cyril Mennegun
Melhor documentário: “Les invisibles”, de Sébastien Lifshitz e Bruno Nahon
Melhor filme de animação: “Ernest et Célestine”, de Benjamin Renner, Vincent Patar e Stéphane Aubier
Melhor música original: Alexandre Desplat, por “De rouille et d'os”
Melhor curta-metragem: “Le cri du homard”, de Nicolas Guiot e Fabrice Préel-Cléach
Melhor direção de arte: Katia Wyszkop por “Adeus, minha rainha”
Melhor figurino: Christian Gasc, por “Adeus, minha rainha”
Melhor roteiro original: Michael Haneke, por “Amor”
Melhor fotografia: Romain Winding, por “Adeus, minha rainha”
Melhor adaptação: Jacques Audiard e Thomas Bidegain, por “De rouille et d'os”
Melhor edição: Juliette Welfling, por “De rouille et d'os”
Melhor edição de som: Antoine Deflandre, Germain Boulay e Eric Tisserand, por “Cloclo”