RIO - O correspondente Hélter Duarte quer ir além da clássica pergunta “o que você está usando?” quando estiver diante dos maiores nomes de Hollywood. Escalado para cobrir o tapete vermelho do Oscar pela Globo — esta é a primeira vez que a emissora terá um espaço exclusivo no local por onde chegam os convidados da 85ª cerimônia de entrega dos prêmios da Academia de Cinema, que acontece hoje à noite, em Los Angeles —, o jornalista se cercou de certos cuidados e informações.
— A minha cobertura será mais informativa, mas com leveza e bom humor. No tapete vermelho, também temos a grande chance de tentar sentir a real expectativa e ansiedade que cada artista tem de levar o prêmio. Embora poucos assumam, sabemos que todos sonham sair de lá com a estatueta na mão — acredita Hélter, que assistiu a todos os filmes concorrentes para se preparar para a noite da festa: — Também li tudo o que há disponível sobre eles, entrevistei atores e diretores, fiz o dever de casa.
O repórter fará entradas em flashes ao vivo durante a programação de domingo da Globo. Ele mesmo cuidará da tradução das conversas. Em seu espaço no tapete vermelho, Hélter contará com a ajuda de uma equipe formada pelo cinegrafista Lúcio Rodrigues, a editora de imagem Ana Carolina Vieira, a produtora Anna Camanducaia e o coordenador de engenharia Júlio Larcher.
— Juntos, vamos tentar entrevistar todo mundo que passar por ali — promete o jornalista, sem esconder suas predileções: — Gostaria de entrevistar Jennifer Lawrence, que fez um trabalho incrível em “O lado bom da vida” (ela concorre ao prêmio de melhor atriz). E também Steven Spielberg e Daniel Day-Lewis (concorrentes a melhor diretor e ator, respectivamente, por “Lincoln”). Tive o privilégio de fazer uma longa entrevista com os dois antes da indicação. O clima foi maravilhoso e fiquei impressionado com a simplicidade e a gentileza deles.
Às 23h50m, logo após o “Big Brother Brasil 13”, a jornalista Maria Beltrão fará a apresentação da transmissão do evento ao lado do ator José Wilker, pela Globo. A dupla está junta nesta função desde 2006. Mas nem por isso considera a empreitada mais fácil.
— Já estou tendo pesadelos com o Oscar há semanas e até sonhei com o Wilker. Eu quase tenho um infarto antes, mas fico tranquila na hora — brinca Maria, que apresenta a premiação do estúdio no Brasil.
Ao contrário de Wilker, que está ali para opinar e comentar sobre as premiações, Maria afirma que seu papel é apenas informar o telespectador.
— A minha opinião pouco importa. Quero dar pílulas de informação para aproximar as pessoas de casa do que está acontecendo por lá. Se a Sandra Bullock entrar para entregar um prêmio, vou contextualizar e dizer que ela já ganhou um Oscar e destacar seus filmes de maior sucesso. Hoje em dia, você tem informação com apenas um clique e penso sobre o que pode interessar ao telespectador — explica.
Maria se prepara carregando fichinhas com anotações diversas e afirma que terá “algo a mais a dizer sobre todas as categorias”.
— Sou estudiosa, CDF, bem caxias. A parte divertida, que é ver os filmes, é a menos importante para mim. Mais do que falar sobre “Lincoln”, preciso saber quantas vezes o Spielberg já concorreu ao Oscar — exemplifica Maria.
Além de apresentar a premiação, a jornalista também divide parte da tradução com Anna Vianna.
— Eu faço a tradução mais fácil, que é a apresentação do prêmio que está no script. Anna traduz os discursos de agradecimento e o texto do apresentador de cada categoria — compara.
Apesar de ter um função mais solta e a liberdade para opinar, Wilker garante que a concentração durante toda a transmissão é fundamental para não perder o fio da meada.
— A gente improvisa mesmo tendo o roteiro da cerimônia. A cada ano temos situações variadas e não podemos nos desligar um minuto — destaca o ator, que tenta ser “um pouco imparcial”: — Mas, no final das contas, posso ter as minhas preferências.
Outro veterano neste tipo de evento, o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, responsável pelos comentários da cerimônia no TNT pela nona vez (este é o 25º ano em que ele participa da cerimônia na TV), também admite algum nervosismo.
— Eu fico tenso. Sou meio obsessivo e fico pensando: “Será que li tal coisa? Já sei tudo sobre tal filme?” — entrega.
O TNT exibe toda a festa e inicia as transmissões às 20h30m. Dos estúdios, em Atlanta, os apresentadores Sabrina Parlatore e Fred Lessa comentam a movimentação no tapete vermelho. Às 21h30m, Ewald estará pronto para iniciar a sua participação.
— A sensação que tenho é a de que este será um Oscar muito musical. O sonho do comediante Seth MacFarlane, que é o apresentador, é ser cantor — observa Ewald, que fica ligado aos comentários sobre a festa em tempo real nas redes sociais: — Ali tem molecada que fala bobagem e tira sarro da gente, mas também tem muito fã de cinema que sabe das coisas.