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Diretora do Museu Picasso em Paris é demitida

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A diretora do Museu Picasso de Paris, Anne Baldassari, foi demitida do cargo nesta terça-feira. Num comunicado divulgado à imprensa, o Ministério da Cultura da França alegou o “clima de trabalho extremamente degradado” na instituição, que chegou a provocar uma ameaça de greve dos funcionários.

O mal-estar entre a ministra da Cultura, Aurélie Filippetti, e Anne Baldassari já vinha se desenrolando há alguns meses, mas se acentuou com as declarações de Claude Picasso, filho do artista, ao jornal “Le Figaro” no início deste mês. Claude declarou que a França não ligava para a obra de seu pai e acusou o Ministério da Cultura de sabotar os esforços de Anne Baldassari para reabrir em junho o museu, que há cinco anos passa por obras de reforma e ampliação. A data prevista para a abertura é setembro. Para o cargo agora vago, já estão cotados, segundo o jornal “Libération”, Laurent Le Bon, diretor do Pompidou-Metz, e Didier Ottinger, diretor adjunto do Museu Nacional de Arte Moderna de Paris.

Profissional respeitada, gestora problemática

Anne Baldassari dirigia há oito anos e meio o Museu Picasso — seu mandato iria até meados de 2015. É considerada uma grande conhecedora da obra do artista, e foi infatigável na tarefa de obter os fundos para a obra. Idealizou turnês do acervo, que lhe renderam 31 milhões de euros, dos 52 milhões necessários para financiar a reforma. Mas os funcionários a acusavam de centralizadora e algo tirana. Isso, somado à pressão para conseguir reabrir o museu em junho (depois de vários adiamentos) fez do ambiente na instituição cultural uma panela de pressão prestes a estourar. No último sábado, cerca de metade dos funcionários, em assembleia, pediu sua saída. Na segunda-feira, 30 deles se reuniram para decidir por uma greve, caso ela fosse mantida no cargo.

O Museu Picasso funciona numa mansão particular construída no século XVII no bairro do Marais, e recebia, até o fechamento temporário para obras, um milhão de pessoas por ano. Claude Picasso, que faz parte do seu conselho de administração, disse, ao jornal “Le Figaro” estar escandalizado com a demissão, e que as doações que pretendia fazer ao museu remodelado “poderão esperar”.


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