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As frustrações de Conchita Wurst no caminho para a fama

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VIENA — Ela venceu o festival Eurovision, foi recebida com festa na Áustria, sua terra natal, e hostilizada por políticos russos. Nova sensação da música europeia, Conchita Wurst – ou Tom Neuwirth – precisou de três tentativas para alcançar o estrelato. Antes de assumir o alter ego barbado como drag queen, o austríaco de 25 anos já havia tentado a fama como cantor.

Na edição de 2007 do programa “Starmania”, em seu país natal, Neuwirth chegou à final, mas foi derrotado. Dentre as canções que apresentou estavam covers de Michael Jackson (“You Are Not Alone”) e Queen (“The Show Must Go On”). Na final do programa, cantou “Goldfinger”, clássico do filme homônimo de 1964, cantada originalmente por Shirley Bassey.

A apresentação de “Rise Like a Phoenix”, que deu o Eurovision a Conchita, acabou comparada por vários críticos às apresentações de Bassey nas canções-tema de James Bond. Se Tom não tivesse perdido a competição com a versão, talvez Conchita nunca tivesse nascido.

Ele chegou a fazer parte de uma boy band após o “Starmania”, a “Jetzt Anders!”, mas o projeto não foi à frente. Em 2011, Neuwirth já era Conchita, participando do programa “Die grosse Chance” (”A grande chance”). Sua versão de “My Heart Will Go On” fez sucesso, mas não foi suficiente. Neuwirth, agora drag queen, novamente ficaria em segundo lugar.

Após o segundo vice, ela tinha chances de ser chamada para representar a Áustria nas prévias do Eurovision, em 2012, mas perdeu para um duo de hip-hop. Na última tentativa, esperou até setembro de 2013 para enfim ser anunciada como a artista da Áustria no programa. O resto é história.

Entre a adoração e a hostilidade

Após voltar de Copenhague, onde aconteceu a final, Conchita foi recebida por uma legião de fãs em Viena, com barbas falsas pintadas, bandeiras com arco-íris e mensagens de apoio. O presidente austríaco, Heinz Fischer, comemorou o trunfo dela, citando a vitória da “diversidade e a tolerância na Europa”.

Mas não é sempre assim: choveram manifestações nas redes sociais contra a vitória de Conchita. Na Rússia, que nos últimos anos tem passado por uma sequência de medidas que restringem liberdades dos homossexuais, o deputado Valeri Rashkin sugeriu a criação de um programa separado chamado “Voz da Eurásia” para contestar o Eurovision. Diversos políticos e artistas também deram declarações de cunho homofóbico. Outros apoiaram uma campanha contra a barba, em referência ao estilo de Conchita.

Mas ela está alheia a tudo: deu pouca bola aos críticos e disse que sua próxima missão é árdua: quer ganhar o Grammy.


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